
Na década de 1940, o Palestra virou Cruzeiro e, no decorrer das décadas, ganhou adeptos e colecionou páginas heróicas imortais. Em homenagem aos 95 anos do clube, o Superesportes convidou ídolos de diferentes gerações para elegerem um “time ideal” da Raposa.
Foram selecionados 30 protagonistas da história celeste para participar da “eleição”. Vários deles sofreram para montar sua seleção de todos os tempos e, no fim, preferiram se abster, casos dos ídolos Piazza, Joãozinho, Fábio, Dida, Tostão e Sorín.
"Já fiz e refiz uma lista de jogadores, não dá para escolher somente 11, serei muito injusto com grandes nomes do Cruzeiro e também com amigos meus", lamentou Piazza. Hoje residente nos Estados Unidos, Joãozinho adotou o mesmo discurso. Ao ser avisado pela reportagem que ele já era um dos mais votados, o ex-jogador se emocionou ao telefone.
"Tenho muitos ídolos e não posso ser injusto, por isso prefiro não votar. Quando menino, meu sonho era jogar ao lado de Tostão, Dirceu e Piazza. Sou um privilegiado na vida, pois esse meu sonho se concretizou. Hoje, sendo escolhido pelos próprios ídolos do Cruzeiro como um dos maiores do clube, é algo que me deixa radiante, não tenho palavras. Nem acho que joguei tanto assim. Tenho muita sorte", declarou Joãozinho.
Alguns jogadores abordados não puderam participar, caso de Ricardo Goulart, que ficou concentrado durante quase todo o mês de dezembro por conta do Mundial de Clubes e, posteriormente, entrou em recesso de Natal.
Critérios e justificativas
O desafio proposto aos ídolos foi: arme um time imbatível do Cruzeiro. Valia misturar atletas de diferentes gerações. Alguns preferiram escolher somente jogadores que viram jogar. Outros se curvaram à magia dos esquadrões celestes nos anos 60 e 70, mesmo sem tê-los visto.
Dirceu Lopes foi um dos que se divertiram com a situação. “O ano de 2003 foi o que mais fui ao Mineirão como torcedor, só para ver o Alex jogar. Mas, no meu time dos sonhos, eu tive que ceder a camisa 10 ao Rossi, que foi um ídolo da minha adolescência e jogou no Cruzeiro em uma geração anterior à minha”, justificou o Príncipe da bola.
Marcelo Ramos queria jogar ao lado dos craques que escolheu, mas acabou ficando no banco de reservas. “Meu ataque tem Dirceu Lopes, Alex, Tostão e Ronaldo. Bem que eu queria jogar com esses craques, mas não tem lugar para mim neste time não”, brincou.
Marcelo Moreno e Roberto Gaúcho mergulharam na brincadeira e deixaram a modéstia de lado. ”O ataque sou eu e meus parceiros Renato Gaúcho e Ronaldo. Que time é esse, hein?”, disse Roberto. Já o boliviano se escalou ao lado de Tostão e Ronaldo.
Uma situação bastante comum na votação foi escalar Piazza na zaga, embora ele tenha se destacado no Cruzeiro jogando como volante. A justificativa dos participantes era que o clube celeste tinha muitos craques históricos do meio para frente e poucos na zaga.
"Vou ter que colocar o Piazza na zaga para abrir uma vaga para mim no meio-campo”, divertiu-se Ricardinho. Outro volante, Ademir também justificou sua escolha. “Vi o Piazza de quarto zagueiro na Copa de 70 e ele foi muito bem, então pode jogar na zaga do meu time dos sonhos do Cruzeiro também”.
'Corpo de jurados'
Toparam o desafio e montaram seus times dos sonhos os seguintes personagens da história celeste: Ademir, Adilson Batista, Alex, Dirceu Lopes, Douglas, Evaldo, Marcelo Moreno, Marcelo Oliveira, Marcelo Ramos, Natal, Nelinho, Nonato, Palhinha (o primeiro), Raul, Ricardinho, Roberto Gaúcho e Zé Carlos.
Por receio de cometer injustiças e por dificuldade na escolha dos 11 melhores, abstiveram-se dos votos os seguintes convidados: Dida, Fábio, Fábio Júnior, Joãozinho, Palhinha (o segundo), Piazza, Renato Gaúcho, Sorín e Tostão.
Ricardo Goulart, por estar em concentração para o Mundial de Clubes no Japão, não pôde atender. Vanderlei Luxemburgo e Everton Ribeiro foram procurados por meio de suas respectivas assessorias de imprensa, mas não deram retorno. A reportagem também não conseguiu contato com Ronaldo.
Resultado da eleição em ordem dos mais votados:
Nelinho – 94%
Tostão – 88%
Dirceu Lopes – 88%
Piazza – 82%
Joãozinho – 65%
Nonato – 59%
Ronaldo – 59%
Perfumo – 53%
Raul – 53%
Alex – 53%
Zé Carlos – 41%
Dida – 30%
Ricardinho – 30%
Sorín – 24%
Natal – 24%
Procópio – 24%
Fábio – 18%
Douglas – 18%
Luizinho – 18%
Roberto Batata – 12%
Cris – 12%
Luisão – 12%
Vanderlei 12%
Aristizábal - 6%
Palhinha – 6%
Dedé – 6%
Evaldo – 6%
Hilton Oliveira – 6%
Gottardo – 6%
Ademir – 6%
Brito – 6%
Adilson – 6%
Wladimir – 6%
Rossi – 6%
Moraes – 6%
Darci Menezes – 6%
Carlinhos Sabiá – 6%
Everton Ribeiro – 6%
Marcelo Moreno – 6%
Marcelo Ramos - 6%
Tostão 2 - 6%
Técnicos
Ênio Andrade – 37,5%
Zezé Moreira – 25%
Marcelo Oliveira – 12,5%
Airton Moreira – 12,5%
Vanderlei Luxemburgo – 6,2%
Yustrich – 6,2%
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