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Cruzeiro volta a disputar a Libertadores e deixa a superstição de lado pelo tri

Em 76, time teve técnico e elenco do ano anterior, como agora, e saiu campeão; na caminhada do bi, grupo sofreu várias mudanças até garantir a taça

postado em 13/12/2017 11:02 / atualizado em 13/12/2017 11:11

Arquivo EM
Torcedor normalmente é cheio de superstição, mas a verdade é que, em se tratando de Copa Libertadores, não há receita para ser campeão. Que o diga o Cruzeiro, que voltará a disputar a competição depois de dois anos ausente e sonha com o tri. Se na primeira conquista, em 1976, manteve o time vice-campeão brasileiro no ano anterior e o treinador, em 1997, quando foi bi, mudou não só a comissão técnica, como também contratou jogadores, alterando até a forma de atuar.

Em 1976, a diretoria celeste, então comandada por Felício Brandi, manteve Zezé Moreira como treinador, mesmo com a perda do título brasileiro de 1975 para o Internacional. Ex-técnico da Seleção Brasileira (inclusive na Copa do Mundo de 1954), ele era tido por alguns como retranqueiro e por outros como moderno, pois gostava de um time compacto na marcação, contando até com a ajuda de atacantes.

O time celeste era muito forte, com jogadores como Raul, Nelinho, Piazza, Zé Carlos, Eduardo, Roberto Batata, Palhinha e Joãozinho. E ainda se reforçou com Jairzinho, que deu mais poder ofensivo à Raposa. A campanha foi excelente: 11 vitórias, um empate e só uma derrota. Foram 46 gols marcados e apenas 17 gols sofridos. Os números mostram quão foi acertada a decisão de manter grupo e comissão técnica. Nem a trágica morte de Roberto Batata, em acidente automobilístico, abalou a equipe.

Em 1997, o presidente Zezé Perrella também desejava continuar com o técnico Levir Culpi. Afinal, ele havia levado a Raposa aos títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Mineiro, além de ter chegado à final da Supercopa dos Campeões da Libertadores – perdeu para o Vélez Sarsfield. O paranaense, porém, deixou a Toca seduzido por proposta do japonês Cerezo Ozaka.

O ex-zagueiro Oscar Bernardi, que não tinha a experiência necessária para o cargo, foi contratado. Acabou demitido depois de cinco jogos, entre eles a derrota em casa para o Grêmio, na estreia na Libertadores. Deu lugar a Paulo Autuori, que havia sido campeão brasileiro com o Botafogo dois anos antes. O Cruzeiro perdeu para Alianza e Sporting Cristal, ambos no Peru, e só venceu na quarta rodada: 1 a 0 sobre o Tricolor Gaúcho no Olímpico. As vitórias em casa sobre os peruanos permitiram a classificação.

Para os mata-matas, foram contratados jogadores como o zagueiro Wilson Gottardo e o atacante Marcelo Ramos, que havia se transferido para o PSV, da Holanda. O time engrenou, passou por El Nacional-EQU, Grêmio e Colo-Colo-CHI até chegar à final contra o Sporting Cristal. Empatou sem gols fora e venceu por 1 a 0 no Mineirão, gol de Elivélton, um dos reforços do início do ano.

COINCIDÊNCIA

Para quem de fato é supersticioso, o Cruzeiro poderá voltar a ser campeão 21 anos depois do último título da Libertadores. É o mesmo espaço de tempo entre a primeira e segunda conquistas, o que deixa muitos torcedores otimistas.

O que a história mostra:

- Década de 1970
Time-base de 1975
Raul; Nelinho, Moraes, Darci Menezes e Vanderlei; Piazza, Zé Carlos e Eduardo; Roberto Batata, Palhinha e Joãozinho. Técnico: Zezé Moreira

Time-base de 1976
Raul; Nelinho, Moraes, Darci Menezes e Vanderlei; Piazza, Zé Carlos e Eduardo; Roberto Batata (Jairzinho), Palhinha e Joãozinho.
Técnico: Zezé Moreira

- Década de 1990
Time-base de 1996
1º semestre

Dida; Vítor, Célio Lúcio, Gélson e Nonato; Fabinho, Ricardinho (Donizete Oliveira), Cleison e Palhinha; Marcelo Ramos e Roberto Gaúcho. Técnico: Levir Culpi

2º semestre

Dida; Vítor, Célio Lúcio, Gilmar e Nonato; Fabinho, Ricardinho, Donizete Oliveira (Aílton) e Cleison; Palhinha e Paulinho McLaren. Técnico: Levir Culpi

Time-base de 1997
Dida; Vítor, Wilson Gottardo (Rogério), Gélson (Célio Lúcio) e Nonato; Fabinho, Ricardinho (Donizete Oliveira), Cleison e Elivélton; Palhinha e
Marcelo Ramos (Aílton).
Técnico: Paulo Autuori

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