Futebol Nacional
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A hora e a vez de Richarlyson

Com atuações consistentes, lateral-esquerdo recupera a confiança de Cuca e ganha vaga de Júnior César no confronto com o Tupi. Treinador diz que disputa faz bem ao grupo

postado em 30/03/2013 08:27

RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS
A volta por cima no futebol pode ocorrer muito antes do esperado. Com persistência e dedicação nos treinos e também a cada oportunidade em campo, o prestígio perdido se transforma em redenção. Logo aparece o reconhecimento da torcida. No Atlético, o lateral-esquerdo Richarlyson lutou para ganhar espaço, resistiu a momentos de desconfiança e colhe os frutos do prestígio, pouco mais de quatro meses depois de quase ter seu contrato com o clube encerrado. Ele recebeu do técnico Cuca a oportunidade de começar jogando diante do Tupi, amanhã, às 16h, no Independência, pelo Campeonato Mineiro, no lugar do barrado Júnior César, que ficará pela primeira vez como opção desde que chegou ao alvinegro.

Antes alvo de críticas da torcida e sem se firmar na equipe, Richarlyson começou a mudar a história nas duas últimas partidas do Galo no Brasileiro do ano passado: as vitórias sobre Botafogo, no Engenhão, e Cruzeiro, no Horto, ambas por 3 a 2, que garantiram o vice-campeonato e a vaga direita na Libertadores. Contra o Fogão, o jogador marcou o gol da importante vitória, e, diante da Raposa, foi um dos mais regulares, sendo elogiado por Cuca e pelos companheiros. O resultado veio a seguir: ele teve o vínculo renovado por um ano.

“Futebol é apaixonante e dinâmico. Ao mesmo tempo em que estamos no céu, podemos ir ao inferno. Tenho aproveitado as oportunidades que o Cuca me deu até aqui e agora estou feliz e realizado. Tudo aquilo que planejei tem saído da maneira desejada. Respeito meus companheiros com lealdade, inclusive o Júnior, que agora lutará pela vaga novamente”, ressalta Richarlyson, que havia sido titular no triunfo por 3 a 1 sobre o Nacional, em Patos de Minas – Júnior César foi poupado pela comissão técnica.

Cuca avalia que o lateral-esquerdo respondeu à altura nas últimas vezes em que foi exigido: fez o cruzamento para Ronaldinho marcar diante do América-TO, no Vale do Mucuri, e contra o Nacional participou do primeiro gol, de Guilherme. O treinador espera que o jogador tenha uma reflexão e maturidade na condição de novo titular, o que elevaria o grau de competitividade no grupo: “Ele foi decisivo em jogos que precisávamos e tem sido importante na bola aérea e na saída de jogo. É natural que ele mereça entrar na posição e depende só dele para continuar jogando. O Júnior César vai querer recuperar esse espaço e isso será bom para que ganhemos ótimas opções na esquerda”.

ESTREIA O treinador confirmou que não vai poupar nenhum titular, já que todos tiveram a semana livre para descansar e se preparar. Portanto, o lateral-direito Marcos Rocha, o armador Ronaldinho Gaúcho e o atacante Jô voltam ao time depois de ficarem fora no confronto com o Búfalo. O volante Josué vai estrear com a camisa alvinegra, no lugar de Pierre, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. O novato conquistou a confiança do comandante justamente pela forte saída de bola, experiência e marcação por pressão no campo defensivo, além da capacidade de municiar o setor ofensivo.

Richarlyson elogia a qualidade do novo companheiro e avisa que a concorrência em todos os setores transforma o Galo em uma das equipes mais qualificadas do país: “São tantos bons jogadores no grupo e a briga é intensa em todos os jogos. Quem está saindo do time tem de ter a mesma lealdade de quem está entrando. Estamos fazendo grandes jogos e o resultado é evidente: estamos conseguindo passar por todos os obstáculos”.

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Despedida em falso


Contratado na temporada de 2010, Richarlyson viveu quase sempre sob desconfiança da torcida e até mesmo das comissões técnicas. Na penúltima rodada do Brasileiro do ano passado, ele dava como certa sua dispensa do Galo: “Se tiver de sair, é pela porta da frente. Não estou totalmente satisfeito por não ter conquistado um grande título. Vejo o Cuca renovando e, até agora, estou me despedindo, pois não fui procurado pela diretoria”. A frase, dita em forma de previsão antes da partida contra o Botafogo, acabou não se concretizando, já que ele teve o contrato renovado.