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“Recebi uma proposta oficial e, ontem (terça-feira), procurei a diretoria do Cruzeiro para oficializar. É uma proposta de um projeto grande, que num primeiro momento me inclinou em aceitar, mas que envolve muita coisa. E como envolve muita coisa, precisamos avançar em algumas tratativas minhas com o clube que me efetuou a proposta e outras que envolvem o Cruzeiro. As tratativas estão em andamento. Existe uma possibilidade maior que as coisas evoluam para “sim”, mas eu não tenho uma posição final”, afirmou o treinador, que admitiu ser improvável uma reviravolta.
“As coisas andaram bem e eu não gosto de enganar ninguém, mas não temos um acerto final. Você só oficializa quando há um acerto final. Quando isso estiver pronto, só pode partir do clube com quem você fez o acerto. Não é irreversível, mas está bem encaminhado e precisamos ter tudo acertado”, acrescentou.
Para a saída de Mano Menezes, o Cruzeiro tem de receber uma multa rescisória de R$ 7 milhões. O treinador não quis comentar se o pagamento desse valor é determinante para que ele ainda não tenha confirmado o acordo com o Shandong Luneng. “Essas coisas são relativamente sigilosas. Às vezes, vocês têm informações muito próximas, mas eu respeito o Cruzeiro para não abordar essas questões de forma tão aberta. Nós chamamos de negociação, e é isso que estamos fazendo nesse momento”, disse.

No Cruzeiro, Mano ainda tem contrato até o fim de 2017. O treinador admitiu que a oferta feita pelo Shandong Luneng é muito superior àquilo que recebe atualmente. “A gente precisa respeitar as decisões dos clubes, embora não concordemos com elas, pelo excesso de demissões. Da mesma forma que temos que respeitar as decisões dos técnicos. A proposta que recebi é completamente fora dos padrões da normalidade, por isso considero aceitar o trabalho. Não gosto de falar de questões financeiras, mas vocês podem ter certeza que como projeto, ideia e parte financeira não dá nem para pensar em desconsiderar”.
Coerência em discurso
Há dois meses, em entrevista ao Superesportes, Mano Menezes criticou treinadores que iam para “qualquer lugar”. “Não acho que acrescente ao técnico brasileiro ir para qualquer lugar. Se for para um nível muito baixo, receberá excelente salário, mas não terá condições de fazer um trabalho que te projete como técnico no mundo, que acho que é o mais importante”, disse naquela ocasião.
Já nesta quarta-feira, Mano comentou sobre a incoerência entre o discurso adotado há dois meses e a provável transferência para o Shandong Luneng. “Você analisa mais objetivamente quando há algo. Fora disso, você analisa teoricamente. Quando surge a oportunidade, você tem de pesar coisas pró e contra. Quando você opta por sim, é porque há mais coisas pró”, justificou.