Futebol Nacional
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Oásis com pouco a fazer

Nem a proximidade da partida do Arsenal contra o Galo, hoje, abala a tranquilidade de Sarandí, que contrasta com o movimento intenso e frenético da vizinha Buenos Aires

postado em 26/02/2013 09:00 / atualizado em 26/02/2013 09:04

Roger Dias
Sarandí – Bem próximo dos holofotes da grande Buenos Aires, do trânsito intenso e pesado e da correria do dia a dia argentino, encontra-se um bairro tranquilo, pacato e simples. Localizado a 15 quilômetros da capital, Sarandí é um bairro da cidade de Avellaneda e tem como orgulho maior o Arsenal, adversário de hoje do Atlético.

Com apenas 16 mil habitantes, Sarandí ainda respira calmaria e um ambiente bucólico. Os moradores costumam dizer que o local desafoga Buenos Aires. Com fluxo bom, são 20 minutos de carro do Centro da capital até o distrito de Avellaneda. De ônibus, o trajeto aumenta para cerca de 1 hora.

Sarandí tem características de uma típica cidade do interior: com ruas estreitas, motociclistas andando sem capacete e despreocupados com a ação da polícia, casas simples e pessoas e animais atravessando a rua sem olhar o movimento dos carros. Mas não há preocupação, já que o trânsito de veículos é relativamente pequeno. “Aqui é assim todos os dias. Um lugar sem muito o que fazer. A diversão toda está na capital”, afirma o policial César Pérez, de 28 anos, que, no horário de trabalho, esperava pelo conserto de seu carro. Como todo distrito pequeno, Sarandí também convive com problemas, como os diversos muros pichados – inclusive o do estádio El Viaducto –, ruas mal iluminadas e praças sujas e sem capina.

Sarandí sobrevive graças ao pequeno mercado de roupas e tecidos e aos empregos gerados pelo Parque Comercial Walmart e o Mercado Arvato. A proximidade com o Centro de Avellaneda impede que indústrias se instalem no distrito. São apenas quatro centros de saúde para tratar de toda a população.

O mecânico Oscar Salazar, de 46, brinca quando se refere a Sarandí: “A cidade é um pouco feia, mas as mulheres são muito bonitas. Seja ela nova ou mais velha”. A vendedora Eliza Lopez, de 33, se surpreendeu com o comentário do amigo. “Ele gosta de brincar. Tem coisas mais bonitas aqui.”

VENDA Nem a presença do pentacampeão mundial Ronaldinho Gaúcho consegue mobilizar o distrito. Torcedor do Arsenal, o estudante Brian Dourado, de 15 anos, era uma das exceções e garantiu que faria um esforço para ver a partida. “É o Ronaldinho que vai jogar? Legal, vou prestigiá-lo também.”

Durante a manhã, os atleticanos não tiveram problema para comprar ingressos. A empresária Andreia Letícia de Oliveira veio de Montes Claros para prestigiar o Atlético: “Estou realizando o sonho de conhecer Buenos Aires, uma cidade encantadora, e ainda ver um jogo do Galo no exterior”.

Com capacidade para 16,3 mil pessoas, o Estádio Julio Grondona tem gramado impecável, mas ainda carece de melhor estrutura. Não há cadeiras como no Independência ou no Mineirão, obrigando o público a se acomodar do jeito que dá. A falta de lugares cobertos dificulta nos dias que chuva, o que acaba diminuindo o número de presentes.

RODADA

Com 100% de aproveitamento, o Peñarol, do atacante Olivera, recebe o Vélez Sarsfield no Estádio Centenário, em Montevidéu, às 19h30, pela terceira rodada do Grupo 4 da Copa Libertadores. Os argentinos estão na segunda posição, com três pontos – derrota para Emelec (1 a 0) e vitória sobre o Iquique (3 a 0). O San José tenta se recuperar do empate por 1 a 1 com Corinthians e da tragédia em Oruro, na Bolívia, na primeira rodada do Grupo 5, e enfrenta o Tijuana, no Estádio Caliente, no México, às 21h15 (0h15 de Brasília). Os mexicanos venceram o Millonarios por 1 a 0 na estreia e lideram a chave. Pelo Grupo 6, Deportes Tolima e Real Garcilaso, do Peru, brigam pela liderança no Estádio Manuel Murillo Toro, em Ibagué, na Colômbia, às 21h15. Com quatro pontos, colombianos e peruanos ocupam a primeira e a segunda colocações, respectivamente, com vantagem no número de gols marcados para os anfitriões do jogo de hoje.