Se quiser começar com o pé direito na competição internacional, o time alvinegro ainda tem muito a evoluir. Sobretudo melhorar o passe e as finalizações, virtudes que o levaram a se destacar no Nacional de 2012. “Quando não vencemos na técnica, tem que ser na raça, na vontade. Nossa obrigação é vencer a qualquer custo. Sabemos que não fizemos bom jogo e precisamos melhorar na parte técnica e física. As coisas vão dificultando e temos de estar preparados para tudo”, afirma o atacante Bernard, apreensivo com o comportamento da equipe faltando menos de uma semana para o duelo com o tricolor do Morumbi.
Diante de um time estreante na elite estadual, os jogadores do Galo demoraram a se adaptar às condições do gramado do Almeidão, que sofreu com as fortes chuvas que atingiram a cidade da Zona da Mata na tarde de ontem. Mas o técnico Cuca se queixou da apatia ofensiva da equipe, sobretudo no primeiro tempo. O goleiro Victor afirmou que o time demorou a entrar no clima da partida: “O campo está pesado, o que dificulta nosso estilo de jogo. Demoramos a entender a velocidade da bola, já que ela corria e parava muito rapidamente. A partir do momento que isso ocorreu, passamos a ter mais oportunidade”.
Não bastasse a ausência do craque Ronaldinho Gaúcho, que estava em Londres com a Seleção Brasileira, o Atlético sofreu com os desfalques do volante Pierre, com um edema na coxa direita, e do zagueiro Leonardo Silva. Na última hora, o camisa 3 sentiu dores musculares e teve de ser substituído por Gilberto Silva, que formou a retaguarda com Réver. Rosinei entrou no meio-campo, na vaga de Ronaldinho.
Logo no início da partida, muita reclamação dos donos da casa. O árbitro Emerson Ferreira anulou um gol legal do atacante Júnior Negão, atendendo ao pedido de seu assistente e marcando impedimento. O autor do gol aproveitou chute cruzado de Guilherme e desviou para as redes. A zaga alvinegra, porém, dava condição ao jogador do Tombense. Os donos da casa continuaram dando trabalho, se beneficiando da falta de entrosamento da defesa atleticana. No banco de reservas, Cuca se mostrava nervoso e inquieto por não contar com opções que mudassem o panorama do jogo.
INÍCIO APÁTICO Na base da vontade e da correria, o time da Zona da Mata abriu o placar. Aos 30min, Éder Luís recebeu cruzamento de Guilherme Lazaroni, deixou Júnior César no chão e chutou por baixo de Victor. A partir daí o Galo acordou. Aos 34min, Bernard passou para Jô, que chutou cruzado, vencendo Glaycon, ex-goleiro do América. Ainda no primeiro tempo, Bernard e Araújo desperdiçaram a chance de virar o placar, mas erraram as finalizações.
Na etapa complementar, o Atlético caprichou um pouco mais no passe. Com a entrada de Carlos César na vaga do apagado Alecsandro, a equipe não demorou a virar. E foi justamente o lateral que iniciou a jogada, aos 11min. Ele chutou forte para defesa de Glaycon. No rebote, Rosinei marcou. Nos minutos seguintes, o Galo se fechou na defesa e economizou energia. Neto Berola teve tempo para perder duas boas chances, irritando Cuca e os companheiros.
TARDELLI NA CIDADE DO GALO
Dois anos depois de se transferir para o exterior e deixar saudade na torcida do Atlético, o atacante Diego Tardelli voltou à Cidade do Galo na tarde dessa quarta-feira para começar a preparação física e técnica. O ídolo cumprimentou rapidamente os funcionários, vestiu o uniforme e foi para a academia. Mesmo com o desgaste pela viagem de mais de 18 horas do Catar para o Brasil, o jogador permaneceu das 10h até o meio da tarde no centro de treinamento. Em seu perfil na rede social Instagram, exaltava sua satisfação pelo acerto com o Galo e postou uma foto da entrada do CT, que rapidamente foi compartilhada pelos torcedores. “É nesse lugar que Ele quer que eu esteja agora!! #obrigadopapaidoceu”. A atividade foi leve, apenas para não perder o ritmo de jogo. Hoje, o camisa 9 será apresentado oficialmente na Cidade do Galo. o Atlético corre contra o tempo para registrá-lo na CBF a tempo do jogo com o São Paulo, na quarta-feira de cinzas, na estreia da Copa Libertadores. (Roger Dias)
TOMBENSE 1 X 2 ATLÉTICO
Tombense
Glaycon; Ari (Daniel 39 do 2º), Alexandre, André e Guilherme Lazzaroni; Serginho, João Guilherme (Juliano 27 do 2º), Joílson e Éder Luís; Adeílson e Júnior Negão (Tiago 28 do 2º)
Técnico: Marcelo Cabo
Atlético
Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva, Réver e Júnior César; Leandro Donizete, Rosinei (Richarlyson 29 do 2º) e Araújo (Neto Berola 24 do 2º); Jô, Bernard e Alecsandro (Carlos César, intervalo)
Técnico: Cuca
Estádio: Almeidão
Gols: Éder Luís 30 e Jô 34 do 1º; Rosinei 11 do 2º
Árbitro: Emerson de Almeida Ferreira
Assistentes: Celso Luiz da Silva e Mauro Antônio Ferreira Santos
Cartão amarelo: Marcos Rocha, Guilherme Lazzaroni, Adeílson, Carlos César e Serginho
VIVA
Para a postura tática do Tombense, que não se intimidou diante dos atuais vice-campeões nacionais. Marcou bem e só perdeu a partida por causa de falha coletiva no segundo tempo
VAIA
Para a arbitragem de Emerson de Almeida Ferreira, que invalidou gol legítimo de Júnior Negão para os donos da casa
HERÓI DO JOGO
O volante Rosinei entrou na equipe de última hora – no lugar de Leonardo Silva, poupado pelo departamento médico – e foi bem na estreia. Aos poucos, o ex-corintiano tenta convencer o técnico Cuca de que merece a vaga deixada por Danilinho no ano passado.