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DA ARQUIBANCADA

Obrigado, Atlético

Hoje estarei novamente no Mineirão já com o chip trocado, pensando no torneio continental. Levarei um queijo e um doce de leite de Poços de Caldas, pois a partir de hoje sou Caldense desde que nasci

postado em 21/04/2015 14:07

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
As duas últimas semanas foram de aprendizado dentro e fora de campo. Enquanto passamos pela bizarra situação de jogar duas vezes no domingo e na terça-feira, gastamos muito tempo em discussões que não levaram a nada. Esta saída do Campeonato Mineiro foi uma repetição de quando saímos da Copa do Brasil nos jogos contra o Flamengo em 2013. É melhor assim. Já entendemos que competições simultâneas não são o nosso forte. Temos de fazer escolhas. Lógico que não é fácil aceitar o que vimos nos últimos dias e principalmente o que aconteceu em campo. O árbitro Héber Roberto Lopes (foto), com seu estilo teatral de apitar, acabou sendo determinante para o resultado. O seu porte físico mostrou claramente que ele é atlético. Assim como algumas imagens espalhadas pelas redes sociais do dirigente máximo da Federação Mineira mostram que ele também é atlético.

O chute no rosto do Leandro Damião não foi uma simulação, assim como a infeliz cotovelada do Fabiano, que lhe causou a expulsão. A diferença na análise das jogadas é que foi determinante para o resultado. Sempre me incomodou a forma diferente como os juízes enxergam as jogadas nos campeonatos realizados no Brasil e fora. Na Libertadores, lances por baixo quase nunca são faltosos. Já nos pelo alto, em que jogadores são deslocados, sempre é marcada infração. No Brasil, é o contrário: por baixo as faltas são sempre marcadas, e pelo alto quase nunca. Imagino como isso deve atrapalhar a vida dos atletas. A jogada em que Willians levou o cartão amarelo no fim do primeiro tempo do clássico nem seria falta na Libertadores.

O sucesso do maior de Minas nos dois últimos anos incomodou muita gente, mas também criou uma miopia, aliada à falta de sensibilidade em administrar certas situações. Todos os nossos defeitos, a falta de ousadia e os jogadores que não deviam estar no elenco, foram expostos de maneira muito clara no domingo. Vamos reclamar de quê? Estamos chateados com nós mesmos e com a nossa apatia diante de fatos mais que anunciados. A verdade, quando é mostrada de forma nua e crua, não é sensível e bonita como uma rosa. É dura e dolorida como um espinho.

A melhor maneira de mostrar que queremos mudar é nos classificando hoje à noite na Libertadores. Gostaria de agradecer ao time de Lourdes por nos livrar da obrigação de jogar em duas competições paralelamente. Desgaste desnecessário e inútil. Se pararmos para pensar, essa confusão de datas só ocorreu por causa do jogo contra o Tombense, no Mineirão. Com a derrota, perdemos a liderança, a vantagem nas finais e a chance de mudar as datas dos jogos.

Hoje, estarei novamente no Mineirão, já com o chip trocado, pensando no torneio continental. Levarei um queijo e um doce de leite de Poços de Caldas, pois a partir de hoje sou Caldense desde que nasci.

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