2

Cruzeirense relata 'minutos de caos' no acesso ao Mineirão e cobra soluções

Vitor Paim, de 27 anos, disse que a experiência de frequentar o Mineirão em dias de jogos do Cruzeiro vem se tornando cada vez menos prazerosa

13/07/2022 18:10 / atualizado em 13/07/2022 18:14
compartilhe
Milhares de torcedores do Cruzeiro enfrentaram problemas nas catracas do Mineirão antes da partida contra o Fluminense
foto: Luiz Henrique Campos/EM/D.A.Press

Milhares de torcedores do Cruzeiro enfrentaram problemas nas catracas do Mineirão antes da partida contra o Fluminense


Ir ao Mineirão, em Belo Horizonte, para acompanhar uma partida do Cruzeiro de forma tranquila e pacífica está cada vez mais complicado. Essa é a avaliação feita pelo funcionário público Vitor Paim, de 27 anos, que registrou, em vídeo, 'minutos de caos' logo no acesso dos torcedores às catracas do estádio nessa terça-feira (12), antes da derrota da Raposa por 3 a 0 para o Fluminense, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
 
Vitor é sócio-torcedor do Cruzeiro há quase 10 anos e gosta de assistir aos jogos no Setor Amarelo Superior, local onde se concentram as principais organizadas do clube. 
 
Ao Superesportes, ele relatou que a experiência de frequentar o Gigante da Pampulha em dias de jogos do Cruzeiro vem se tornando cada vez menos prazerosa. Isso se deve aos problemas recorrentes de falta de organização, segurança pública e zelo com o bem-estar do torcedor, dentro e fora do estádio.
 
 
"Tem sido um martírio jogo a jogo, cada jogo os problemas se repetem, surge um fato novo por parte da organização, mas que não resolve nenhum dos problemas. E fica a sensação de que os problemas até pioram", iniciou. 
 
Para tentar melhorar a qualidade na prestação do serviço aos torcedores, o Cruzeiro anunciou novas medidas de prevenção à fraudes nos ingressos. De acordo com o clube, os cruzeirenses com bilhetes invalidados não teriam acesso sequer à esplanada. No entanto, o que se viu foi exatamente o contrário. 
 
Vários focos de confusão foram registrados nas catracas antes da partida decisiva pelo torneio mata-mata. Impacientes com a demora das filas, muitos torcedores pressionaram os funcionários que faziam a conferência dos ingressos e entraram no estádio sem apresentar devidamente os bilhetes.
 
 
"Eu entro às 20h e começo a filmar às 20h30, e aí é o caos que relatei no vídeo. Crianças passando por debaixo da catraca ao serem espremidas, pai de família assustado, pessoas com deficiência sem lugar para entrar, pois estava muito cheio e não tinha passagem, mulheres sendo espremidas", contou Vitor. 
 
Em razão das filas enormes, as catracas foram liberadas para evitar que a confusão fosse generalizada. O 'catracaço', como é conhecido esse movimento de  invasão às arquibancadas, já vinha se repetindo nos jogos da Raposa na Série B. 
 

Falta de segurança

 
Vitor também reclamou da falta de segurança no Mineirão e do despreparo da Polícia Militar para agir em algumas situações específicas. Segundo ele, o policiamento ofereceu risco às pessoas inocentes ao invés de proteção nos momentos de gargalos nas catracas.

 
"O próprio policiamento estava totalmente despreparado para fazer a segurança do público. Pelas imagens deu para ver que ao invés deles oferecerem segurança, eles oferecem o risco, eles batem em pessoas que, à princípio, não fizeram nada", pontuou. 
 
"O pessoal do sócio e da Minas Arena tentam fazer alguma coisa, mas dá para ver muita gente sem função na filmagem. Parece que eles não conversam antes dos jogos para fazer um planejamento correto e aí o resultado não tem como ser diferente", concluiu.
 

Briga entre torcedores de Cruzeiro e Fluminense no Mineirão


Paim também listou outros grandes problemas enfrentados pelos torcedores dentro do estádio. Segundo o funcionário público, frequentemente, várias mulheres relatam ter sofrido algum tipo de assédio enquanto esperavam nas filas. 
 
"Tem diversos relatos de assaltos. E tem também a questão do assédio, a importunação sexual contra mulheres é uma coisa absurda. Diversas mulheres relatam que estão na fila e aí vem um sujeito e encosta com um toque desrespeitoso, isso acontece recorrentemente", disse.
 
De acordo com o balanço feito pela Polícia Militar (PM), houve duas conduções à delegacia por furtos, sendo que um homem detido com quatro celulares foi levado à Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan). Outro torcedor foi detido em função de furto de um colar. 
 

Cobrança por melhorias

 
Por fim, Vitor cobrou melhorias das entidades responsáveis pela organização e segurança no evento esportivo. Ele ainda afirmou que continuará fiscalizando se as demandas dos torcedores serão atendidas nos próximos jogos. 
 
"Foi uma série de problemas que me fez gravar o primeiro episódio, que é o episódio das catracas. Espero que não tenha um segundo e terceiro, mas se for necessário filmarei. Acho que esse também é um papel meu enquanto consumidor, de mostrar para as entidades responsáveis os problemas e ajudar de alguma forma", finalizou. 

Compartilhe