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RACISMO

Fabiana afirma que não pretende acionar Justiça e perdoa torcedor por ofensas racistas em BH

Central do Sesi se preocupa com desgaste que caso pode causar à família

postado em 30/01/2015 10:48 / atualizado em 30/01/2015 11:54

 Thomas Santos/Arquivo Pessoal

A capitã do Sesi e da Seleção Brasileira de Vôlei, Fabiana Claudinho, voltou a se pronunciar a respeito dos insultos racistas sofridos durante a partida pela Superliga Feminina, contra o Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, na terça-feira passada. Em postagem no Instagram, a central divulgou uma foto de Jéfferson de Oliveira, o responsável pelas injúrias raciais na Arena JK, e ressaltou a preocupação com um possível desgaste que a exposição do caso pode causar à família. ‘De cabeça fria’, Fabiana afirmou que perdoou o torcedor que a ofendeu e pediu o fim de qualquer tipo de discriminação.

“27 de Janeiro de 2015, o dia em que fui ofendida com injúrias raciais. Fato este que não me atingiu, porque sei meu valor. A única preocupação que tive era o que este episódio traria para a minha família. De cabeça fria, percebo que esse ato lamentável serviu como momento de reflexão da sociedade em torno do assunto. Eu sou uma figura pública e tenho voz. Mas e os que sofrem com variados preconceitos todos os dias? BASTA! Basta de segregação e desrespeito, basta de PRECONCEITOS. Percebi que a sociedade deu uma lição no senhor que me ofendeu e em todos os intolerantes e preconceituosos espalhados entre nós. Isso foi uma vitória! Quanto à pessoa que me ofendeu, não sei se houve arrependimento, mas eu o perdoo”, publicou Fabiana, na manhã desta sexta-feira.

Fabiana deixou claro que não pretende entrar com uma ação judicial contra Jéfferson de Oliveira. Ela diz que não guarda mágoa, mas lamenta o péssimo exemplo do homem.

“Não tenho raiva ou mágoa, só tenho pena e dó. Dó do exemplo que ele passa para seus filhos e para os filhos dos outros. Não quero indenização, dinheiro ou incitar linchamentos. Não quero desgaste com idas e vindas dos meus familiares à Delegacia e ao Fórum, para eles já doeu demais. Oro por ele, para que tenha uma transformação de pensamento, que passe a olhar o semelhante com mais amor e respeito”, comentou.

 Thomas Santos/Arquivo Pessoal

 

Confira na íntegra o texto publicado por Fabiana no Instagram



27 de Janeiro de 2015, o dia em que fui ofendida com injúrias raciais. Fato este que não me atingiu, porque sei meu valor. A única preocupação que tive era o que este episódio traria para a minha família. Mas Deus age na minha vida de forma muito direta e, de cabeça fria, percebo que esse ato lamentável serviu como momento de reflexão da sociedade em torno do assunto. Eu sou uma figura pública e tenho voz. Mas e os que sofrem com variados preconceitos todos os dias? É a menina negra que é a única a ser revistada no ônibus, é a mulher que ganha um salário menor, mesmo tendo o mesmo cargo que o homem, é o rapaz ou a moça que são agredidos por sua orientação sexual... BASTA! Basta de segregação e desrespeito, basta de PRECONCEITOS!

Percebi que a sociedade deu uma lição no senhor que me ofendeu e em todos os intolerantes e preconceituosos espalhados entre nós. Isso foi uma vitória! Vitória porque o tema entrou nas casas de milhões de pessoas, nas mesas de restaurantes e nas conversas familiares. Querem resposta melhor que essa? Quanto à pessoa que me ofendeu, não sei se houve arrependimento, mas eu o perdoo.

Não tenho raiva ou mágoa, só tenho pena e dó. Dó do exemplo que ele passa para seus filhos e para os filhos dos outros. Não quero indenização, dinheiro ou incitar linchamentos. Não quero desgaste com idas e vindas dos meus familiares à Delegacia e ao Fórum, para eles já doeu demais. Oro por ele, para que tenha uma transformação de pensamento, que passe a olhar o semelhante com mais amor e respeito.

Como estão em falta estas palavras hoje em dia. Usem o ocorrido comigo para disseminar discursos de amor e respeito, de tolerância e solidariedade! Não posso deixar de citar as mais diversas manifestações de apoio e carinho que recebi nas redes sociais, nos sites de notícias e nas ruas. Fico muito agradecida, de coração! Lembrem-se que diante de Deus somos todos iguais! Todos à imagem e semelhança do Criador. Agora, o que me move, é voltar o foco para minha família, meus amigos, meu clube SESI-SP e meu amado país.

 

Beijos do meu tamanho a todos!