Futebol Nacional
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CAMPEONATO MINEIRO

Ambiente de paz no entorno do estádio

Atleticanos, em maioria, e americanos convivem em harmonia antes e depois do clássico no Independência. Partida atraiu famílias inteiras, que foram apoiar seus times

postado em 18/03/2013 07:55 / atualizado em 18/03/2013 08:01

Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Sem dúvida, a maior parte da torcida que foi acompanhar o clássico entre Atlético e América era formada pela turma alvinegra, mas, apesar de minoria, os americanos pareciam tão apaixonados pelo time quanto os rivais. Em clima amistoso, homens, mulheres, crianças e famílias completas estiveram no Independência. Cerca de uma hora antes do jogo, a movimentação nos portões, já intensa, dava conta de que seria uma partida animada.

Com o instrumento afinado para participar da festa, José Raimundo Magalhães, de 62 anos, da charanga do Galo, falou sobre a importância de acompanhar o time de perto. “Sou torcedor desde que me mudei para Belo Horizonte e faço questão de prestigiar o time tocando o hino no sopro.” Advogada, 27, Maíra Vaz de Melo está satisfeita com a atual temporada, classificada por ela como sensacional. O ambiente também ajuda. “A torcida é familiar, o estádio seguro. Faço questão de vir prestigiar o Atlético em todos os jogos locais”, revela. “Temos o melhor plantel de todos os tempos. Tanto entre os titulares quanto no banco há profissionais de muita qualidade. Espero um ano de muitas conquistas”, anseia Rogério Soares, que acompanhou a partida ao lado da mulher, Cíntia, do filho, Tiago, e do pai, José Soares. Mais animado, o torcedor Luiz Henrique Feliciano, de 20, estudante, esperava assistir a uma goleada. “Tenho uma expectativa: 7 a 0 para o Galo!”

Também uniformizado, o torcedor americano não estava inibido ou menos animado pela posição do alviverde na tabela, como demonstrou Ítalo Donato, estudante, de 16. Depois do discurso otimista, ainda beijou o escudo do time. “Temos que apoiar o Coelho em qualquer circunstância, quando ganha e quando perde. Mas hoje espero a vitória pelo placar de 3 a 1, de virada”, disse, bastante confiante.

O amor pela camisa americana também é compartilhado pelo casal de namorados Aysla Teixeira e Helber Carvalho, ambos de 18, e estudantes. “Viemos assistir aos jogos, mesmo quando a maior parte da torcida é a adversária”, comentou o rapaz, que esperava encontrar 90% de atleticanos e apenas 10% de americanos no estádio. “Penso que o América tem potencial para ganhar o Mineiro. Se ocorrer, o time recuperaria o prestígio do passado”, analisou a estudante.

Mais adiante, na portaria destinada a torcedores alviverdes, Manuel Iglesias, de 64, industrial, tentou explicar o significado de torcer para o Coelho. “Torcer, vestir a camisa do Galo ou do Cruzeiro é fácil. Já o torcedor americano é diferenciado. Ele assume o amor por um time que não é tão grande, tão famoso”, filosofou. Ao lado, a família, formada pelos sobrinhos Evelise e Leonardo Sá, apoia. “Viemos prestigiar, dar força para o time, além de curtir um programa gostoso, emocionante. Aqui, o clima é sempre amistoso.” A prova é um abraço de dois torcedores rivais, o atleticano Hércules Daniel e o americano Vítor Sá. Lá dentro, que vença o melhor.

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