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Cruzeiro divulga números da Operação Fifa, que tem queda substancial em doações

Clube arrecadou pouco mais de R$ 800 mil em dois meses e meio

postado em 21/09/2020 12:30 / atualizado em 21/09/2020 18:42

(Foto: AFP/Fabrice Coffrini)
O Cruzeiro divulgou nesta segunda-feira um portal da transparência com todas as movimentações da Operação Fifa, programa no qual torcedores podem colaborar para o abatimento de dívidas de contratações. O valor acumulado em dois meses e meio é de R$ 817.389,51. Haverá atualização no dia 21 de cada mês.

No início da Operação Fifa, em julho, o Cruzeiro contabilizou R$ 670.764,76 em doações. Em agosto, a quantia baixou de maneira significativa, em torno de 81,5%, para R$ 125.118,39. Já em setembro, em dados referentes até o dia 19, o montante é ainda menor: R$ 21.506,36.

Das formas de contribuição disponibilizada pelo clube, a mais acessada é a plataforma Meep Donate. Nela, os cruzeirenses acessam o site, escolhem o valor e definem se querem para pagar no crédito, débito ou boleto bancário. Até o momento, quase 21 mil pessoas geraram ganho de R$ 718.489,54.

O Cruzeiro também recebe dinheiro por meio do YouTube ADS e YouTube Superchat, durante a narração de jogos do time na Série B e nas lives do presidente Sérgio Santos Rodrigues. Foi arrecadado R$ 39.022,03.

Os Centavos Celestes funcionam da seguinte forma: se o torcedor fizer uma compra de R$ 19,50, o valor é automaticamente arredondado para R$ 20, e a diferença de R$ 0,50 é repassada ao Cruzeiro. Com 3.487 cartões cadastrados, o faturamento consolidado em julho e agosto é de R$ 11.580,90.

A Raposa ainda ganhou dinheiro com a comercialização de ingressos virtuais: 5.829 check-ins proporcionaram R$ 48.399,00. Além de ser uma forma de reduzir o passivo na Fifa, a medida tem como objetivo minimizar a perda de receita com bilheteria em meio à pandemia do novo coronavírus.

(Foto: Reprodução/Cruzeiro)

“Nossa gestão é pautada pela transparência e seriedade desde o início. Convidamos o torcedor a nos ajudar nessa missão de estabilizar as contas do clube e devolver o protagonismo do Cruzeiro. E não é uma virtude mostrar ao cruzeirense tudo o que temos feito, mas sim uma obrigação nossa”, ressaltou Sérgio Rodrigues, em entrevista ao site oficial do Cruzeiro.

“Com esse site, o torcedor terá acesso a todas as movimentações relacionadas à Operação Fifa. Vamos seguir implantando iniciativas transparentes para levar segurança e tranquilidade ao cruzeirense”, complementou o dirigente.

Dívidas vultosas


O dinheiro oriundo de torcedores tem sido utilizado principalmente para abater despesas menores na Fifa, como custas processuais e cobranças de mecanismo de solidariedade. As pendências de contratações, de aportes vultosos, são resolvidas mediante recursos obtidos com parceiros, casos do Supermercados BH e da construtora Emccamp.

Desde quando iniciou a gestão, em 1º de junho, Sérgio Rodrigues anunciou acordo para pagar mais de R$ 17 milhões ao Tigres, do México, pela contratação de Rafael Sobis; parcelou em 18 vezes de US$ 132 mil a dívida de US$ 2,376 milhões (R$ 12,8 milhões) com o Independiente del Valle, do Equador, por Kunty Caicedo; e repassou 400,5 mil euros (R$ 2,5 milhões) ao Spartak Moscou, da Rússia, pelo empréstimo de Pedro Rocha.

Por outro lado, o Cruzeiro foi impedido de contratar jogadores por causa de uma dívida de 1.159.786,31 euros (cerca de R$ 7 milhões) com o Zorya, da Ucrânia, referente à compra dos direitos econômicos do atacante Willian, em julho 2014. Para se livrar do transfer ban, o clube terá de quitar integralmente o débito ou conseguir recurso no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

A diretoria celeste afirmou na última terça-feira que a perícia responsável por analisar a troca de correspondências concluiu a autenticidade dos e-mails do Zorya aceitando a proposta de parcelamento de 1 milhão de euros em dez vezes e cedendo os créditos ao Alik Football Management, da Estônia. Os ucranianos contestaram esse acordo na Fifa.

O Cruzeiro ainda precisará pagar, nos próximos meses, 850 mil euros (R$ 5,4 milhões) que lhe custaram a perda de seis pontos no início da Série B. O credor é o Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, que emprestou o volante Denílson ao clube em julho de 2016. Em caso de inadimplência, a punição prevista é o rebaixamento à Série C.

Outros processos estão em andamento, como o do Defensor, do Uruguai, pelo meia Arrascaeta (R$ 7,3 milhões); do Mazatlán FC, do México, pelo atacante Riascos (mais de R$ 6 milhões); e do Pyramids, do Egito, pelo armador Rodriguinho (R$ 16,2 milhões).

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