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Huracán intima Cruzeiro a pagar, em dez dias, dívida relativa à compra dos direitos de Ábila

Se não cumprir acordo, clube mineiro pode ficar obrigado a comprar imediatamente a totalidade dos direitos do atleta. Alternativa seria devolvê-lo ao Huracán

postado em 30/12/2016 09:17 / atualizado em 30/12/2016 09:47

08/10/2016.Credito: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Por meio do seu site oficial e das redes sociais do clube, o Huracán da Argentina emitiu um comunicado nessa quinta-feira "intimando" o Cruzeiro a quitar a dívida relativa à compra de 50% dos direitos econômicos do atacante Ramón Ábila, fechada em junho.

O Cruzeiro adquiriu metade dos direitos do centroavante de 27 anos por US$3,82 milhões e ainda assumiu todas as taxas e impostos do negócio. Com esses encargos, o valor da transação pelos primeiros 50% dos direitos acabou acertado em US$4,2 milhões (R$ 13,6 milhões). Até aqui, a cúpula celeste pagou US$2,7 milhões, depositados em agosto, e ainda deve US$1,5 milhão (R$ 4,8 milhões), montante que deveria ter sido pago até 5 de dezembro.

No comunicado, o Huracán deu prazo de dez dias, a contar de 29 de dezembro, para o Cruzeiro quitar a dívida. Ainda segundo a nota, caso o clube mineiro não deposite o valor nesse período, automaticamente estará obrigado a “pagar a totalidade dos direitos de Ábila, assumindo todos os gastos por essa opção e interesses que correspondam”.

Alejandro Nadur, presidente do Huracán, explicou nesta sexta-feira pela manhã, ao Superesportes, que o não cumprimento dos compromissos por parte do Cruzeiro resultará na devolução imediata de Ábila e uma ação na Fifa.

”O Cruzeiro nos deve US$ 1,5 milhão ainda pelos 50% dos direitos. Caso não faça o pagamento em dez dias, terá que assumir a compra de 100% imediatamente, pagando US$ 1,5 milhão e ainda US$ 4 milhões líquidos, livres de impostos, pela outra metade. A consequência de não cumprir seria a devolução do jogador”, disse Nadur à reportagem.

Ábila teria então custo total ao Cruzeiro de US$ 8,2 milhões (R$ 26 milhões), sem levar em conta ainda os impostos que teriam de ser pagos pela compra dos 50% restantes. Com esses valores, ele passaria a ser o atleta mais caro já adquirido pelo clube na história.

Contrato

Como o Superesportes adiantou em 19 de dezembro, o contrato de compra de Ramón Ábila tem cláusulas muito prejudiciais ao Cruzeiro. Mesmo depois de pagar por 50% dos direitos do jogador, o clube seria obrigado a depositar mais US$ 4 milhões líquidos em 5 de dezembro de 2017 para adquirir a outra metade do “passe”. Se abrisse mão dessa compra, a diretoria cruzeirense teria que devolver o jogador ao Huracán a partir de 2018.

Logo, o investimento feito inicialmente no atleta serviria apenas para manter a “sociedade” com os argentinos numa futura transferência. Cada instituição teria direito a 50% de uma eventual venda. No futebol, essa situação é rara. Na maioria das vezes, o clube comprador de parte dos direitos econômicos fica em definitivo com os direitos federativos do atleta, sem ter a obrigatoriedade de efetuar a compra total e de devolvê-lo se não adquirir o percentual restante.

A cláusula que cogita a devolução de Ábila, bastante lesiva ao Cruzeiro, nada mais é que um mecanismo para forçar ao máximo a venda do jogador este ano ou em 2017.

Nessa quinta-feira, o agente de Ábila, Adrián Roucco, disse não ter propostas por Ábila.

Veja a nota original do Huracán


Reclamo al Cruzeiro por el pago del pase de Ramón Ábila

En el dia de hoy, jueves 29 de diciembre, desde el club y con la firma del Presidente Nadur, se intimó al Cruzeiro a transferir la segunda cuota del 50% del pase de Wanchope Ábila.

A partir de esta intimación, corren 10 días para que el club brasileño cumpla con lo acordado, de no ser así deben pagar el total de la opción de compra, los gastos de la opción y los intereses que correspondan, sin perjuicio de las sanciones previstas en el Reglamento sobre el Estatuto y la Transferencia de Jugadores de FIFA.


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