
Ainda lutando para afastar definitivamente o fantasma do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro está preocupado com a arbitragem nos últimos oito jogos pela competição. O técnico Abel Braga se mostrou revoltado depois da não marcação de pênalti em David logo no começo do segundo tempo da partida em que a equipe empatou por 1 a 1 como Bahia, domingo, no Mineirão, lembrando outros jogos em que considera ter sido prejudicado. Já a diretoria, através do gestor do futebol, Zezé Perrella, entrou em contato com a CBF para demonstrar a insatisfação com o que vem ocorrendo.
Pelas contas do treinador, a Raposa deixou de somar sete pontos só desde que ele chegou, no fim de setembro. Assim, teria 40 pontos hoje e estaria praticamente livre do risco de queda para a Série B – o Vasco, 11º colocado, soma 39, enquanto Goiás e Bahia, nono e 10º, respectivamente, têm 42.
O primeiro erro foi logo na estreia de Abel, quanto Thiago Neves teve gol anulado e o Cruzeiro acabou derrotado por 1 a 0 pelo Goiás, em Goiânia. E passou pelos empates com Fluminense e Chapecoense até chegar ao jogo com o Tricolor da Boa Terra.
“Está na hora de gritar, de fazer alguma coisa. Toda vez que é consultado o VAR é contra a gente. E vamos ficar quieto? Está passando do limite, não é fácil, não”, esbravejou o treinador celeste, deixando claro que não quer ajuda, mas isenção da arbitragem.

Ele também reclama da expulsão do lateral-direito Orejuela no lance em que foi marcado pênalti para o Bahia. A bola realmente toca no braço do jogador celeste, mas ele estava de costas e não teve a intenção de cortar a trajetória, não justificando, na opinião de Abel, o segundo cartão amarelo e consequente exclusão do atleta.

A diretoria, por sua vez, vem procurando tomar as atitudes cabíveis. “Não foi o primeiro jogo em que o árbitro usa dois pesos e duas medidas contra a gente. Estamos fazendo o possível e é normal que o treinador reclame, pois o trabalho dele tem sido prejudicado. E a torcida tem de reclamar nas redes sociais para que isso não se repita”, disse Perrella, que oficializou reclamação por contato telefônico com o Leonardo Gaciba, chefe da comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a quem pretende visitar “o mais breve possível”.

Atenção redobrada Para o jogo contra o Athletico, amanhã, às 21h30, em Curitiba, a atenção dos cruzeirenses será redobrada. Até porque a partida será conduzida por Luiz Flávio de Oliveira, que já deixou os celestes chateados, como ocorreu no empate por 1 a 1 com o Vasco no Brasileiro do ano passado, quando deixou de marcar dois pênaltis. “Foi muito vergonhoso. Não tiveram nem classe para fazer. Já que queriam fazer, pelo menos que tivessem mais competência para fazer. Hoje foi daqueles dias vergonhosos. Todo mundo viu. Também só vou falar isso sobre arbitragem, porque sou eu o chorão sempre, né? Então, hoje ficou claro para todo mundo que... Segue o baile”, disse o então técnico Mano Menezes.
Os atletas, por sua vez, preferem esquecer a arbitragem e se concentrar apenas no trabalho. Até porque correm risco de suspensão por fazer críticas públicas aos que mediam as partidas.

“Sou até suspeito para falar, tomei gancho violento no ano passado. Então deixo para a diretoria (falar da arbitragem), pois não quero mais ficar fora de jogos por causa de suspensão, não”, argumentou o atacante Sassá, autor do gol de empate contra o Bahia, que há pouco mais de um ano foi suspenso por seis partidas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva por ter agredido Mayke, do Palmeiras, depois de jogo de volta das semifinais da Copa do Brasil.
Como Fred está suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo, ele será o titular diante do Furacão. Já para a vaga de Orejuela, Abel Braga deverá escalar Edílson.

Time com mudanças no Paraná
As entradas de Sassá no ataque e Edílson na lateral direita podem não ser as únicas novidades do Cruzeiro para o jogo contra o Athletico, nesta quarta-feira, às 21h30, na Arena da Baixada. O técnico Abel Braga tem a volta do zagueiro Fabrício Bruno, livre de suspensão, e poderá ter como opção o atacante Pedro Rocha, que se contundiu no empate sem gols contra o Ceará, em 25 de setembro, voltou contra a Chapecoense, em 13 de outubro, mas tornou a sentir dor no tornozelo esquerdo.
Para que Fabrício Bruno volte, Cacá ou Leo tem de sair. O “problema” é que o prata da casa vem sendo um dos destaques do time, enquanto o experiente defensor voltou a atuar no domingo depois de quase dois meses se recuperando de fratura na clavícula esquerda.
Já Pedro Rocha disputa a vaga com David, que vem sendo criticado pela torcida, mas goza de prestígio com Abel Braga. Além disso, o treinador já deixou claro que devido às características do jogo de amanhã, que será disputado em gramado sintético, vão ser escalados apenas jogadores que estejam em boas condições físicas. “É outra pedreira e jogador meia-boca não vai. O campo deixa a bola muito rápida e o Athletico também é muito rápido”, justificou.
A definição deverá ocorrer na atividade que o treinador comanda na manhã desta terça-feira, na Toca da Raposa II. A viagem para Curitiba será na sequência da atividade.