O presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, Zezé Perrella, declarou nesta quinta-feira, ao programa Alterosa Esporte, da TV Alterosa, que o clube “está caminhando a passos largos para virar um Vasco da Gama, uma Portuguesa”. As comparações se devem à grave crise financeira pela qual passa a instituição.
Ao fim de 2018, primeiro ano de gestão do presidente Wagner Pires de Sá, as dívidas do Cruzeiro atingiram 575 milhões. Já em 2019, funcionários e jogadores passaram a sofrer com atrasos de salários. Não bastasse isso, a diretoria executiva é investigada pela Polícia Civil por supostos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Em campo, o time sofre risco de rebaixamento à Série B.
Perrella presidiu o Cruzeiro em três mandatos, o último deles encerrado em 2011. Segundo ele, o quadro atual do clube é dramático. “Eu deixei o Cruzeiro equilibrado financeiramente, construí Toca da Raposa II, construí prédio administrativo sem tomar um real emprestado, além dos 23 títulos. E a torcida ficava ainda perturbando, chamando a gente de mercantilista, mas eu fazia tudo isso para não deixar salário atrasado, para deixar o clube equilibrado. Uma empresa que gasta mais do que recebe está fada à bancarrota. O Cruzeiro está caminhando a passos largos para virar, com todo respeito, para virar um Vasco da Gama, uma Portuguesa e por aí vai. Porque está faltando responsabilidade”.
Citado por Perrella, o Vasco caiu três vezes para a Série B em menos de dez anos: 2008, 2013 e 2015. Os rebaixamentos coincidiram com período de grave crise financeira. Ainda hoje, o clube carioca sofre reflexos de más gestões no departamento de futebol.
Já a Portuguesa, um dos mais tradicionais clubes brasileiros, não compõe mais nenhuma série nacional. A última participação na Série A foi em 2013. À época, o rebaixamento foi decretado pela escalação irregular de um jogador Heverton.