Há exatos 13 anos, o Cruzeiro encerrava a melhor temporada de sua história com a conquista do Campeonato Brasileiro. O lugar ao topo na primeira edição do torneio por pontos corridos coroou um ano mágico, em que o clube celeste ganhou todas as competições nacionais que disputou. A vitória por 2 a 1 sobre o Paysandu no dia 30 de novembro, num Mineirão com mais de 73 mil torcedores, deu à equipe celeste o primeiro título da Série A – posteriormente, em 2010, a Confederação Brasileira de Futebol unificou os campeonatos e considerou a Taça Brasil de 1966 como Primeira Divisão do Brasileiro.
Nesta quarta-feira, integrantes do grupo praticamente imbatível relembraram o feito que jamais foi alcançado por outra equipe no país. Astro da equipe, o meia Alex relatou o "conto de fadas" vivido pelo clube. “Se você não acredita em duendes e fadas, ou você não vivia em 2003 ou não era cruzeirense. Foi um ano espetacular em todos os sentidos. Desde o primeiro dia de pré-temporada, quando fomos para Araxá, as coisas funcionaram de uma maneira espetacular. Vencemos o Mineiro passeando, ganhamos a Copa do Brasil e já tínhamos a cereja, faltava aumentar o bolo, que era o Campeonato Brasileiro. Foram momentos mágicos. Em um conceito geral, para nós e para o torcedor, o ano acaba no jogo do Paysandu, mas ainda tivemos um tempinho para podermos nos divertir, que foram os jogos contra Fluminense e Bahia. Foi magia pura, um ano que vamos lembrar para sempre, cada segundo, cada momento, porque aquilo não acontece a toda hora”, disse o camisa 10 do time à época, em entrevista ao site oficial do Cruzeiro.
“Quero dar um grande abraço na torcida cruzeirense, em um momento delicado no Brasil devido ao acidente que, infelizmente, a Chapecoense sofreu. Mas, não posso deixar de lembrar e de agradecer ao Cruzeiro e ao cruzeirense pela oportunidade que me deram de poder participar um pouco desta rica história que tem o Clube. É uma data impossível de se esquecer”, frisou Alex.
Também em declaração ao site do Cruzeiro, o goleiro Gomes, 35, ainda em atividade pelo Watford da Inglaterra, destacou a projeção alcançada na carreira ao ser o camisa 1 do grupo comandado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.
“Em menos de dois anos como titular do Cruzeiro, um cara lá do interior de Minas, ganhar a Tríplice Coroa... Eu sempre tinha um sonho de ser jogador de futebol. Começar a carreira sendo campeão pelo seu time do coração é uma grande honra. Não podia pedir mais a Deus do que aconteceu na minha carreira. Fiquei muito feliz por ter participado daquele time. Os jogadores abraçaram a causa e caminhamos juntos até a grande conquista do ano que foi o Campeonato Brasileiro. Somos muito orgulhosos de termos feito parte de uma equipe tão vitoriosa”.
O Cruzeiro ganhou o Campeonato Mineiro de 2003 de maneira invicta. Em 12 jogos, venceu 10 e empatou dois. O título da Copa do Brasil também foi alcançado sem uma derrota sequer: oito vitórias e três empates. Já no Brasileiro, a Raposa obteve 72,46% de aproveitamento, com 100 pontos somados em 138 disputados (31 vitórias, sete empates e oito derrotas).
FICHA TÉCNICA DE CRUZEIRO 2X1 PAYSANDU
CRUZEIRO: Gomes; Maurinho, Cris, Edu Dracena e Leandro; Augusto Recife (Felipe Melo), Maldonado, Wendel (Sandro) e Zinho; Márcio Nobre e Aristizábal (Mota)
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
PAYSANDU: Carlos Germano; Lecheva, Lima, Jorginho e Souza; Vanderson, Sandro, Vélber (Junior Amorim) e Magnum; Aldrovani e Jóbson (Alexandre Pinho)
Técnico: Ivo Wortmann
- Gols: Zinho, aos 7min do 1ºT, e Mota, aos 29min do 2ºT (CRU); Aldrovani, aos 47min do 2ºT (PAY)
- Cartão amarelo: Sandro (PAY)
- Motivo: 44ª rodada do Brasileiro
- Local: Mineirão
- Data: 30/11/2003
- Árbitro: Heber Roberto Lopes
- Pagantes: 73.141
- Renda: R$ 827.201,00
Principais artilheiros do time na temporada:
- Alex - 39 gols
- Deivid - 28 gols
- Aristizábal - 28 gols
- Mota - 25 gols
- Márcio Nobre, Thiago Gosling e Edu Dracena - 6 gols cada