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20 ANOS DA COPA DO BRASIL'1996

Levir exalta feito do Cruzeiro em 1996 sobre Palmeiras e lembra choro: 'Orgasmo espiritual'

Bi da Copa do Brasil, há 20 anos, foi o primeiro grande título da carreira de Levir Culpi

postado em 17/06/2016 08:00 / atualizado em 17/06/2016 09:57

(Foto: Arquivo/Estado de Minas)
Passados 20 anos, ainda é consenso entre os jogadores da campanha vencedora do Cruzeiro na Copa do Brasil de 1996: o técnico Levir Culpi foi um dos protagonistas. Foi ele o responsável por dar liga ao time cheio de jogadores vitoriosos e transformar o elenco numa família.

“Me considero uma peça importante daquela engrenagem. É aquela história, eu dei tudo de mim. Mas não adiantava se só eu fizesse isso”, disse o treinador ao Superesportes, exaltando a participação de seus comandados.

Ao superar aquela verdadeira seleção do Palmeiras em 1996, Levir, com 43 anos de idade, conquistou o seu primeiro título de expressão nacional. Até então, ele havia sido campeão catarinense com o Criciúma (1989) e paranaense com o Paraná Clube (1993).

Depois da vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras na decisão, disputada no antigo estádio Parque Antarctica, Levir foi às lágrimas e, por alguns instantes, deixou de lado a condição firme de comandante.

“Eu lembro bem. Foi uma espécie de um orgasmo espiritual. Não volta mais. Acabou, ganhou, conquistou. Fecha um trabalho. Naquela hora sai um peso muito grande das nossas costas”, conta.

(Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press)


Na entrevista que segue, Levir Culpi analisa o segundo título do Cruzeiro na Copa do Brasil, que completa exatos 20 anos no próximo domingo, 19 de junho.

Qual a importância daquele título na sua carreira?

Foi um dos títulos mais importantes da minha carreira pelo grau de dificuldade. Não sei se lembram, o Palmeiras tinha um time enorme, o investimento financeiro que fizeram foi impressionante. Eles passaram por Belo Horizonte, conseguiram um empate, mas nós fomos a São Paulo e vencemos. Foi inesquecível. Tenho uma lembrança muito boa. É um dos títulos mais valorizados para mim, porque o Palmeiras tinha uma seleção praticamente.

Conte algo que lhe marcou naquele período.

Foi uma trajetória brilhante. Me lembro bem que o Zezé (Perrella) deu uma cambalhota no Parque Antarctica. A união dos jogadores foi muito importante. E já são 20 anos, impressionante (risos).

Havia um motivo especial para aquele choro prolongado logo depois da conquista no ombro do preparador físico Odilon Guimarães?

Eu lembro bem. Foi uma espécie de um orgasmo espiritual. Não volta mais. Acabou, ganhou, conquistou. Fecha um trabalho. Naquela hora sai um peso muito grande das nossas costas. O bom do futebol são os resultados, as conquistas. Foi tudo muito bacana. E preciso destacar a recepção da torcida em Belo Horizonte, foi uma coisa impressionante.

O Palmeiras já contava com aquele título em casa?

O Palmeiras já tinha encomendado uma recepção em São Paulo, um jantar, alguma coisa assim. Eles já tinham encomendado depois do jogo. Ficou favorável para o Palmeiras, que tinha empatado fora (por 1 a 1, no Mineirão). Então eles encomendaram a festa. Mas na prática, no jogo, foi diferente.

Antes da final, o Estado de Minas produziu uma matéria em que os jogadores comiam uma leitoa assada, em alusão ao mascote do Palmeiras. Como reagiu ao ver a reportagem com Marcelo Ramos, Uéslei, Roberto Gaúcho e Cleison?


Não gostei da matéria, porque aqui no Brasil a gente é muito movido pela emoção. Você acaba motivando seu adversário, falando besteira. As pessoas interpretam de outra maneira. Às vezes a gente quer fazer uma brincadeira, mas as pessoas distorcem. Não pensam na linha de raciocínio, projetam aquilo para tirar alguma coisa de proveito. Nessas horas a gente tem que procurar evitar ao máximo de falar algo que pode ser usado contra você. Lembro que cobrei sim dos jogadores.

O goleiro Dida é lembrado até hoje pela atuação memorável na final contra o Palmeiras, ao salvar bolas quase impossíveis. Defina a importância dele naquele título.


Acho que foi uma das maiores atuações de um goleiro em jogos decisivos no Brasil. O Dida fechou o gol. Ele estava muito inspirado, sempre calmo. Naquele jogo, realmente, talvez tenha jogado o melhor jogo da carreira dele. Ele tem vários milagres na história do Cruzeiro e na carreira. Além de ser uma pessoa brilhante, também é como jogador.

Todos os jogadores ouvidos pelo Superesportes elogiaram pela forma como você agregou, uniu o time. Isso foi fator determinante na conquista?


Me considero uma peça importante daquela engrenagem. É aquela história, eu dei tudo de mim. Mas não adiantava se só eu fizesse isso. Muita gente participou daquilo, os atletas, comissão técnica, diretoria e a torcida. Muita gente torceu, fez o máximo. O ambiente estava muito favorável. Foi uma somatória de competência. Um último suspiro. Estávamos muito fechados. Me sinto uma peça dessa engrenagem toda. Sinceramente, decisões como essa foram poucas. Fico feliz por ter participado daquilo.

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