
A formação do time bicampeão brasileiro em 2013 e 2014 é um dos fatores que fizeram a dívida operacional com futebol disparar. De um ano para o outro, os valores cresceram de R$ 43 milhões para R$ 72 milhões. Após diversas perdas no time multicampeão, a remontagem do elenco também fez com que as cifras crescessem até o valor atual, que é de R$ 78 milhões, segundo o estudo.
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O clube não comenta publicamente sobre as finanças, que são tratadas internamente. O balanço financeiro anual, por outro lado, é divulgado em jornais de grande circulação. No documento sobre 2015, o Cruzeiro contradiz os valores da pesquisa e afirma que a dívida é de R$ 183.423.991,20. Internamente, os dirigentes admitem que as despesas na montagem do time bicampeão ainda impactam os investimentos celestes, que caíram drasticamente nesta temporada.
As dívidas relativas a impostos não pagos ao governo também aumentaram. De R$ 45 milhões em 2012, o valor subiu até R$ 167 milhões em 2015, diz o estudo do Itaú BBA. A vantagem é que os valores estão sendo renegociados e parcelados a partir da adesão do clube ao Programa de Modernização do Futebol Brasileiro (Profut). E isso já tem afetado o modo de gerir o Cruzeiro, que pode utilizar, no máximo, 80% da receita bruta no futebol.
Para os próximos anos, segundo o economista, a tendência é que os investimentos no esporte caiam, para que a dívida seja equacionada.
“Os clubes vão ter que se adequar. E, certamente, vão ter trabalho ao longo de 2016. Alguns começaram antes, então vai ser um trabalho menos doloroso em 2016. O Cruzeiro tem que se adequar, para que em 2017 o clube comece com uma adequação ao Profut mais organizada. O que é bom é que parece que o Cruzeiro está fazendo isso. O que é ruim para o torcedor é que ele tende a ver times menos fortes nos próximos anos”, analisou Grafietti.