Cruzeiro
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UM MOMENTO NA HISTóRIA

Brilho cinco estrelas

postado em 07/11/2013 08:40 / atualizado em 07/11/2013 08:42

Arquivo/EM/O Cruzeiro
Tostão e Dirceu Lopes são os dois maiores jogadores e artilheiros da história do Cruzeiro. O primeiro, que atuou de 1963 a 1972, é quem mais gols fez pelo clube: 242 em 373 jogos. O segundo vestiu a camisa celeste entre 1963 e 1977, disputou 601 e fez 223 gols, ficando em segundo lugar nas duas listas – na de partidas, o recordista é Zé Carlos (633). A dupla foi campeã da Taça Brasil de 1966 e do Campeonato Mineiro de 1965 a 1969, entre outras conquistas.

A primeira vez em que atuaram juntos foi em 1º de dezembro de 1963, escalados por Niginho (terceiro maior artilheiro cruzeirense em todos os tempos) no empate por 1 a 1 com o Atlético, no Independência, pelo Estadual. Menos de dois anos depois, em outubro de 1965, a imprensa brasileira já falava no nome de ambos para a Seleção Brasileira. Mas, além de craques, eles eram modestos. “Dirceu Lopes e Tostão julgam que é muito cedo para integrar uma seleção nacional” foi o título de reportagem do Estado de Minas em 31 de outubro de 1965.

O texto falava que os dois jogadores eram cotados para a convocação que o técnico Vicente Feola faria para o amistoso contra a União Soviética, em 21 de novembro, no Maracanã (2 a 2). A reportagem do EM conversou com a dupla e publicou as declarações na edição de domingo. “Esse negócio de Seleção é enganoso. Ser convocado para fazer número não adianta. Pra valer, sim. Só para constar, não”, disse Tostão, então com 18 anos.

Indagado se não aceitaria a convocação, o craque celeste respondeu: “Claro que aceitaria, mesmo porque tratar-se-ia de uma obrigação. Convocação da CBD é o mesmo que um chamado da pátria. O que eu quero dizer é que embora possam os homens da CBD terem gostado de nossa atuação nos jogos do Minas Gerais (como o Mineirão era conhecido na época), não acredito que nos dariam, agora, uma oportunidade. É cedo, ainda. Há muito tempo para se pensar em Seleção Nacional”.

O pensamento de Dirceu Lopes, com 19 anos, era o mesmo: “Eu creio que as atuações que cumprimos no “Minas Gerais” possam ter agradado aos dirigentes da CBD, mas daí esperar-se por uma convocação a distância é muito grande. Eles preferem os paulistas e cariocas, argumentando a maior experiência”. O repórter do EM lembrou que os dois poderiam ser úteis à Seleção, com o que Dirceu concordou: “Sim. Mas vamos aguardar. Como disse Tostão, ainda é cedo”.

SUCESSO DE UM, FRUSTRAÇÃO DO OUTRO


Nenhum deles acabou sendo chamado nessa ocasião. Tostão seria convocado pela primeira vez em maio de 1966, com outros 46 jogadores, para o início da preparação para a Copa do Mundo da Inglaterra – que ele disputaria e onde faria o gol de honra na derrota por 3 a 1 para a Hungria, em Liverpool. Até julho de 1972, disputou 65 partidas pela Seleção, marcou 36 gols e foi campeão mundial no México, em 1970.

Já Dirceu Lopes teve menos oportunidades com a camisa canarinho, sendo preterido pelo técnico Zagallo para a Copa do México. Sua primeira convocação ocorreu em junho de 1967, com o treinador Aimoré Moreira, para a Copa Rio Branco. Ele disputou apenas 19 jogos e fez quatro gols pela Seleção, até agosto de 1975.