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Título internacional do Cruzeiro com 'jogo de um tempo só' completa 20 anos nesta segunda-feira

Clube celeste teve quatro jogadores expulsos no primeiro jogo da final contra o São Paulo e partida teve apenas 46 minutos; na volta, Raposa venceu nos pênaltis

postado em 02/11/2015 08:40 / atualizado em 28/10/2015 19:59

Cruzeiro/Divulgação
Os torcedores nascidos antes dos anos 90 hão de se recordar da quantidade de torneios organizados pela Confederação Sul-Americana na última década do século passado. Além da Copa Libertadores, havia diversas outras competições, que inchavam o calendário dos clubes, mas proporcionavam disputas interessantes durante toda a temporada.

Em 1995, o Cruzeiro participou de Campeonato Mineiro, Copa do Brasil, Copa Ouro, Copa Máster, Supercopa e Campeonato Brasileiro. Eliminado na fase semifinal na Supercopa e no Brasileirão, a Raposa acabou beliscando os títulos internacionais da Copa Máster e da Copa Ouro. Este último completa 20 anos nesta segunda-feira, 2 de novembro.

A Copa Ouro era um minitorneio disputado entre os campeões de Libertadores, Supercopa, Copa Máster e Copa Conmebol. A competição vigorou entre 1993 e 1995, à exceção de 1994, por causa da Copa do Mundo. O Cruzeiro participou em 93 e 95. Na primeira, foi eliminado pelo rival Atlético nas semifinais, nos pênaltis. O Galo acabou perdendo a decisão para o Boca Juniors.

Na segunda participação, o Cruzeiro foi campeão em cima do São Paulo, também nos pênaltis. Os argentinos do Vélez Sarsfield e do Independiente não disputaram o torneio, por falta de datas.

Jogo de um tempo só

Algumas curiosidades marcaram a decisão da Copa Ouro de 1995. No primeiro jogo entre Cruzeiro e São Paulo, no Mineirão, o Tricolor abriu o placar aos 8 minutos, com Palhinha, que viria a jogar na Toca da Raposa no ano seguinte. Aos 39, os cruzeirenses reclamaram de uma entrada dura do lateral Rogério Pinheiro no zagueiro celeste Rogério. Ao revidar, o defensor da Raposa foi expulso. O zagueiro Vanderci protestou contra o árbitro e também recebeu o cartão vermelho.

24/10/1995. Credito: Euler Junior/EM
Houve confusão e a partida ficou paralisada por 12 minutos. Fabinho e Marcelo Ramos também foram expulsos por reclamação. Para recompor o time, o técnico Ênio Andrade efetuou três substituições. No início do segundo tempo, o atacante Luiz Fernando Gomes caiu em campo e alegou sentir uma lesão muscular. O árbitro então encerrou o jogo, pois o Cruzeiro ficou com número insuficiente de atletas em campo. A Conmebol manteve o resultado de 1 a 0. Na época, o clube celeste foi criticado por parte da imprensa e por torcedores são-paulinos por forçar o término da partida simulando a contusão do atleta.

Dida garante o título

O jogo da volta foi disputado no Pacaembu, em uma quinta-feira à tarde, feriado de finados. Com um time muito desfalcado, por causa das quatro expulsões no primeiro jogo, o Cruzeiro venceu por 1 a 0, gol do reserva Dinei, levando a decisão para os pênaltis.

Bordon desperdiçou uma cobrança são-paulina e Dida defendeu o pênalti de Alemão, garantindo o título para o Cruzeiro. Essa foi a primeira decisão por pênaltis do goleiro com a camisa celeste. Ao todo, ele participou de quatro disputas, com defesas e classificações em todas elas. As demais foram contra o Boca Juniors, na Supercopa 1996, além de El Nacional e Colo Colo, ambas na Libertadores 1997.

Considerando as penalidades no decorrer das partidas, Dida defendeu 14 cobranças pelo Cruzeiro. Algumas delas foram efetuadas por atletas de expressão em jogos importantes, como Romário, do Flamengo, na Copa do Brasil de 95, Marcelinho Carioca, do Corinthians, na Copa do Brasil de 96, e Chilavert, do Vélez, na decisão da Supercopa de 96.