O Cruzeiro enfrentará o Santos pela quinta vez na história em um torneio eliminatório. As equipes começam a decidir quem seguirá na Copa do Brasil às 19h30 desta quarta-feira, na Vila Belmiro, pelo jogo de ida das quartas de final. O duelo da volta acontecerá no dia 15 de agosto (quarta-feira), também às 19h30, no Mineirão. O ganhador pegará Palmeiras ou Bahia na semifinal.
Nos quatro encontros anteriores com o Santos em mata-matas, o Cruzeiro levou a melhor em três e perdeu apenas um. Relembre todos os episódios:
1966 – Goleada de time que encantou o país

Finalista da Taça Brasil de 1966, o Cruzeiro encarou o Santos dos craques Pelé, Pepe, Zito e Carlos Alberto Torres, considerado o melhor esquadrão do planeta. Iniciada em 1955, aquela geração do Peixe faturara nada menos que duas edições do Mundial de Clubes, duas da Copa Libertadores, cinco do Campeonato Brasileiro, duas do Torneio Rio-São Paulo e oito do Campeonato Paulista. Por sua vez, o clube celeste tinha em seu currículo 13 Campeonatos Mineiros, ficando abaixo do rival Atlético, que somava 21 troféus da competição.
Na primeira partida, em 30 de novembro, o Cruzeiro passeou no Mineirão e fez 5 a 0 logo no primeiro tempo, gols de Zé Carlos (contra), Natal, Dirceu Lopes (2) e Tostão. O Santos esboçou uma reação na etapa complementar, ao marcar por duas vezes com Toninho, mas a Raposa retomou o controle das ações e fez o sexto, novamente com Dirceu, fechando em 6 a 2. O espetáculo no Gigante da Pampulha foi acompanhado por mais de 77 mil torcedores, que provocaram o Rei do futebol: “Cadê, Pelé? Cadê, Pelé?”.
A goleada, contudo, não era garantia de título. Isso porque a final da Taça Brasil era disputada no formato ‘melhor de três’. Ou seja, se o Santos ganhasse o segundo jogo, no Pacaembu, em 7 de dezembro, forçaria o terceiro confronto. Não havia, por exemplo, placar agregado (soma dos resultados dos jogos de ida e volta). Bastava ao Peixe triunfar por qualquer diferença para ter a condição de ser campeão.
Num campo encharcado e cheio de lama, o Santos fez 1 a 0 aos 23min. Pelé passou por William e chutou rasteiro no canto direito de Raul. Dois minutos depois, Toninho tabelou com Pelé, ganhou do lateral-direito Pedro Paulo e ampliou para 2 a 0. O resultado foi mantido até o intervalo. No segundo tempo, aos 12min, o Cruzeiro teve chance para diminuir o revés, porém Tostão bateu mal o pênalti, nas mãos do goleiro Cláudio. Mesmo assim, o time mineiro não desistiu e buscou a virada. Aos 18min, Tostão se redimiu do erro na penalidade e marcou belo gol de falta: 2 a 1. Aos 28min, Dirceu Lopes finalizou no cantinho e empatou: 2 a 2. Aos 44min, Natal recebeu de Tostão e fuzilou com o pé direito, fazendo 3 a 2 e garantindo a conquista da Taça Brasil. Por todo o enredo da história, o feito é classificado como o maior do clube desde a sua fundação, em 2 de janeiro de 1921.
2000 – Caminhada para o tri da Copa do Brasil

