RACISMO
Fifa apoia exclusão do Grêmio na Copa do Brasil
Decisão foi tomada pela 3ª Comissão Disciplinar do STJD em julgamento nesta quarta
postado em 04/09/2014 09:11 / atualizado em 04/09/2014 11:24
Agência Estado

A Fifa apoia a medida adotada para punir o Grêmio na Copa do Brasil, enquanto a entidade que combate o racismo no futebol apela ao time gaúcho a abrir mão de um recurso para evitar a exclusão da competição nacional. "O Brasil mandou a mensagem certa", declarou Joseph Blatter, presidente da Fifa. "Eu disse que o futebol precisa ser duro ao lidar com os abusos racistas", insistiu.
O Grêmio deve aceitar a punição como forma de mandar uma mensagem clara a seus torcedores e ao mundo de que não aceitará um comportamento racista. O pedido é da principal entidade de combate ao racismo no futebol, a Fare, com sede em Londres. Em declarações à reportagem, Piara Powar, secretário-geral da entidade, elogiou a decisão sobre o time gaúcho e apontou que a medida pode se transformar em exemplo no mundo.
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Mas, para a Fare, a renúncia desse direito seria a mensagem mais forte que o clube poderia dar. "Clubes precisam aceitar a punição. Entendo que existem considerações no que se refere à renda e esgotar os trâmites judiciais. Mas se a direção do Grêmio quer dar um recado, que aceite a decisão", declarou Powar.
Para ele, países em todo o mundo vão olhar a decisão com "interesse". "Muita gente vai ver a medida como uma mensagem de que devem copiar", disse. "Claro que é vergonhoso que um incidente ocorra. Mas é bom lidar com ele", insistiu. "Ações duras são necessárias e espero que essa decisão desperte o Brasil para o problema do racismo", declarou Powar.
Na sua avaliação, existe um estereótipo feito sobre o Brasil de que, no País, o racismo não existe e muito menos no futebol. "Existe a percepção de que o Brasil é uma cultura multiétnica e que, no futebol, samba e etc, não há racismo. Mas muita gente ficou surpresa ao ver o perfil dos torcedores que foram aos jogos da Copa do Mundo", disse. "O racismo no futebol reflete realidades sociais", completou.
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