
O ano de 2012 mal começou, mas já é histórico para Gustavo Kuerten. Após ver o nascimento de sua primeira filha, ele tornou-se o segundo brasileiro a entrar no Hall da Fama do Tênis. Para completar, espera enfrentar o suíço Roger Federer em uma exibição no Brasil.
“Comecei com a filha, depois veio o Hall da Fama. Se eu puder jogar com o Federer no final do ano, para 2012 posso passar a régua. Não preciso desejar mais nada”, disse Guga na cerimônia em que sua entrada no grupo dos melhores da história foi oficializada, em São Paulo, nesta quinta-feira.
Dono de 16 títulos de Grand Slam, um recorde, o suíço que passou 285 semanas na liderança do ranking mundial confirmou a realização de amistosos na América do Sul em 2012, inclusive no Brasil. O estafe do astro, inclusive, já entrou em contato com Guga para tratar do assunto.
“O Federer disse que tinha interesse em jogar aqui no final do ano. Precisa acertar os detalhes e ver se está dentro do real planejamento dele. Essa definição deve ser feita a tempo, até para que eu possa ter uns seis meses de treino para ver se a carcaça está pronta para enfrentar o Federer”, disse.
Desde que se aposentou em 2008, Guga venceu os amistosos diante dos espanhóis Sergi Bruguera, Carlos Moyá e Alex Corretja, do russo Yevgeny Kafelnikov e do norte-americano André Agassi. Em 2012, no primeiro duelo diante de um tenista ainda em atividade, ele perdeu do jovem argentino Juan Martin Del Potro.
Apesar do revés por 2/6 e 5/7, o brasileiro ficou motivado com o próprio desempenho. “Foi legal essa experiência com o Del Potro, porque mostrou que é possível”, afirmou Guga, que perdeu do adversário de 23 anos, atual top 10, no último mês de janeiro, em Montevidéu.
Guga chegou a disputar três partidas com Federer e encerrou a carreira com um retrospecto favorável diante do suíço. Derrotado nas quartas de final de Hamburgo-2002, o brasileiro ganhou na segunda rodada do Masters de Indian Wells-2003 e na terceira fase de Roland Garros-2004.
Enquanto espera pela confirmação do quarto confronto contra Federer, desta vez com caráter amistoso, o ex-tenista aproveita seu afastamento do circuito da ATP para curtir de perto a pequena filha Maria Augusta, fruto do casamento com Mariana Soncini.
“É uma experiência indescritível e me preparei para acompanhar tudo de perto. Troco falda, faço tudo que precisar e também já estava acostumado por causa do meu irmão deficiente. Cada dia é uma alegria diferente. Se depender de mim, já podemos planejar mais um para o ano que vem”, afirmou.
Guga contou que o casal demorou três para decidir batizar a filha com o nome de Maria Augusta. Bem-humorado, ele citou o jogador que considera seu adversário mais duro para brincar. “Decidir o nome foi mais difícil do que ganhar do Agassi. Tem tantos nomes legais, né? Foi difícil escolher um”, explicou, sorrindo.
GUGA QUERIA PEGAR NADAL EM ROLAND GARROS
Aposentado desde 2008, o brasileiro Gustavo Kuerten não teve a oportunidade de enfrentar o espanhol Rafael Nadal. O tricampeão de Roland Garros ainda lamentou a falta de um confronto com o sueco Bjorn Borg.
“Faltou jogar com o Borg e com o Nadal. Eu queria ter feito uma final de Roland Garros com cada um”, declarou Guga, campeão em Paris nas temporadas de 1997, 2000 e 2001.
Donos de seis títulos cada um, os dois astros citados por Guga são os maiores campeões de simples da história de Roland Garros. Borg ganhou em 1974, 1975, 1978, 1979 e 1980. Já Nadal triunfou em 2005, 2006, 2007, 2008, 2010 e 2011.