Futebol Internacional
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MUNDIAL SUB-17

'Demonstramos que arbitragem não tem gênero', diz primeira árbitra sul-americana a atuar em Mundial masculino da Fifa

Cláudia Umpiérrez faz história e quebra barreiras no Mundial Sub-17

postado em 08/11/2019 13:59 / atualizado em 08/11/2019 14:18

(Foto: Reprodução/Conmebol)
A uruguaia Cláudia Umpierrez, de 36 anos, foi a primeira árbitra oficial de seu país e, agora, na Copa do Mundo Sub-17, entrou para a história como a primeira mulher da América do Sul a apitar um torneio Fifa de futebol masculino. Fez isso ao lado de mais duas mulheres como auxiliares, a também uruguaia Luciana Mascaraña, e Mônica Amboya, do Equador, formando o primeiro trio de arbitragem feminino a atuar em jogo de Copa do Mundo masculina. Conciliando advocacia e arbitragem, Cláudia segue quebrando barreiras e sonhando alto.

Advogada de formação e com um pé no futebol, Cláudia fez história na Copa do Mundo Sub-17. Como conta, o logro em se tornar a primeira árbitra em torneio Fifa de futebol masculino não é por acaso, mas fruto de muita dedicação. “É uma experiência que tem sido muito enriquecedora para nós. Faz tempo que vínhamos nos preparando para essa oportunidade. Em 2017, tivemos a oportunidade de ir ao Mundial da Índia como árbitras de suporte e sabíamos que a oportunidade de continuar abrindo portas existia e, por sorte, tivemos a oportunidade de estar aqui como trio.”

Mais do que um êxito pessoal, a uruguaia entende que a conquista quebra barreiras e incentiva outras meninas e mulheres a se empenharem no sonho de trabalhar com futebol.

“Demonstramos que arbitragem não tem gênero. Se estamos com capacidade física e técnica, podemos dirigir qualquer tipo de partida. Nos dedicamos e fazemos tudo isso com paixão. E sempre queremos um pouco mais, para crescer e buscar nossos objetivos. As portas foram abertas. Hoje somos nós, mas amanhã serão outras”, pontuou.

Com o sonho de apitar uma Copa do Mundo, seja feminina ou masculina, Cláudia Umpierrez não vive apenas de arbitragem, mas também é advogada de formação. Atua em empresa pública e conta com o apoio do órgão e dos companheiros de trabalho na vida dupla. “Eu não sei se sou mais árbitra ou mais advogada, mas agora achei um tempo que sou mais árbitra. Por sorte, com as diferentes oportunidades, me foi permitido estar viajando muito e participando de vários torneios. Mas a empresa me apoia muito, o que é fundamental, porque precisamos desse respaldo do trabalho e dos companheiros de dia a dia quando não estamos."

Segundo Massimo Busacca, chefe de arbitragem da Fifa, a ideia da federação é não fazer distinção entre gêneros, mas coroar os bons profissionais de acordo com as apresentações nos treinamentos e nas partidas. ““Creio que não temos que fazer diferença entre masculino e feminino. Se as árbitras estão no nível dos árbitros, é importante que possam mostrar isso em campo. Não estão aqui como forma de presente, porque são mulheres, mas porque sabem apitar”, explicou. 

(Foto: ALEX CAPARROS/FIFA/GETTY IMAGES)


Além do Mundial Sub-17 deste ano, realizado no Brasil, a árbitra uruguaia esteve presente na Copa do Mundo feminina, realizado na França, apitando, inclusive, o jogo de abertura. Apesar de já ter seu nome marcado na história, ainda sonha alto. 

“Meu sonho é a final de Copa do Mundo, pode ser masculina ou feminina. Mas o principal sonho é seguir dando passinhos e estar sempre crescendo. A arbitragem feminina é uma família e sempre temos que demonstrar um pouco mais, então queremos continuar quebrando barreiras”, concluiu.