A uma semana de completar sete meses sem diretor de futebol, o Cruzeiro apresentou Isaías Tinoco como o substituto de Alexandre Mattos. Depois de dizer que conduziria as negociações do clube e apostar na experiência de Valdir Barbosa e Benecy Queiroz, o presidente Gilvan de Pinho Tavares rechaçou erro de planejamento na Raposa em 2015, após longo tempo sem um dirigente para comandar o departamento de futebol.
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Gilvan ressaltou que Alexandre Mattos trabalhava no América antes de chegar à Toca da Raposa. O mandatário cruzeirense disse ter visto como reconhecimento a proposta e a consequente ida do dirigente para o Palmeiras.
“O Alexandre Mattos veio com o olhar de desconfiança da maioria da torcida do Cruzeiro e da imprensa, porque era completamente desconhecido. Ele sequer era diretor de futebol do América. Ele era auxiliar de diretor de futebol. Nós confiamos nele, na competência dele. É um jovem atirado que se preparou, fez cursos e, junto com a nossa equipe, logramos um trabalho muito bom com ele. É bom ver alguém crescer na sua carreira, na sua vida. A gente fica satisfeito de ver que os profissionais que estão aqui, embora muitas vezes novos, estão bem vistos lá fora. Estamos sendo invejados pelos serviços que eles estão prestando aqui”, afirmou.
Depois de contratar Isaías Tinoco para a diretoria de futebol, Gilvan terá agora de buscar um novo diretor de marketing. Assim como argumentou sobre Alexandre Mattos, o presidente enalteceu os feitos de Marcone Barbosa, que trabalhará no Fluminense a partir de agosto.
“Quando assumimos o sócio-torcedor, nosso programa não tinha sequer 3 mil sócios. Vislumbrando essas deficiências do setor, a nossa diretoria atinou de buscar o doutor Júlio, um psiquiatra, que comanda o sócio do Internacional. Ele tem um know-how fantástico. Esse programa cresceu, o Marcone cresceu junto com o programa e, porque cresce e fica mais bem avaliado lá fora, fica valorizado. A gente tem certeza absoluta que, com a retaguarda que temos e com o profissional que estamos indo buscar, ele pode dar sequência ao bom trabalho que é feito aqui”, disse.
Contratações e aposta na base
Com Isaías Tinoco, o Cruzeiro planeja aumentar a integração entre as categorias de base e o elenco profissional. O agora diretor de futebol da Raposa trabalhava como gerente do departamento amador do Vasco. Segundo Gilvan de Pinho Tavares, o clube terá agora um novo modelo de trabalho, que pretende aproveitar mais atletas revelados na Toca I.
“O jogador da base será modelado para subir para o profissional do Cruzeiro. Vamos nos esforçar para diminuir o número dos atletas contratados para o futebol para abrir espaço para os atletas da base. A ideia é que tenhamos 22, 23 jogadores do profissional, e o restante para completar que sejam requisitados jovens da base para saber como é o ritmo do futebol profissional do Cruzeiro, para não sentirem nenhuma diferença entre o treino de lá e o treino de cá. O Deivid foi designado para essa função e vai, junto com o (Antônio) Mello e os profissionais da base fazer o trabalho integrado. O Isaías, um homem que conhece muito bem a base, pode ser o profissional o serviço que o Cruzeiro vai implantar na base e no futebol profissional”, explicou o presidente.
Até o fim da temporada 2015, o Cruzeiro não deve contratar mais jogadores. Enquanto a diretoria já planeja o próximo ano, Gilvan esclareceu os motivos para não pensar em mais reforços neste momento.
“Aquela cobrança que estava sendo feita, em cima de um atleta que não conseguimos contratar, achamos um só com o perfil exigido, o Robinho, mas não conseguimos competir com o futebol chinês. Clube nenhum consegue competir com a China. Não achamos ninguém no futebol brasileiro. No futebol estrangeiro, os valores são altos e os jogadores demoram quatro, cinco, seis meses para se adaptar. O Sorín, quando veio ao Cruzeiro, levou alguns meses para se adaptar. Como precisávamos de alguém para agora, não queríamos correr risco de gastar dinheiro dessa forma”, justificou.
