No sábado, após jogar menos de meia hora em sua estreia no ano, Valdivia deu entrevistas fazendo ameaças à diretoria antes mesmo de ver a oferta que o Palmeiras já tinha feito ao seu pai e empresário. Depois de ver o que foi proposto, ficou ainda mais incomodado.
O chileno teve acesso a um documento no qual o clube lhe oferece cerca de 25% do salário que lhe paga atualmente como fixo mensal, além do acréscimo a cada partida que ele joga, dentro do modelo de produtividade que o presidente Paulo Nobre exige. Publicamente, o meia não vai se manifestar nem confirmar ou negar essa oferta. De acordo com a sua assessoria de imprensa particular, o jogador não falará absolutamente nada sobre renovação por estar focado apenas nos jogos decisivos do time, deixando para que só o seu pai trate do assunto.
De qualquer forma, os números demonstram a opinião de Alexandre Mattos na negociação. O diretor de futebol não se mostra disposto a renovar com o jogador mais caro do elenco e só negocia a pedido de Nobre, ainda entusiasta do camisa 10. Porém, só aceitará prorrogar o contrato que acaba em agosto mediante drástica redução salarial, como o próprio presidente já aprovou.
Luis Valdivia, pai do atleta, está no Brasil desde terça-feira para retomar as negociações com a diretoria, mas não fez nenhuma contraproposta e ainda não decidiu que caminho tomar. Contudo, também se indignou com os números apresentados, até porque as sondagens de clubes como Cruzeiro e Flamengo foram interessantes.
No sábado, quando seu pai ainda não tinha mostrado a oferta que recebeu por e-mail há duas semanas, Valdivia já dizia que a demora para acertar era um indício de desinteresse do clube em sua permanência e avisou que abriria mão da promessa de não jogar em outro clube brasileiro caso se sentisse “sacaneado”, lembrando que Alan Kardec e Wesley trocaram o Verdão pelo arquirrival São Paulo.
As informações extraoficiais no Palmeiras são de que as declarações desmotivaram ainda mais Alexandre Mattos em uma negociação que ele mal estava disposto até a iniciar. O diretor de futebol comanda uma reformulação no departamento de futebol, dando uma nova cara ao elenco com 20 contratações, e já estaria estudando o nome de um novo estrangeiro para o lugar de Valdivia.
Independentemente da posição do dirigente, a renovação já seria complicada. O meia não está disposto a aceitar o modelo de produtividade que Nobre impõe, pois teme ser “punido” e receber menos em caso de lesões por pancadas ou convocações para a seleção chilena. A chegada de reforços com altos salários, como o atacante Dudu, também não ajuda para que ele concorde em reduzir demais seus vencimentos, já que, mesmo com 20 contratações para a temporada, o camisa 10 ainda é o mais exaltado pela torcida nas raras vezes em que está à disposição.