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Ábila se reúne com diretoria do Cruzeiro e pede para jogar: 'Se não der, que pensem outra opção', diz agente

Atacante está insatisfeito com as poucas oportunidades de sequência

postado em 04/07/2017 18:18 / atualizado em 05/07/2017 15:20

Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press
A trajetória de Ramón Ábila com a camisa do Cruzeiro parece caminhar para um fim melancólico. Reserva da equipe de Mano Menezes, o atacante argentino se reuniu com a diretoria celeste para mostrar sua insatisfação com as poucas oportunidades de embalar uma sequência entre os titulares da Raposa. De acordo com seu agente, Adrián Ruocco, a conversa foi há cerca de uma semana.

“O Ábila se reuniu com a diretoria e manifestou que quer jogar, nada mais, espera fazer isso com a camisa do Cruzeiro e que, se isso não puder acontecer, que pensem em alguma opção”, confidenciou Ruocco ao Superesportes. “Ele quer jogar e manter o ritmo de jogo. Se fizer isso no Cruzeiro, melhor”, complementou.

A reportagem pediu um posicionamento da diretoria acerca do assunto, mas ainda não houve retorno.

Coincidentemente, no início desta semana surgiram notícias do interesse de clubes estrangeiros na contratação do atacante. A imprensa argentina indicou que Ábila estaria na pauta do Racing e do Boca Juniors, por exemplo. Na Europa, o português ‘A Bola’ noticiou a intenção do Benfica de contar com o goleador. “Independentemente do lugar, ele quer jogar. Não tem nenhuma preferência. Mas é melhor se ele puder jogar pelo Cruzeiro”, disse Ruocco, que garantiu não existir propostas oficiais pelo camisa 9.

Artilheiro do Cruzeiro na temporada, com 13 gols, Ramón Ábila ainda não teve uma sequência de quatro jogos entre os titulares de Mano Menezes em 2017. A maior série de partidas em que foi escalado entre os 11 aconteceu no mês de maio, quando atuou contra Nacional-PAR (eliminação na Copa do Sul-Americana, em 10/05); São Paulo (1ª rodada do Brasileirão, 1 a 0, em 14/05) e Sport (2ª rodada do Brasileião, 1 a 1, em 21/05). O argentino tem 32 jogos neste ano, 14 como titular.

As chances de Ábila embalar uma sequência com Mano Menezes diminuíram ainda mais nos últimos dois meses, quando o Cruzeiro anunciou as contratações dos também atacantes Rafael Marques, ex-Palmeiras, e Sassá, ex-Botafogo. O último, inclusive, tem características bem semelhantes as do atacante: típico camisa 9, jogador de força e fixo na área. Além dos três, o treinador celeste tem à disposição para o setor Rafael Sobis e Raniel. Judivan está no departamento médico. 

Imbróglio

Além da falta de sequência, Ramón Ábila é protagonista de um imbróglio envolvendo Cruzeiro e Huracán-ARG, seu ex-clube. As desavenças entre os clubes começaram em dezembro de 2016. À época, o clube brasileiro deixou de pagar 1,5 milhão de dólares (cerca de R$ 4,8 milhões) referentes a uma das parcelas da compra de 50% dos direitos econômicos do atacante, acordada em junho daquele ano. Desde então, dirigentes dos clubes trocaram farpas por meio da imprensa.
 
Alejandro Nadur, presidente do Huracán, tornou públicas as cobranças feitas ao Cruzeiro. Recentemente, o Cruzeiro foi intimado pela Fifa a pagar o valor devido em um mês, mas o prazo já foi prorrogado. 

O responsável pela defesa do Cruzeiro na Fifa é o advogado Breno Tanure, especialista em direito desportivo internacional. Esse processo pode demorar e levar até três anos para ser concluído, acredita o advogado. “Demora. Tem essa primeira etapa. Depois deve ouvir as partes mais uma vez. Tem a fase de apelações. É longo. Acredito que pode se estender por até três anos”.

A contratação de Ramón Ábila

Em junho de 2016, o Cruzeiro adquiriu metade dos direitos do atacante argentino, de 27 anos, por US$3,82 milhões e ainda assumiu todas as taxas e impostos do negócio. Com esses encargos, o valor da transação pelos primeiros 50% dos direitos acabou acertado em US$ 4,2 milhões (R$ 13,6 milhões).

Até agora, a cúpula celeste pagou US$ 2,7 milhões, depositados em agosto, e ainda deve US$ 1,5 milhão (R$ 4,8 milhões), montante que deveria ter sido acertado inicialmente até 6 de dezembro. Na negociação acertada pelo então diretor de futebol Thiago Scuro, o clube celeste se compromete a comprar os outros 50% dos direitos por US$4 milhões até dezembro de 2017. 


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