Reinaugurado com a partida entre Cruzeiro e Atlético, em 3 de fevereiro, o Mineirão será palco de mais um clássico estadual amanhã, às 16h, quando se enfrentam América e Cruzeiro, pela nona rodada do Campeonato Mineiro. O duelo opõe a única equipe invicta na competição, a Raposa, e um time que vem reagindo na competição, mas que ainda corre risco de ficar fora das semifinais, o Coelho.
Se vê o rival Galo nos seus calcanhares e sabe que não pode tropeçar, sob o risco de perder a primeira colocação, a equipe celeste tem a seu favor o fato de ter se adaptado rapidamente ao “novo” Gigante da Pampulha. Em quatro jogos, foram quatro vitórias: 2 a 1 no Atlético, 2 a 0 no América de Teófilo Otoni, 3 a 1 no Tombense e 2 a 1 na Caldense, com 9 gols marcados e apenas três sofridos.
Já o time americano, que ocupa o quinto lugar na tabela de classificação e tropeçou nas duas primeiras rodadas, atuará pela primeira vez no maior estádio de Minas desde que ele foi remodelado visando a Copa do Mundo de 2014. A equipe costuma mandar seus jogos no Independência e ontem à tarde fez uma atividade de reconhecimento no local da partida para se acostumar com as referências visuais, bem diferentes das do Horto, onde a torcida fica muito mais próxima do campo, que, aliás, tem as mesmas medidas em ambos os locais, 110m x 65m.
Para os americanos, é mais do que um momento especial. O primeiro contato com o novo estádio, na tarde de ontem, com muita chuva, deixou no ar um encantamento. Os jogadores pareciam que tinham acabado de ganhar um brinquedo, tamanha sua alegria ao bater na bola, ou treinar uma jogada rápida, em cruzamentos ou jogadas de marcação. A impressão não poderia ter sido melhor. Todos queriam mostrar um algo a mais. O técnico Paulo Comelli gostou tanto da aplicação que convocou 20 jogadores para a concentração e mostrou muita confiança: “Fizemos um bom treinamento e o grupo está consciente do que necessita”. O Coelho não pode abrir mão de uma grande atuação. Só assim sabe que vai colher um bom resultado e se manter com chances de classificação.
O recém-contratado zagueiro César Lucena está confirmado. E aprovou sua estreia logo em uma partida tão importante: “Quem não gosta de jogar um clássico? É jogo em que não falta motivação”. Ele treinou ao lado de Éverton Luiz, jogando pelo lado esquerdo, protegido por Doriva e Claudinei. Outras confirmações: Patrick na lateral direita, Juninho mantido no meio-campo, com Leandro Ferreira entre os reservas, e na frente, Nikão e Fábio Júnior, ambos fazendo muitas jogadas pelas laterais, em velocidade, sempre procurando alguém entrando pelo meio. Uma certeza: “Será um jogo de muita marcação e que poderá ser decidido nos detalhes. Por isso, treinamos muito o jogo aéreo, defensivo e ofensivo”, frisou o armador Rodriguinho.
APOIO
Pelo lado cruzeirense, o técnico Marcelo Oliveira não vê seu time em vantagem pelo fato de estar mais familiarizado com o Mineirão do que o adversário de amanhã. “Trata-se de um estádio que oferece todas as condições para se jogar futebol, tem gramado excelente, o América se sentirá à vontade lá. O que poderemos aproveitar é o fator torcida, que vai nos apoiar. Vamos procurar retribuir fazendo uma grande partida e saindo com a vitória”, garante o treinador. A previsão é de que haja ao menos 10 vezes mais cruzeirenses que americanos no estádio amanhã.
Até pelas boas instalações, ele espera uma partida bastante disputada. “O América, não só pela história de equilibrar as coisas contra o Cruzeiro, mas também pela ascensão nos últimos jogos, nos faz esperar um jogo complicado. Mas estamos confiantes em fazer um bom jogo e conquistar a vitória, que é fundamental para que a gente mantenha a liderança”, declara.
Para isso, Marcelo Oliveira confirma a entrada do armador Ricardo Goulart na vaga do atacante Dagoberto, suspenso. Já na zaga, Bruno Rodrigo fica com a vaga do contundido Paulão.
A preparação do Cruzeiro será encerrada na manhã de hoje, com um treino recreativo na Toca da Raposa II. Ontem, o treinador comandou outro coletivo, quando repetiu o time da quinta-feira. A ausência foi o volante Tinga, que treinou mais cedo e foi liberado para resolver problemas particulares