Garantido na Libertadores de 2018 e distante da briga pelo título do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro luta por outros objetivos na competição. Um desses é melhorar o desempenho ofensivo. Com 38 gols marcados em 31 jogos, o time está com média de 1,22 por partida, a segunda pior desde 2003, quando a Série A começou a ser disputada por pontos corridos. A equipe celeste terá sete jogos para evitar esse recorde negativo. Os adversários serão Flamengo, Vitória, Botafogo, todos fora de casa, e Atlético-PR, Fluminense, Avaí e Vasco, no Mineirão.
A pior média do ataque do Cruzeiro nesse formato de disputa foi em 2015. Na ocasião, a equipe marcou 44 gols em 38 rodadas, totalizando uma média de 1,15 por jogo. Naquele ano, o time - que também era treinado por Mano Menezes - teve o nono melhor desempenho ofensivo da competição.
Em 2015, apesar do desempenho ruim do sistema ofensivo, Mano tinha atacantes mais decisivos do que aqueles que estão no elenco atual. Naquela oportunidade, os jogadores de frente marcaram 23 vezes, o que corresponde a mais de 52% dos gols feitos. Willian, hoje no Palmeiras, foi o principal goleador, com 11.
Neste ano, o artilheiro da equipe no Brasileiro é o meia Thiago Neves, com sete gols. Os atacantes celestes fizeram, juntos, 18 gols – 47,36% do total marcado pelo time na Série A. O que tem melhor marca é Sassá, que disputou 15 partidas e foi às redes em seis oportunidades. Ele se recupera de cirurgia no joelho direito e dificilmente voltará ao time nesta temporada. Na sequência, aparecem Rafael Sobis, com quatro gols, Ramon Ábila, com três, Raniel, com dois, e Rafael Marques, Elber e Alisson, com um cada. Os dois últimos chegaram ao profissional do Cruzeiro como meias, mas vêm atuando mais adiantados, pelas beiradas do ataque.
Entre os jogadores citados acima, Ramón Ábila não está mais no Cruzeiro. Ele foi negociado com o Boca Juniors, em agosto, e repassado ao Huracán. Raniel, por sua vez, se recupera de lesão nas duas coxas e só voltará ao time em 2018. Rafael Marques chegou à Toca em maio, em uma troca envolvendo o lateral Mayke, que foi para o Palmeiras. Ele não se firmou no ataque celeste, seja atuando pelas beiradas ou como homem de referência. O atacante, muito criticado pela torcida, marcou um gol em 17 partidas.
A média de gols marcados pelos atacantes do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro deste ano é superior àquelas das campanhas do bicampeonato, conquistado em 2013 (45,4% de média) e 2014 (44,7% de média). No entanto, o sistema ofensivo do clube naqueles anos foi muito mais eficaz. No primeiro, o time marcou 77 gols; no segundo, 67.
Em números absolutos, os atacantes de 2003 contabilizaram a maior quantidade de gols: 57. Vale ressaltar que o campeonato era disputado por 24 equipes e, portanto, tinha 46 rodadas. Ainda assim, as estatísticas impressionam, já que o Cruzeiro marcou 102 gols e chegou a 72,46% de aproveitamento no título (100 pontos, com 31 vitórias, sete empates e oito derrotas).
Veja a média de gols do Cruzeiro em cada Brasileiro por pontos corridos:
2003 – 102 gols em 46 jogos (2,21)
Gols de atacantes: 57 (55,8%)
Aristizábal – 21; Deivid – 15; Mota – 15; Márcio Nobre – 5; Alex Alves – 1
2004 – 69 gols em 46 jogos (1,5)
Gols de atacantes: 42 (60,8%)
Fred – 14; Jussiê – 12; Dudu – 8; Tapia – 4; Lima – 2; Guilherme – 2
2005 – 73 gols em 42 jogos (1,73)
Gols de atacantes: 36 (49,31%)
Alecsandro – 11; Fred – 10; Diego – 9; Weldon – 3; Adriano Louzada – 1; Daniel Morais – 1; Lopes – 1;
2006 – 52 gols em 38 jogos (1,36)
Gols de atacantes: 21 (40,3%)
Giovane Élber – 6; Alecsandro – 5; Gil – 3; Carlinhos Bala – 3; Diego – 2; Ferreira – 2
2007 – 73 gols em 38 jogos (1,92)
Gols de atacantes: 46 (63,01%)
Roni – 12; Guilherme – 10; Alecsandro – 10; Marcelo Moreno – 6; Araújo – 5; Nenê – 2; Rômulo – 1
2008 – 59 gols em 38 jogos (1,55)
Gols de atacantes: 26 (44%)
Guilherme – 18; Thiago Ribeiro – 3; Weldon – 2; Marcelo Moreno – 1; Rômulo – 1; Wanderley – 1
2009 – 58 gols em 38 jogos (1,52)
Gols de atacantes: 34 (58,6%)
Wellington Paulista – 14; Thiago Ribeiro – 8; Kléber – 7; Eliandro – 2; Guerrón – 2; Zé Carlos – 1
2010 – 53 gols em 38 jogos (1,39)
Gols de atacantes: 27 (50,9%)
Thiago Ribeiro – 8; Wellington Paulista – 7; Farías – 3; Robert – 3; Wallyson – 3; Kléber – 2; Guerrón – 1
2011 – 48 gols em 38 jogos (1,26)
Gols de atacantes: 23 (47,91%)
Anselmo Ramon – 10; Wallyson – 4; Farías – 2; Ortigoza – 2; Wellington Paulista – 2; Bobô – 1; Keirrson – 1; Thiago Ribeiro – 1
2012 – 47 gols em 38 jogos (1,23)
Gols de atacantes: 29 (61,7%)
Wellington Paulista – 10; Borges – 7; Anselmo Ramon – 4; Martinuccio – 4; Elber – 2; Wallyson – 2
2013 – 77 gols em 38 jogos (2,02)
Gols de atacantes: 35 (45,45%)
Borges – 10; Willian – 7; Vinícius Araújo – 7; Luan – 5; Dagoberto – 4; Anselmo Ramon – 1; Elber – 1
2014 – 67 gols em 38 jogos (1,76)
Gols de atacantes: 30 (44,77%)
Marcelo Moreno – 15; Marquinhos – 4; Alisson – 3; Dagoberto – 3; Borges – 2; Willian – 2; Hugo Ragelli – 1
2015 – 44 gols em 38 jogos (1,15)
Gols de atacantes: 23 (52,27%)
Willian – 11; Leandro Damião – 4; Alisson – 3; Vinícius Araújo – 2; Joel – 1; Marinho – 1; Marquinhos – 1
2016 – 48 gols em 38 jogos (1,26)
Gols de atacantes: 23 (47,91%)
Ábila – 7; Alisson – 4; Rafael Sobis – 4; Willian – 4; Elber – 2; Douglas Coutinho – 1; Riascos – 1
2017 – 38 gols em 31 jogos (1,22)
Gols de atacantes: 18 (47,36%)
Sassá (6), Rafael Sobis (4), Ábila (3), Raniel (2), Alisson (1), Elber (1), Rafael Marques (1)