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Conheça o pai que chorou com o filho no colo e emocionou a torcida do Cruzeiro em classificação na Copa do Brasil

Imagens de Magno Lucio e do filho Emanuel viralizaram nas redes sociais

postado em 06/06/2019 21:31 / atualizado em 06/06/2019 23:10

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)</i>
Ao registrar as reações da torcida do Cruzeiro durante a classificação nos pênaltis, diante do Fluminense, na Copa do Brasil, o fotógrafo Alexandre Guzanshe, do Estado de Minas e do Superesportes, flagrou o momento em que um pai carregava o filho no colo e chorava de emoção. O cruzeirense protegia a criança do frio na noite de quarta-feira e, ao mesmo tempo, vibrava com a conquista da vaga nas quartas de final. A sequência de imagens viralizou nas redes sociais, foi reproduzida na página oficial do Cruzeiro no Instagram e teve mais de 80 mil curtidas

Com a ajuda de torcedores do Cruzeiro no Facebook, a reportagem encontrou nesta quinta-feira o papai que tocou tantas pessoas por se dividir no gesto de confortar o filho, que chorava no momento das cobranças, e de comemorar de forma contida. O apaixonado é Magno Lucio Silva Ribeiro Junior, de 31 anos, professor de artes marciais e morador de Mário Campos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Sócio-torcedor do Cruzeiro, Magno Lucio vai a todos os jogos do clube e leva o filho Emanuel ao Mineirão desde que ele tinha oito meses. Atualmente com um ano e seis meses de vida, o pequeno não foi pé quente apenas diante do Fluminense. “Ele já está habituado com a bagunça. O jogo de quarta-feira, vou te falar, foi um dos mais emocionantes. Mas outro que ficou marcado, em que ele estava comigo, foi contra o Santos, na Copa do Brasil do ano passado. O Fábio defendeu três pênaltis e, desde aquele jogo, meu filho virou amuleto. É pé quente o garoto”, conta o pai, orgulhoso.

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)</i>


Magno Lucio revelou que estava muito tenso no momento da decisão por pênaltis. Ao mesmo tempo, ele precisava controlar o choro do filho, pelo barulho da torcida e pelo frio. “Eu sou cruzeirense demais, doente mesmo. Diante dessa situação que o clube está passando, conseguir essa classificação foi demais. Ver todo mundo correndo atrás para corresponder ao apoio. A emoção foi à flor da pele. Ver o Fábio fazendo aquilo tudo... No momento que o Thiago Neves bateu a última cobrança, eu não aguentei. E o pequeno também chorou. Pessoal falou que ele estava dormindo, mas ele não dorme em jogo. Ele estava era chorando (risos)”.

O papai não percebeu que estava sendo fotografado durante as cobranças. Quem notou a movimentação do fotógrafo Alexandre Guzanshe foi a esposa de Magno Lucio, Xênia Kathryn da Silva, sua companheira de Mineirão. “Eu não vi. Eu sou vidrado, estava acompanhando só o jogo. Minha esposa que me contou que um repórter tinha virado e me fotografado. Se eu tivesse visto que ele estava me fotografando, tinha feito uma careta menos feia”, brincou.

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)</i>


Nesta quinta-feira, dia seguinte à classificação, o professor de artes marciais ficou surpreso ao saber que as imagens tinham viralizado graças às postagens do Superesportes nas redes sociais e à reprodução das fotos na página do Cruzeiro. “Eu estava trabalhando, comecei a ver a repercussão na hora do almoço. Minha esposa me mandou mensagem dizendo que tinha um tanto de gente falando sobre as fotos. Eu só tenho Facebook, então nem acompanho muito. Mas fiquei impressionado quando vi as fotos no Instagram do Cruzeiro com ais de 80 mil curtidas e quase mil e setecentos comentários”.

A repercussão só confirmou a certeza de Magno de que o lugar de Emanuel é mesmo ao lado dele e da esposa na arquibancada do Mineirão. “Pelo Cruzeiro, vale a pena demais, até sofrer isso tudo de novo. Eu evito de levar em decisão. Na final da Copa do Brasil de 2018 eu tive medo e não levei não. É muito cheio, fico com muito receio. Mas até semifinal eu levo. Para começar a aprender a sofrer (risos) e também para já formar meu companheiro de Mineirão para o futuro. Ele não dorme mesmo, acompanha tudo. Eu fico impressionado. Tenho várias fotos, sempre que levo eu tiro fotos dele no Mineirão. Sempre faço o registro. Ele já até grita algumas músicas no estádio, faz os gestos da torcida...”.

A emoção de quem está atrás da câmera

Ao saber que o Superesportes encontrou o torcedor registrado por sua lente no Mineirão, o fotógrafo Alexandre Guzanshe também não escondeu a emoção. “Fiquei alegre de vocês terem encontrado. Esse cara e essa criança ficaram na minha memória, na minha cabeça durante a noite de ontem e hoje o dia inteiro. Muito legal. Fiquei mesmo com ele na cabeça, essa criança, a questão do frio da noite e do calor humano. Foi uma coisa muito emocionante mesmo”.

O esporte é isso aí. É o carinho, é o amor, a vivência. Eu achei lindo demais o pai com a criança, tão novinha, em noite tão fria em Belo Horizonte, no meio de mais de 40 mil pessoas... Foi uma alegria. Foi emocionante ter registrado esse momento”.

O fato de as imagens terem emocionado tanta gente também tocou Guzanshe. “Que bom que essa foto ficou marcada. Esse é o papel da fotografia. Congelar aquele instante, registrar e deixar para sempre a história de um jogo que foi 90 minutos, mais os pênaltis. Ficou registrado em uma sequência de seis fotografias. É o nosso papel, de registrar e congelar aquele instante para o resto da história”.

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