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ENTREVISTA

ENTREVISTA: Bruno Soares conta os segredos que o ajudaram a chegar às decisões inéditas

Ao Superesportes, mineiro comenta as mudanças que o ajudaram a superar uma temporada instável e brilhar no primeiro Grand Slam da temporada, na Austrália

postado em 29/01/2016 20:03 / atualizado em 29/01/2016 23:45

Reproduçao/instagram
O mineiro Bruno Soares, de 32 anos, vai viver um fim de semana mágico e histórico neste sábado e domingo, em Melbourne. Primeiro tenista brasileiro em quase meio século – único da era profissional – a disputar duas decisões em um mesmo Grand Slam, o belo-horizontino entra em quadra neste sábado, às 8h (de Brasília), para decidir o título das duplas masculinas do Aberto da Austrália. Ao lado do britânico Jamie Murray, enfrenta os experientes Radek Stepanek (TCH) e Daniel Nestor (CAN).

Menos de 24 horas depois, às 3h de domingo, voltará à quadra para tentar o título das duplas mistas, ao lado da russa Elena Vesnina, contra Horia Tecau (ROM) e Coco Vandeweghe (EUA). Desde Maria Esther Bueno, em sete oportunidades na década de 1960, um tenista do país não disputava duas decisões em uma mesma edição em torneios de primeira grandeza.

Ao Superesportes, Bruno Soares falou sobre o excelente início da parceria com Murray, depois de resultados instáveis com Alexander Peya em 2015, comentou as mudanças em seu jogo e elegeu o trabalho com o novo treinador, o mineiro Hugo Daibert, e a intensificação do trabalho físico na pré-temporada como fatores fundamentais para o sucesso na Austrália


Analisando esse início de temporada com o Jamie Murray (11v-1d), o que mais encaixou no jogo de vocês?


Peter Parks/AFP
É difícil falar o que encaixou. Nós resolvemos fazer essa parceria por acreditar no nosso jogo, por um complementar o outro e isso que está dando certo. A gente se conhece há muito tempo, eu conhecia o estilo dele e tinha amizade fora da quadra. Ter essa intimidade é o que tem nos ajudado dentro de quadra. O Jamie veio confiante de 2015. Eu também estava jogando um bom tênis, apesar dos resultados não estavam sendo satisfatórios como gostaria.

Foi fácil se adaptar ao jogo dele, depois de quase quatro anos com o Alexander Peya?


Sim, porque eu já o conhecia. Ele tem o jogo um pouco diferente do Alex, apesar de os dois serem grandes voleadores, agressivos na rede. O Jamie tem sua forma de se mexer. Pelo fato de conhecê-lo, de ter o enfrentado várias vezes, eu já tinha boa noção. Foi simplesmente uma questão de sentar juntos e conversar. Entender a linha de pensamento dele e vice-versa.

Você aproveitou o fim de ano para mudar algo no seu jogo ou na rotina para começar melhor em 2016?


Reprodução/instagram
O que fiz foi focar bastante na pré-temporada. Comecei a trabalhar com o Hugo Daibert, que é meu treinador agora, e me ajudou bastante na preparação. Ele sabe muito de tênis e está me ajudando a lapidar meu jogo. Muito disso, desse resultado tem a ver com meu físico, com o trabalho do Chris (Chriszogno Bastos, preparador físico). Sentamos juntos no fim de novembro e ele falou que eu precisava focar o físico, que seria bom para mim. Tem muito desse trabalho dele.

E o quanto isso influenciou no seu jogo?


Estou me sentindo mais rápido, me movimentando bem na rede, com reflexo bom e isso se deve ao trabalho dele (preparador físico). Fora isso, é confiança, chegar e saber que eu posso ir bem e conquistar grandes títulos.

Vocês vão enfrentar Radek Stepanek e Daniel Nestor, dois dos tenistas mais experientes do circuito...


É uma dupla muito experiente, que já estiveram nesta situação várias vezes. São dois caras que também estão iniciando parceria esse ano. Quem está em final de Slam é porque está jogando o mais alto nível. Temos que concentrar e fazer o que tem que fazer.

Você vem de uma sequência desgastante, chegando à final das duplas masculinas e mistas. O quanto isso influencia?


O fato de eu jogar em mista não vai influenciar. Só em um dia durante o torneio que joguei duas vezes. Hoje em dia acho legal jogar a mista, pois me mantém competindo, focado no jogo e para mim tem sido bom. Vou me preparar da mesma forma para todos os jogos. E jogar com toda vontade do mundo.

Tags: tenis rio2016