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COPA LIBERTADORES

Argentinos perdem a cabeça

Depois do apito final, jogadores do Arsenal partem para a briga com a Polícia Militar, depredam vestiário do Independência e toda a delegação acaba detida no estádio

postado em 04/04/2013 08:40 / atualizado em 04/04/2013 09:21

Depois da partida, os jogadores do Arsenal, que deixaram o campo derrotados, se envolveram em uma enorme confusão com a Polícia Militar. Ainda no gramado, eles se confrontaram com policiais, em um tumulto que acabou tomando conta de metade do campo, além de se estender para dentro do vestiário. Uma boina da PM mineira, que acabou aparecendo depois, foi pega por um dos jogadores. O técnico da equipe argentina, Gustavo Alfaro, discutiu bastante com a polícia, se defendendo e dizendo que havia sido agredido.

A PM insistia em conduzir todos os jogadores e integrantes da comissão técnica e da diretoria para a delegacia, para registrar um boletim de ocorrências. Eles, obviamente, se recusavam, mas de fato acabaram sendo conduzidos pelos policiais. A coronel Cláudia, comandante do policiamento da capital, estava à frente da operação e se manteve firme em levar toda a delegação para a delegacia do próprio estádio. “Pelo menos quatro jogadores argentinos irão responder pelas agressões ocorridas contra militares e contra um radialista (Nilber Rodrigues, da Rádio Novidade, de Capim Branco), no Independência. Um deles, inclusive, foi identificado pelo radialista”, adiantou a militar. O principal agressor seria o lateral o Nervo, que teria atirado uma cadeira contra o profissional de comunicação, acertando sua cabeça.

Ainda segundo a coronel, ela avisou à diretoria do clube argentino que ninguém ficaria sem ser ouvido. “Esses jogadores serão levados para a delegacia que funciona no estádio, com toda a estrutura”, disse. A previsão era que os depoimentos entrariam madrugada adentro. “Eles serão ouvidos e depois será aberto o boletim de ocorrências e, automaticamente, depois disso serão encaminhados ao delegado de plantão e à juíza do Juizado Especial Criminal”, frisou.

A própria coronel, que estava à frente das ações, revelou que foi agredida. “A polícia se posicionava para dar segurança aos adversários, na saída dos jogadores, depois da partida. Inexplicavelmente, eles partiram para a agressão contra a polícia. Eu mesma fui agredida (ela levou uma pisada no peito)”, disse. “Ainda tem outro policial ferido.” Uma equipe da perícia e um médico-legista estavam à caminho do estádio para fazer o levantamento e exame de corpo de delito. “O jornalista também será ouvido como vítima.”

PUNIÇÃO Uma das preocupações é que o clube mineiro seja punido pela Confederação Sul-Americana por ser o mandante da partida, a exemplo do que aconteceu com o São Paulo, quando o também argentino Tigre perdia a final da Copa Sul-Americana do ano passado para o tricolor paulista por 2 a 0 quando, no intervalo, o time adversário entrou em confronto com a PM paulista e abandonou o jogo. O São Paulo acabou perdendo um mando de campo em competições promovidas pela entidade, cumprido nesta Libertadores.

O presidente atleticano, Alexandre Kalil, garantiu que o clube não pensa nesta possibilidade. “Absolutamente não estou preocupado. O Atlético assistiu a uma briga de um time argentino contra a Polícia Militar mineira. Acho um absurdo isso. A punição tem que existir, para eles. Eu nasci, moro e vou morrer em Belo Horizonte e nunca vi a PM mineira apanhar aqui. Eles (argentinos) tomaram de 10 nos dois jogos e foi tudo roubado? Aqui ninguém vai bater na polícia. A briga é entre a PM de Minas contra um time de Sarandí. O Atlético não tem nada a ver com isso”, frisou o dirigente, revelando que, além da confusão em campo, os argentinos quebraram o vestiário do Independência.