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Vídeo divulgado por torcedores mostra que coordenador de segurança contrariou nota da Minas Arena em caso de homenagem a Marielle no Mineirão

Diferentemente do que disse a concessionária em nota, coronel Teatini disse em vídeo que o Gigante da Pampulha 'não é lugar de manifestação política'

postado em 19/03/2018 16:44 / atualizado em 19/03/2018 16:44

Reprodução/Comando Rasta
O movimento Resistência Azul Popular, criado por torcedores do Cruzeiro, divulgou vídeo (veja abaixo) em que o coordenador de segurança da Minas Arena, coronel Sandro Teatini, afirma que o Mineirão “não é lugar de manifestação política”. As imagens, aparentemente gravadas com uma câmera escondida e publicadas nesta segunda-feira, foram disponibilizadas depois de a concessionária que administra o estádio proibir homenagem a Marielle Franco, vereadora pelo Rio de Janeiro assassinada na última quinta-feira. Os ativistas levaram uma faixa com os dizeres “Marielle Presente” ao Gigante da Pampulha na vitória do Cruzeiro por 2 a 0 sobre o Patrocinense, no último sábado. 

Nas redes sociais, o movimento questiona: “Quem acredita na nota da Minas Arena?”. Isso porque a administradora do Mineirão apresentou comunicado à imprensa após o episódio garantindo que “atos de manifestação, comunicados previamente, têm acontecido de forma organizada e, ainda, recebido apoio das mídias do estádio, como o telão e sistema de sonorização”. No vídeo disponibilizado pela Resistência Azul Popular, coronel Sandro Teatini afirma que “aqui (Mineirão) é local de manifestações esportivas, não políticas” e reitera, justificando o motivo pela retirada da faixa: “O que eu questiono é que a questão dela foi politizada”, complementa.

Procurada depois da divulgação do vídeo, a Minas Arena informou que “o assunto será tratado internamente”. Na nota divulgada nesse sábado, a concessionária ainda afirma que "O Mineirão apoia toda manifestação pacífica das torcidas que frequentam o estádio. Para tanto, as faixas posicionadas na arena são previamente apresentadas e aprovadas, em conjunto com autoridades competentes o que, infelizmente, não aconteceu neste caso”.

Entenda o caso

Na noite da última quarta-feira, a vereadora Marielle Franco, 38, e o motorista Anderson Gomes, 39, foram brutalmente assassinados dentro de um carro, na região central do Rio de Janeiro. A principal hipótese da Polícia Civil é que foi uma execução. As circunstâncias do crime fizeram com que o caso ganhasse repercussão mundial e originassem manifestações dentro e fora do país.

Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada da cidade do Rio de Janeiro. Defensora dos direitos humanos e ativista negra, a parlamentar voltava para casa após participar do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, roda de conversa realizada na Lapa, ao ser abordada pelos criminosos.

A vereadora foi atingida com quatro tiros na cabeça. O motorista, por sua vez, foi alvo de três disparos nas costas. Inicialmente, a Polícia Civil é a responsável por investigar o caso.

De acordo com reportagem exibida pela TV Globo, a perícia concluiu que o lote de munições utilizados foi comprado pela Polícia Federal. O caso está sob investigação.

Renan OLAZ/AFP

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