Uma bola mal afastada por Egídio aos 21min do primeiro tempo possibilitou ao Vasco passar à frente do Cruzeiro no duelo desta quarta-feira, no Mineirão, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. Ao recuperar a redonda, o meio-campista Andrey, do time carioca, acertou um belo chute no ângulo esquerdo de Fábio. Na etapa final, a Raposa pressionou e conseguiu o empate, em chute de Raniel, mas não foi capaz de virar a partida. Assim, o equívoco do camisa 6 influenciou diretamente no resultado, que fez a equipe mineira cair do segundo para o quarto lugar, com 17 pontos.
Na entrevista coletiva, Mano Menezes adotou a postura do 'morde e assopra'. Ele classificou a tentativa de passe de Egídio como 'desnecessária', mas considerou que todos estão sujeito a erros e garantiu liberdade aos atletas na 'tomada de decisões'.
“Erro acontece no futebol. Mas o chute foi espetacular, né?! Você tem que reconhece os méritos do adversário. Foi um chute indefensável. Errou um passe, talvez subestimou a jogada, achou que estava controlado. Meteu um (chute de) três dedos desnecessário, no lugar errado. Mas muitas vezes essa trivela dá uma boa opção de saída, e a gente não pode tirar a confiança dos jogadores. O erro faz parte do futebol”.
O próprio Egídio, em entrevista à TV Globo, reconheceu a falha no lance do gol vascaíno. “Abalar não abalou, mas a gente fica chateado. Atrás, temos que fazer o simples. Eu ia dar de chapa para sair com a bola, o Sobis estava sozinho, mas tentei dar de lado do pé. Então a culpa realmente foi minha, eu assumo, depois o cara teve a felicidade de acertar um balaço no ângulo”.
Fora o equívoco, o lateral-esquerdo cruzeirense contabilizou bons números na partida. Segundo o Footstats, Egídio acertou 56 passes e errou apenas três, além de ter contribuído com quatro assistências para finalizações.
Quem não conseguiu emplacar boas jogadas foi o atacante Marcelo, de 20 anos, escalado por Mano Menezes no lugar de Lucas Silva aos 14min do segundo tempo. Nas poucas vezes em que pegou na bola, o camisa 31 errou cruzamentos e perdeu a posse da bola. Ele disputou somente o terceiro jogo como profissional.
“Eu comentei aqui antes numa resposta, que é quase cruel ter que colocar um menino com pouca rodagem. Mas só tem um jeito de ganhar rodagem, passando pelo que ele passou, errando, acertando. Não vai ser sobre o Marcelo a cobrança do resultado. Nessas horas temos jogadores experientes no grupo, dentro do jogo, para ir lá e dar uma acalmada no Marcelo, para ele fazer três passes simples novamente e entrar no jogo. Mas como talvez os ânimos já estavam alterados por conta do que aconteceu, talvez tenha faltado isso para gente. Faz parte a pressão e o jogador vai ter que saber conviver com a pressão. O torcedor de futebol cobra muito da gente para utilizarmos jogadores da base. Quando colocamos, a paciência do torcedor se esgota no terceiro lance. Veja como isso é paradoxal. Mas vamos tocando o caminho, o Marcelo é um bom jogador. É relativamente verde e vai passar por todo o processo”.
O empate com o Vasco fez o Cruzeiro cair do segundo para o quarto lugar na Série A, com 17 pontos – um a menos que o vice-líder Sport, que soma 18, e em desvantagem no saldo de gols para o terceiro colocado Palmeiras (7 a 3). Nesta quinta-feira, a equipe descerá dois degraus na tabela caso Atlético e Fluminense vençam, respectivamente, América (Independência, às 21h) e Flamengo (Mané Garrincha, em Brasília, às 20h).
Na sequência do Brasileiro, o Cruzeiro terá dois compromissos longe de Belo Horizonte. No sábado, às 19h, enfrentará a Chapecoense na Arena Condá, em Chapecó. Na quarta-feira (13/6), às 19h30, pegará o Paraná na Vila Capanema, em Curitiba. Depois disso, a competição será interrompida por um mês, durante a realização da Copa do Mundo (14 de junho a 15 de julho). O regresso da Raposa a BH será na 13ª rodada, em clássico com o América. A CBF ainda confirmará a data e o horário do confronto, que será realizado no Mineirão.