Quando o assunto é Copa do Brasil de 2000, logo vêm à memória do torcedor cruzeirense a falta cobrada por Geovanni aos 43min do segundo tempo do jogo contra o São Paulo, no Mineirão. O gol do camisa 11 garantiu a vitória de virada por 2 a 1, pelo duelo de volta da final, e o consequente tricampeonato da competição nacional. Antes de pegar o Tricolor, a Raposa passou por Paraná, Gama, Caxias, Atlético-PR, Botafogo e Santos. Os compromissos contra o Peixe foram válidos pelas semifinais.
No jogo de ida, em 29 de junho, Geovanni marcou de pênalti aos 24min do primeiro tempo. A vitória parcial por 1 a 0 era considerada magra, já que o Santos apostaria em sua força na Vila Belmiro para reverter o placar. Porém, aos 45min do segundo tempo, o volante Donizete Oliveira arrancou da intermediária do campo de ataque e arriscou de fora da área, surpreendendo o goleiro Carlos Germano. O triunfo por 2 a 0 deu tranquilidade ao Cruzeiro na partida de volta. Por duas vezes, os mineiros estiveram à frente no placar, gols de Ricardinho e Oséas. O empate por 2 a 2, no dia 2 de julho, sacramentou a ida à decisão.
2006 – Vitória santista nas penalidades

Cruzeiro e Santos se enfrentaram também pela Copa Sul-Americana de 2006. À época, a competição não era tão valorizada pelos clubes brasileiros.
No jogo de ida da segunda fase, em 6 de setembro, o Santos ganhou por 1 a 0, gol do meia André Beleza, aos 35min do segundo tempo. No duelo de volta, o Cruzeiro marcou com o armador Wagner e devolveu o placar. Com isso, a vaga nas oitavas de final foi decidida nos pênaltis.
O Cruzeiro perdeu dois pênaltis – Felipe defendeu a cobrança de Gabriel, e Élson chutou no travessão. Sandro, Gladstone e Geovanni fizeram os gols cruzeirenses. O Santos teve 100% de aproveitamento nos tiros de 11 metros – Cléber Santana, Kleber, Jonas e Wellington Paulista – e garantiu a classificação.
Nas oitavas de final, o alvinegro praiano foi eliminado pelo San Lorenzo, da Argentina.
Nas oitavas de final, o alvinegro praiano foi eliminado pelo San Lorenzo, da Argentina.
2014 – Classificação celeste nos minutos finais

Em 2014, o Cruzeiro esteve perto de conquistar a Tríplice Coroa, tal como conseguiu em 2003. Campeão mineiro e do Campeonato Brasileiro, o time celeste chegou à decisão da Copa do Brasil, porém acabou derrotado pelo rival Atlético.
Se a postura da equipe na decisão não agradou aos torcedores (derrotas por 2 a 0, no Independência, e por 1 a 0, no Mineirão), a classificação na semifinal diante do Santos foi heroica. Depois de vencer o duelo de ida por 1 a 0, no Mineirão, o Cruzeiro perdia o confronto de volta por 3 a 1 até o fim do segundo tempo. Aos 35min, Willian se aproveitou de falha do zagueiro Bruno Uvini e diminuiu para 3 a 2. Aos 49min, o Bigode apareceu novamente, em contra-ataque puxado por Ricardo Goulart, e garantiu o empate por 3 a 3.
Retrospecto geral
Em 2018, Cruzeiro e Santos já se enfrentaram pelo Campeonato Brasileiro. O jogo no Pacaembu, válido pela sétima rodada, foi disputado em 27 de maio. Bruno Silva, de cabeça, marcou o gol da vitória cruzeirense.
No geral, são 77 confrontos entre os clubes. O Cruzeiro ganhou 27, contra 28 vitórias do Santos. Houve ainda 22 empates. Enquanto os mineiros marcaram 111 gols, os paulistas balançaram a rede 124 vezes.
Em 2003, o Cruzeiro foi campeão brasileiro, com 100 pontos em 46 rodadas. O Santos, vice-campeão, terminou a competição com 87 pontos. Nos dois jogos entre as equipes, a Raposa ganhou tanto na Vila Belmiro, por 2 a 0, quanto no Mineirão, por 3 a 0.
Em 2003, o Cruzeiro foi campeão brasileiro, com 100 pontos em 46 rodadas. O Santos, vice-campeão, terminou a competição com 87 pontos. Nos dois jogos entre as equipes, a Raposa ganhou tanto na Vila Belmiro, por 2 a 0, quanto no Mineirão, por 3 a 0.