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Versátil e com experiência de acesso, Ramon diz que acerto com o Cruzeiro foi um propósito para a carreira

Zagueiro chegou a ser liberado do clube em janeiro, mas manteve conversas com a diretoria mesmo tendo recebido ofertas da Série A

postado em 13/03/2020 11:45 / atualizado em 13/03/2020 16:13

(Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)


No dia 8 de janeiro, Ramon apareceu para treinar no Cruzeiro mesmo sem conhecimento da atual diretoria. A informação é que ele havia assinado um pré-contrato, em novembro de 2019, na administração do ex-presidente Wagner Pires de Sá. Apesar de ter agradado ao técnico Adilson Batista, o jogador não permaneceu no clube por divergência salarial. As conversas, entretanto, foram mantidas. E o zagueiro de 24 anos, mesmo tendo recebido consultas da primeira divisão, aceitou retornar à Raposa, com remuneração 60% inferior à definida na gestão anterior. Apresentado oficialmente nesta sexta-feira, o jogador considerou o acerto como um propósito para a carreira.


“Agradeço a Deus por esse momento. Vocês acompanharam tudo que se passou. Muita gente falava comigo que era algum livramento, que não era para estar com essa camisa. Mas tenho muita fé, sou católico, religioso, e sei que nada é por acaso. Não abaixei a cabeça, sabia que deus tinha alguma coisa melhor pra mim. As conversas continuaram com o Cruzeiro. Quando fiquei sabendo que realmente viria para ficar, coloquei na minha mente que era um propósito. Quando deus coloca as coisa na sua vida, tem que agarrar da melhor maneira, sem deixar escapar. Se deus quer assim, pode ter certeza que vou agarrar a oportunidade da melhor maneira”.

Ramon assinou contrato com o Cruzeiro até dezembro. Existe a opção de renovação por mais dois anos. Em momento algum, segundo ele, foi considerada a possibilidade de recusar a nova investida do clube, que passa por momento de reconstrução por conta do rebaixamento à Série B e acumula resultados insatisfatórios e atuações irregulares no início de temporada (derrota por 2 a 0 para o CRB, no Mineirão, pelo jogo de ida terceira fase da Copa do Brasil, e quinto lugar no Campeonato Mineiro, com 14 pontos).

“Com certeza não. O Cruzeiro sempre manteve conversas comigo. Apareceram outras propostas, inclusive de Série A, mas sempre esperei o Cruzeiro definir. Mantivemos conversas para que tudo fosse colocado no devido lugar, tanto para o Cruzeiro quanto para mim. Procurei manter a cabeça boa e focar nos objetivos este ano”.

Ao fazer autoavaliação, Ramon afirmou ser um jogador de velocidade e com boa saída de bola. Também valorizou a experiência adquirida no Vitória, seu ex-clube, pelo qual disputou 204 partidas oficiais - 82 na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, 63 na Série B e as demais por Copa do Brasil, Copa do Nordeste, Campeonato Baiano e Copa Sul-Americana.


“Sou suspeito para falar, pois às vezes o jogador comenta as características, mas em campo não mostra. Me considero um jogador com experiência, pois no meu último clube, o Vitória, fiz mais de 200 partidas. Acho que vivi um pouquinho, apesar da pouca idade. Me considero um jogador de velocidade, com boa saída de bola. Mas não adianta falar e não mostrar em campo. Espero que o torcedor me apoie e me abrace para que eu possa mostrar o meu melhor em campo”.

Além de ser zagueiro, Ramon sabe jogar como lateral-direito e volante. Tais características foram fundamentais para sua contratação. “Isso me ajudou muito. Desde a base jogava de volante com o Carlos Amadeu. Deu certo. Que fique bem claro: sou zagueiro, minha posição é zagueiro. Mas se o professor Adilson achar melhor eu jogar de volante, darei o meu melhor. Já atuei de lateral também, sempre procurando ajudar o grupo. Estou aqui para ajudar o Cruzeiro, para reconstruir tudo que o Cruzeiro acabou perdendo. Vamos nessa”.

No Vitória, Ramon tem no currículo o acesso da Série B para a A, em 2015. Titular em 31 das 38 rodadas, ele foi substituído apenas uma vez, no intervalo do empate com o Mogi Mirim (1 a 1), em 13 de junho, pela sétima rodada. A equipe terminou em terceiro lugar, com 66 pontos. O defensor contou a experiência de ter participado da competição.


“Participei duas vezes da Série B. No meu primeiro ano como profissional, tive a oportunidade de subir. Sei como é difícil a Série B. Não há jogo fácil. É logística, campo, viagem… muito complicado. Se o Cruzeiro quer subir, temos que entrar com mentalidade de Série A, e não de Série B. Tem que pensar que cada jogo é de Série A, que tem a obrigação de subir. A Série B é complicada, é ponto a ponto. Se você não conquistar os pontos, vai ficando para trás. Desde o primeiro jogo é pensamento ponto a ponto para subir”.

Desde que chegou à Toca da Raposa II, Ramon se dedicou a atividades em dois períodos para aprimorar o condicionamento físico e ficar o mais rápido possível apto a jogar. Ele participou de coletivos contra a equipe sub-17, formando dupla com o também recém-contratado Marllon. Em termos burocráticos, o camisa 4 já pode ser convocado por Adilson Batista, pois teve o contrato registrado no Boletim Informativo Diário da CBF. O Cruzeiro enfrentará o Coimbra neste domingo, às 16h, no Independência, pela nona rodada do Campeonato Mineiro.

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