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Finanças

Faturamento cresce. A dívida muito mais

Estudo constata difícil situação dos 20 principais clubes do país. Galo e Raposa aumentaram seu endividamento em 66% nos últimos cinco anos

postado em 16/05/2012 08:42 / atualizado em 16/05/2012 10:09

EM/D.A.Press
Mesmo impulsionados pelo aumento do valor recebido pelas cotas de transmissão, os dois representantes mineiros na Série A do Brasileiro, Atlético e Cruzeiro, aumentaram seu endividamento em 66% nos últimos cinco anos. O balanço dos dois clubes segue a tendência do futebol brasileiro: no último quinquênio, as 20 principais agremiações do país aumentaram sua dívida líquida de R$ 2,04 bilhões (2007) para R$ 3,86 bilhões (2011) – evolução de 42%. Os números estão presentes no relatório Finanças dos Clubes de Futebol do Brasil em 2011, divulgado pela consultora BDO.

Segundo o estudo, os clubes mais endividados do país são Botafogo, Fluminense, Vasco, Atlético (com dívida líquida em torno de R$ 367.592 milhões) e Flamengo. O Cruzeiro ocupa a 13ª colocação do ranking, com endividamento de R$ 120,3 milhões.

A conclusão da consultora é que os clubes passaram a ganhar e gastar mais. Na mesma tendência do aumento das dívidas, a receita dos times atingiu a marca de R$ 2,14 bilhões, o que representa um salto de 27% na comparação com o ano anterior. O aumento dos ganhos está ligado ao valor pago pelos direitos de transmissão dos jogos. Do total arrecadado pelos clubes, 36% advém das cotas de TV. O dinheiro pago pela transmissão ajudou a reduzir o impacto dos custos com futebol, que também foram ampliados.

A segunda principal fonte de receita é com patrocínios e publicidade (18%). Em seguida aparecem a transação de atletas (15%), faturamento com clube social (13%), outras receitas (10%) e, por último, bilheteira (8%), que sofreu impacto direto das obras dos principais estádios para a Copa do Mundo’2014. Antes do fechamento, a bilheteria era responsável por 11% do faturamento total dos clubes. A tendência é que com a volta dos jogos de Atlético e Cruzeiro para o Independência, em Belo Horizonte, haja aumento na venda de ingressos.

EM/D.A.Press
“Os dados financeiros indicam que seria um excelente momento para que as entidades buscassem uma redução de seus déficits e grau de endividamento. Um controle mais efetivo dos custos com futebol e redução da dívida, que gera pesadas despesas financeiras, deveria ser o foco da gestão dos clubes”, afirma Amir Somoggi, diretor da Divisão de Consultoria de Gestão da BDO Brazil.

OS QUE MAIS FATURAM As cinco maiores receitas do ano passado partiram de Corinthians, São Paulo, Internacional, Santos e Flamengo. O clube que obteve o maior crescimento comparativo, contudo, foi o Figueirense, com variação de 152%. O Cruzeiro ocupa a nona colocação em receitas, uma posição à frente do Galo. Em 2011 o crescimento da receita total da Raposa foi de 27% em relação a 2010. Esse crescimento representou R$ 27,3 milhões a mais gerados. O clube ampliou as receitas provenientes dos contratos de TV, transferências de atletas, patrocínio e publicidade e clube social, mas perdeu em bilheteria.

O Atlético, por sua vez, teve crescimento de sua receita total em 7%. Esse crescimento representou R$ 6,5 milhões gerados. O clube ampliou as receitas com contratos de TV e transferências de atletas, mas sofreu redução em receitas com bilheteria, patrocínios e clube social e esporte amador. Nos últimos cinco anos a receita total do clube apresentou evolução de 71%.

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