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Deivid não descarta reforço, mas pede voto de confiança a laterais-esquerdos do Cruzeiro e cita goleiro Gomes em 2003 como exemplo

Diretor diz que contratação só será efetuada se Enderson Moreira solicitar

postado em 22/08/2020 15:00 / atualizado em 22/08/2020 16:56

(Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
Com quatro laterais-esquerdos no elenco - Giovanni, Patrick Brey, João Lucas e o recém-promovido da base Matheus Pereira -, o Cruzeiro não descarta mais um reforço para a posição. Em entrevista ao Superesportes, o diretor técnico Deivid ressaltou o processo de montagem do elenco no decorrer da Série B e considerou natural a dificuldade de adaptação enfrentada por alguns atletas. Todavia, ele deu a entender que qualquer avanço em uma negociação dependerá de solicitação do técnico Enderson Moreira.


“Todo mundo sabe que a gente está construindo um novo Cruzeiro e um novo time. Claro que não temos tempo, pois a Série B já começou, está na quarta rodada e a gente precisa somar ponto para entrar no G4, porque o maior objetivo nosso é subir. Então você corre contra o tempo também. Mas sabemos da dificuldade que é, são jogadores jovens fazendo essa mescla com experientes. Nem todo mundo que chegar aqui vai colocar a camisa e jogar fácil. O tamanho do clube, o peso que é a cobrança…”, disse. “Temos que ter paciência e analisar. Não podemos e nem temos esse luxo de errar. Vamos trazer jogadores que estejam no nosso radar e dentro do nosso padrão financeiro e da forma como o treinador gosta de trabalhar”, complementou.

Ao mesmo tempo em que se mostrou atento ao mercado, Deivid contou um episódio de bastidor do time campeão da Tríplice Coroa em 2003 para exemplificar a possibilidade de os próprios jogadores do grupo darem resposta positiva na sequência do campeonato. O ex-atacante do Cruzeiro revelou que o técnico Vanderlei Luxemburgo pediu à diretoria a contratação do goleiro Taffarel, à época com 37 anos e que defendia o Parma, da Itália. O motivo? Uma falha cometida por Gomes na estreia pelo Campeonato Brasileiro, contra o São Caetano, no Mineirão. O ex-camisa 1 cruzeirense rebateu bola chutada por Adhemar nos pés de Luís Carlos Capixaba, que fez o primeiro gol do Azulão no empate por 2 a 2.

“Estamos no mercado. Não vou falar para você que vou trazer um lateral e nem que não vou trazer. Temos que analisar. Eu, quando fui campeão brasileiro em 2003, lembro-me que o Vanderlei pediu o Taffarel, mas o Taffarel não veio. Daí, o Gomes ficou. Ele tinha falhado num jogo contra o São Caetano, ficou e depois virou esse goleiro. Então assim… futebol tudo pode acontecer”, destacou Deivid, autor de 28 gols em 37 partidas naquela que foi a melhor temporada da história do clube.

Mencionado por Deivid, Gomes foi vendido pelo Cruzeiro ao PSV Eindhoven, da Holanda, por US$ 1,5 milhão - cerca de R$ 4,5 milhões na cotação da época -, em julho de 2004. Atualizado pelo IPCA, o valor seria de R$ 10,4 milhões em 2020. Ainda em atividade, o goleiro de 39 anos atua pelo Watford, da Inglaterra, desde 2014. Antes, passou pelo também inglês Tottenham e pelo Hoffenheim, da Alemanha. Pela Seleção Brasileira, esteve na Copa das Confederações, em 2005 e 2009, e na Copa do Mundo de 2010.

Laterais-esquerdos do Cruzeiro


O grupo do Cruzeiro no segundo semestre de 2020 chegou a contar com cinco laterais-esquerdos, porém o clube acertou nessa sexta-feira rescisão amigável com Marcelo Hermes. Dos quatro remanescentes, apenas Matheus Pereira ainda não atuou pelo time principal. Contratado no início do ano, João Lucas disputou 14 jogos e marcou um gol. Patrick Brey, que voltou de empréstimo à Ferroviária, e Giovanni, oriundo do Bahia, participaram de quatro partidas cada. A ala esquerda da Raposa ainda teve Rafael Santos, hoje na Chapecoense, acionado em quatro duelos.