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Ex-presidente do Cruzeiro declarou mais de R$ 9 milhões em bens em 2019; Justiça encontrou contas sem saldo em tentativa de bloqueio

Em ação cível, nova direção da Raposa pede reembolso de R$ 6,8 milhões

postado em 22/08/2020 08:00 / atualizado em 22/08/2020 08:04

(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
No último dia 13,  o desembargador Marco Aurélio Ferenzini, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), acatou o recurso do Cruzeiro no processo movido contra o ex-presidente Wagner Pires de Sá e o ex-vice-presidente de futebol Itair Machado. O magistrado autorizou o bloqueio de R$ 6,8 milhões nas contas bancárias dos ex-dirigentes envolvidos em casos de corrupção apurados pela Polícia Civil.

A primeira tentativa de encontrar recursos, em 14 de agosto, acabou sem sucesso. A Justiça vasculhou oito contas de Wagner, mas todas estavam vazias. Documento a que o Superesportes teve acesso mostra, porém, que o antigo mandatário está longe de ter uma vida com problemas financeiros. Muito pelo contrário. 

Imposto de Renda protocolado em 2019, portanto referente ao ano anterior, registrou que Wagner tinha, em espécie, R$ 5,2 milhões. A declaração de bens ainda conta com mansão em bairro nobre de Belo Horizonte avaliada em R$ 1,8 milhão, cinco carros e uma moto no montante de R$ 400 mil e empréstimos a familiares na casa de R$ 1 milhão. O valor total da declaração alcança R$ 9,1 milhões. 

No processo, o Cruzeiro requer reembolso da quantia paga pelo clube, então presidido por Pires de Sá, à empresa de Itair Machado no período em que ele ocupou o cargo de vice-presidente de futebol. Na petição inicial, a defesa do clube alega que o Estatuto impede a remuneração e citou outras pessoas que ocuparam a função de maneira voluntária, casos de Gustavo Perrella, Bruno Vicintin, José Maria Fialho e Márcio Rodrigues Silva. 

Especialistas consultados pela reportagem avaliam que a defesa do Cruzeiro ainda pode recorrer para intimar os bancos a prestarem informações sobre a movimentação das contas de Wagner e Itair Machado. Se comprovada a tentativa de fraude de execução por meio de transferência de dinheiro a terceiros, os ex-dirigentes podem ser penalizados.

Bloqueio de bens


Nessa quinta-feira, a Justiça determinou sequestro e bloqueio de bens no valor de R$ 10,5 milhões de Wagner e de Itair após pedido do Ministério Público de Minas Gerais, que deverá oferecer denúncia envolvendo os dois ex-dirigentes nos próximos dias. Ambos já foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de apropriação indébita, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Outro lado


Após uma série de tentativas, o Superesportes acabou tendo as chamadas bloqueadas por Wagner Pires de Sá. Atual presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues leu em em tom de revolta, na live da última quinta, trechos da defesa apresentada pelo ex-mandatário na Justiça. 

“Como é um processo público, eu quero ler uma partezinha para a torcida do Cruzeiro, para eles entenderem o que o senhor Wagner Pires de Sá está alegando para não querer pagar (o clube). Ele fala que o “pano de fundo da pretensão do Cruzeiro não é ressarcir os valores por fraude, mas primeiro, por vingança minha (Sérgio) por ter perdido a eleição para o Wagner", disse.

“E depois ele continua: a outra coisa que a gente (atual diretoria) está fazendo é uma ‘tentativa de mitigar o insucesso dentro de campo, que culminou com o rebaixamento da equipe de futebol profissional do Cruzeiro’. Seu Wagner, olha aqui o que tem que fazer com essa peça sua. (Sérgio rasga o papel). Você que jogou o Cruzeiro pra baixo. A gente não está tentando mitigar o insucesso não, foi você que jogou o Cruzeiro pra baixo. A caneta era sua, você era o dono disso aqui (mostra uma caneta)”, complementou Sérgio.

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