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COPA LIBERTADORES

Galo perde para o Newell's em Rosário e precisará da força do Horto para avançar

Rodríguez e Scocco anotaram os gols; Jô marcou, mas a arbitragem viu impedimento

postado em 03/07/2013 23:50 / atualizado em 23/07/2013 22:12

Rodrigo Clemente/EM/D.A. Press

O Atlético sai derrotado da Argentina. Mas ainda está vivo na semifinal da Copa Libertadores. A tarefa no Independência não será fácil, na próxima quarta-feira, dia 10. O Newell's abriu vantagem atuando no Coloso del Parque, em Rosário, ao vencer por 2 a 0, nesta quarta.

Caberá ao Galo mostrar a sua força atuando em casa para chegar à final da competição. A equipe alvinegra terá de superar a vantagem argentina criada com gols de Maxi Rodríguez e Scocco, no segundo tempo.

A partida, no Estádio Marcelo Bielsa, ainda teve um gol anulado do Galo, quando estava 1 a 0. Jô conseguiu marcar, mas a arbitragem assinalou impedimento, em lance polêmico.

Primeiro tempo: domínio do Newell's, melhor chance do Galo

O Atlético teve que se desdobrar no lado esquerdo da defesa. O lateral-direito do Newell's, Cáceres, levou a melhor no confronto direto com Richarlyson. Diego Tardelli precisou se doar defensivamente para ajudar o Galo na parte tática.

No geral, a equipe argentina teve mais posse de bola. Foram 206 passes certos, contra 67 do Atlético. O Newell's obrigou Victor a trabalhar. Mas isso não significou que a melhor oportunidade foi do rival alvinegro.

Aos 41 minutos do primeiro tempo, Ronaldinho Gaúcho deu um passe preciso para Bernard ficar cara a cara com a meta adversária. Na velocidade, o camisa 11 tentou driblar o goleiro Guzmán, que foi muito competente ao dar um bote certeiro e ficar com a bola.

O Galo ainda teve outras chances em cruzamentos de Bernard e Ronaldinho. Em um deles, Guzmán se atrapalhou e fez defesa de “dois tempos”.

Com mais presença ofensiva, o Newell's incomodou. Coube a Victor garantir o 0 a 0. Ele fez boas defesas em chute de Maxi Rodríguez, no início da partida. E depois em dois lances protagonizado por Scocco.

Segundo tempo: Newell's marca duas vezes

O jogo ficou equilibrado. Logo no primeiro lance de ataque, o Galo deu um susto nos argentinos. Bernard cruzou para Jô, que escorou para trás. Ronaldinho bateu de primeira, mas a bola estava no ar e subiu demais.

Guzmán, goleiro do Newell's, protagonizou outro lance complicado para a sua equipe. Em uma reposição de bola, acertou as costas do zagueiro Heinze. A bola foi em direção ao gol. Mas sobrou para Jô. Na sequência, os rivais do Galo conseguiram se safar.

A resposta do Newell's chegou com Maxi Rodríguez. Com um chute de bico, da entrada da área, ele quase marcou. Mas o Atlético tem Victor, que caiu no canto e fez grande defesa.

AFP PHOTO / Juan Mabromata
Aos 16 minutos, o Newell's chegou ao gol, justamente com Maxi Rodríguez. O meia-atacante argentino completou, de cabeça, cruzamento da direita. Desta vez, não houve chance para defesa de Victor.

Após o gol, houve dois lances de emoção. Primeiro, o Galo se salvou. Maxi Rodriguez finalizou e Rafael Marques salvou, de cabeça, em cima da linha. No rebote, os argentinos tiveram outra chance e Gilberto Silva aliviou o perigo.

Depois, o Atlético marcou, mas foi anulado. Em falta cruzada na área, Guzmán desviou e Jô bateu para o fundo das redes, no rebote. A arbitragem assinalou impedimento.

O Galo ficou próximo do 1 x 1. Mas viu o placar piorar. Scocco cobrou falta com muita curva e força, acertando o canto do gol. O Newell's ampliou a vantagem aos 35 minutos.

Newell's Old Boys 2 x 0 Atlético

Motivo: Primeiro jogo da semifinal Copa Libertadores
Data: 3 de julho, quarta-feira, às 21h50 (horário de Brasília).
Árbitro: Enrique Osses (CHI)
Assistentes: Carlos Astroza (CHI) e Sergio Román (CHI)

Gols: Maxi Rodríguez (16min/2ºT), Scocco (35min/2ºT)
Cartões amarelos: Bernard, Casco, Pérez, Maxi Rodríguez, Luan
Cartão vermelho: não houve

Newell's: Guzmán, Cáceres, Vergini, Heinze e Casco; Pérez (Cruzado), Mateo e Bernardi; Figueroa (Tonso), Scocco e Maxi Rodríguez . Técnico: Gerardo Martino.

Atlético: Victor, Marcos Rocha, Gilberto Silva, Rafael Marques e Richarlyson; Pierre, Josué, Diego Tardelli (Luan), Ronaldinho e Bernard; Jô (Guilherme). Técnico: Cuca.

Análise do jogo: Eduardo Murta - Subeditor do Estado de Minas

O Atlético anda à procura do Atlético. Do grupo que encantou a América com jogos espetaculares na Copa Libertadores. A equipe que perdeu por 2 a 0 para o Newell’s Old Boys, a despeito dos desfalques de Réver, Leonardo Silva e Leandro Donizete, não é nem sombra daquela que liderou a fase de classificação do torneio. O maior dos méritos alvinegros, que é colocar a bola no chão, foi artigo raro em Rosário. Nem mesmo a fragilidade do goleiro Guzman, que em vários momentos demonstrou insegurança, foi explorada. O alvinegro praticamente não chutou ao gol. E a defesa, que no primeiro tempo esteve mais bem postada, depois se perdeu e viu o adversário criar inúmeras chances na etapa final e muitas vezes entrar com facilidade na área atleticana.

Agora o Atlético deposita sua féno fator Horto – onde ainda não foi derrotado desde a reinauguração. A tarefa não será nada fácil, não só porque o rival da próxima quarta-feira é bem armado e perigoso. O Galo jogará também contra o nervosismo, obrigado a fazer pelo menos dois gols e não levar nenhum. Difícil, mas possível, sobretudo com o apoio da torcida num Independência lotado. O essencial, porém, será a volta daquele Atlético jogando por música, que Cuca, Ronaldinho, Victor e cia não sabem exatamente onde foi parar. Se ele entrar em campo, o caminho para ir à inédita final da Libertadores certamente será menos dramático. A esperança está viva. Hesitante, mas viva.

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