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David comenta constantes vaias e diz que ninguém no Cruzeiro quer ser rebaixado

Atacante espera também quebrar jejum de oito meses sem fazer gol

postado em 20/11/2019 18:30

(Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)
Bola na esquerda para David. Ele levanta a cabeça, avança em velocidade e toma uma decisão. Se tenta o cruzamento e a zaga adversária corta, a torcida vaia. Se volta para o lateral-esquerdo, a torcida vaia. Se busca encaixar um drible, mas é desarmado, a torcida vaia. Ser alvo de protestos dos torcedores do Cruzeiro virou rotina para o camisa 11, que até compreende as críticas, mas se mostra chateado por não conseguir fazer os gols e/ou dar assistências que lhe proporcionariam elogios e aplausos. A última vez em que marcou foi há oito meses, na vitória por 3 a 0 sobre a Caldense, em 20 de março, no Mineirão, pelo Campeonato Mineiro. Desde então, disputou 40 jogos. E nada balançar a rede.

“Incomoda bastante. Depois do jogo, na entrevista, me perguntaram sobre vaias ainda no primeiro tempo. Acho que isso prejudica bastante o nosso time, não só eu, como todos. Se tem que vaiar, poderia vaiar depois do jogo. Durante o jogo é apoiar, pois isso nos ajuda bastante. Isso acaba nos deixando para baixo. Por mais que a gente tente tudo, mas, sendo vaiado, acha que está errado. No meu caso, eu erro, mas tento. Se tiver que vaiar, vai vaiar. Se tiver que apoiar, vai apoiar. Mas farei de tudo para ajudar o Cruzeiro”, afirma o jogador.

Contratado ao Vitória em janeiro de 2018, por 2,5 milhões de euros (R$ 10,9 milhões, na cotação da época), David marcou apenas quatro gols em 68 partidas pelo Cruzeiro. Em julho do ano passado, o ex-vice-presidente de futebol Itair Machado chegou a afirmar uma recusa de oferta de R$ 25 milhões para vender o jogador. Nenhum detalhe da proposta, como o clube interessado, foi oficializado. Na ocasião, a diretoria considerou o valor baixo pelo potencial do atleta.

Embora seja bastante participativo nas ações ofensivas da equipe, David não fez um gol sequer no Campeonato Brasileiro. Paralelamente, o Cruzeiro tem apenas 26 gols em 33 partidas, o terceiro pior ataque da competição ao lado da Chapecoense. O atacante ressalta que fará o possível para mudar essa estatística no jogo contra o Santos, às 21h de sábado, na Vila Belmiro, pela 34ª rodada.

“É o que estamos treinando. Estamos treinando várias jogadas. Para esse jogo do Avaí, trabalhamos mais as jogadas pelas laterais de campo para entrar com mais gente na área. Acabou não dando certo. Para o jogo contra o Santos, pode ser outra estratégia. O Santos é um time qualificado, temos de tomar cuidado com eles, mas também precisamos pontuar. É ouvir o que o professor Abel tem para nos passar e chegar lá e pontuar”.

No Brasileiro, o Cruzeiro é o 16º, com 36 pontos, e tem 23,2% de chance de ser rebaixado, segundo o Departamento de Matemática da UFMG. Para evitar a queda sem depender de outras equipes, terá de ganhar três das cinco rodadas. David diz que nenhum atleta do elenco celeste está conformado com o risco de ter a carreira manchada pelo possível descenso à Série B e promete empenho para permanecer na elite nacional.

“Ninguém quer ser rebaixado. Isso mancha a carreira da gente. O Cruzeiro, pela camisa que tem, não pode cair. E nós sabemos dessa situação. Temos chances de sair, estamos trabalhando para isso e vamos ouvir o que o professor Abel tem para falar para fazermos um grande jogo”.

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