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Presidente do Cruzeiro admite risco de credores bloquearem valor de venda de imóvel

Conselheiros vão votar a venda da Sede Campestre II nesta segunda-feira

postado em 03/08/2020 16:00 / atualizado em 03/08/2020 16:44

(Foto: Rafael Arruda/Superesportes)

O Conselho Deliberativo do Cruzeiro votará, na noite desta segunda-feira, a alienação da Sede Campestre II. O clube busca recursos para quitar dívidas na Fifa e evitar sanções da entidade. O valor da venda do imóvel, no entanto, pode nem parar nos cofres celestes. O presidente Sérgio Santos Rodrigues afirmou que a Raposa pode sofrer bloqueio de credores.

“Esse risco existe para qualquer coisa que o Cruzeiro receber hoje. Eu posso sofre isso para recebíveis de dinheiro de TV, de patrocínio, como ocorreu antes. Vimos isso acontecer em outros casos. Realmente, a situação específica do imóvel não é diferente, de forma alguma, de qualquer outra (...) Então, a gente entende que é mais um passo de possibilidade de receita, que poderia vir a ter problema como qualquer receita, sob o ordenamento da ótica jurídica”, disse o mandatário, em entrevista à Rádio 98.

O presidente celeste afirmou em entrevista ao jornalista Jaeci Carvalho que o valor do imóvel varia entre R$ 13 e R$ 16 milhões. Já o conselheiro Giovanni Baroni, corretor e perito avaliador de imóveis, sugeriu a venda da Sede Campestre II por R$ 20 milhões em relatório pedido pelo próprio Sérgio Santos Rodrigues, segundo informou o site Deus Me Dibre.

O Cruzeiro tem como principal credora a União Federal. O advogado João Paulo Fanucchi de Almeida Melo, contratado para cuidar da área tributária do Cruzeiro, informou em videoconferência com jornalistas que o clube deve mais de R$ 329 milhões à União, sendo R$ 326 milhões à Fazenda e outros R$ 3 milhões à Receita Federal.

O clube tenta regularizar a situação no Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut) para o parcelamento da dívida.

O Cruzeiro perdeu o benefício de participar do Profut no início deste ano, depois de atrasar, ao longo da gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá, o pagamento de seis parcelas de dívidas fiscais. Em abril, quando recuperou a possibilidade de participar do programa o Cruzeiro abriu sua estratégia de defesa. O clube apurou todo o valor pago de dívida fiscal nos últimos 27 anos. Ou seja, o cálculo englobou as administrações de César Masci (1991 a 1994), Zezé Perrella (1995 a 2002), Alvimar de Oliveira Costa (2003 a 2008), Zezé Perrella (2009 a 2011), Gilvan de Pinho Tavares (2012 a 2017) e Wagner Pires de Sá (2018 a 2019). 

Dívidas na Fifa

O Cruzeiro busca a venda da Sede Campestre II para quitar dívidas na Fifa. O clube terá que pagar 395.619 euros (cerca de R$ 2.472.178) ao Spartak Moscou, da Rússia, até quinta-feira (06/08) pelo empréstimo do atacante Pedro Rocha, realizado em 2019. Caso não faça a quitação do débito, a Raposa não poderá mais registrar novos jogadores.

Para vender o imóvel, a diretoria precisa de 90% dos votos a favor da medida. A venda da Campestre II provavelmente resolveria não apenas o problema na Fifa com o Spartak, mas também a dívida de 850 mil euros (R$ 5,3 milhões) com o Al-Wahda pelo empréstimo do volante Denilson.

Recentemente, o Cruzeiro pagou parte da dívida com o Zorya, da Ucrânia, pelo atacante William (600 mil euros, cerca de R$ 3,5 milhões), além de ter parcelado o débito com o Independiente del Valle pela compra do zagueiro Caicedo (US$ 674.502,00, cerca de R$ 3,6 milhões), realizada em dezembro de 2016.

A nova diretoria também entrou em acordo com o Tigres, do México, para pagar a compra de Rafael Sobis (R$ 17,2 milhões), efetivada em 2016.

Operação Fifa


Em busca de dinheiro para quitar as dívidas de contratações, o Cruzeiro lançou a proposta de doações feitas pela internet chamada 'Operação Fifa'. Nela, o cruzeirense pode depositar para o clube qualquer valor a partir de R$ 1. Até a manhã desta segunda-feira, a Raposa tinha arrecadado R$ 656.815,54.

Menos seis pontos


O Cruzeiro foi punido pela Fifa e começará a Série B do Campeonato Brasileiro com menos seis pontos na tabela por não ter pago o empréstimo do volante Denilson ao Al Wahda, dos Emirados Árabes, em 2016, no valor de 850 mil euros, em maio deste ano.

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