Cruzeiro
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UM MOMENTO NA HISTÓRIA

Ele pôs um ídolo na reserva

postado em 20/11/2014 09:00 / atualizado em 09/12/2015 16:38

Eugênio Moreira /Estado de Minas

ARQUIVO / EM DA PRESS
Um dos maiores goleiros da história do Cruzeiro, ídolo de uma geração e ícone pelo uso da camisa amarela numa época de uniformes pouco ou nada ousados, Raul Guilherme Plassmann também viveu momentos ruins na Toca da Raposa. Um deles foi em 1973, quando perdeu a condição de titular. “Hélio, o gol a quem soube esperar a vez”, foi uma das manchetes do Estado de Minas em 26 de outubro daquele ano.

“Raul está perdendo a posição no Cruzeiro. Suas falhas no primeiro gol do Botafogo e no segundo contra o São Paulo, na partida anterior, não agradaram ao técnico Ílton Chaves, que estuda a volta de Hélio ao gol já na partida de domingo, em Recife, contra o Sport”, anunciava o texto. Segundo o treinador, contra os botafoguenses, os jogadores sentiram o gol de Nílson, em falha de Raul. O time perdeu de 2 a 1 de virada, no Maracanã, no dia 24. Entre meados de 1971 e início de 1972, o homem da camisa amarela também ficou afastado dos jogos, por ter entrado na Justiça desportiva para rescindir contrato e ganhar o passe.

No dia seguinte, a manchete do EM foi: “Raul reage. A reserva é injusta”. O goleiro estava revoltado com o afastamento da equipe, apesar de reconhecer a falha diante do Botafogo. Para ele, porém, não era motivo para ser barrado. Na manhã da véspera, Ílton Chaves tinha dado entrevista informando que o jogador pedira para não viajar ao Recife porque reconhecia a má fase e ainda sentia antigo problema no ombro direito. O atleta desmentiu: “Não sou um goleirinho qualquer para ser joguete, ser tirado do time ou escalado sem mais nem menos. Tenho um nome a zelar e moral bastante para ficar numa situação boa”, rebateu. Ele acabou não viajando. Hélio e Vítor foram os goleiros da delegação.

RETORNO Hélio Dias de Oliveira, de 29 anos, comemorava a volta à posição que foi dele por cerca de dois anos, depois que Raul entrou na Justiça contra o Cruzeiro: “Quem espera sempre alcança, e eu nunca desanimei. Não deixei de me cuidar, até me esforcei mais, para, quando tivesse uma nova chance, me encontrar em boas condições para segurar o lugar. Ela veio agora e tão cedo espero não perder a posição, pois esperei bastante para recuperá-la”. Ele havia saído da equipe depois de falhar em derrota por 3 a 1 para o Uberaba, em 12 de agosto, pelo quadrangular final do Campeonato Mineiro.

Na vitória por 3 a 0 sobre o Sport, no dia 28, Ílton Chaves ainda decidiu dar oportunidade a Vítor no fim da partida. Mas Hélio foi titular até março de 1974, totalizando, de 1971 a 1978, 207 partidas com a camisa da Raposa. Carioca, revelado no Botafogo, titular da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio’1964, ele trocou em 1966 a condição de reserva de Manga pela de titular do Atlético, até 1968. Em 1971, transferiu-se para o Cruzeiro. Ao deixar a Toca, ainda defendeu o América até 1981.

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