Manto alvinegro abençoado

A paixão pelo futebol está na veia. O amor pelo Atlético é responsabilidade do avô, já que a família, mineira, de Belo Horizonte, tem torcida dividida entre atleticanos e cruzeirenses. O Galo o conquistou e hoje, aos 21 anos, o seminarista Bruno Rodrigo se revela “um torcedor fanático” do time de Ronaldinho e companhia. Morador do Vaticano há um ano, onde estuda e segue a vida religiosa, sempre presente nas missas e conferências do papa Francisco, Bruno entregou ontem uma camisa do Atlético ao dirigente máximo da Igreja Católica.

Feita sob medida, personalizada com o nome do sumo pontífice nas costas, o seminarista conta que o presente foi enviado por uma família de Belo Horizonte (não quis revelar o nome) com fortes vínculos com o clube alvinegro. “Hoje (ontem), aqui no Vaticano, o papa Francisco celebrou o Dia de São Pedro e São Paulo. Antes, escrevi uma carta pedindo um encontro, marcado para depois da celebração. Conversamos na Santa Marta, onde ele mora, por 15 minutos, quando lhe entreguei a camisa do Galo. Falamos sobre vários assuntos e do Atlético por cinco minutos.”

Bruno revela que o papa Francisco ficou o tempo todo com a camisa do Atlético nas mãos, não a entregou a nenhum secretário, e quis saber mais sobre a equipe. A primeira reação, conta o seminarista, foi de exclamação: “Oh, é muito bonita, as cores são muito bonitas. E com meu nome? Até parece que sou jogador!” E completou: “Mas me fale um pouco do time”.

Sem perder tempo, Bruno contou que o Galo se prepara para disputar as semifinais da Copa Libertadores na quarta-feira, só não disse que era contra os argentinos do Newell’s Old Boys. Não lembrou, o que não seria um problema, já que o papa é torcedor do San Lorenzo. A resposta do pontífice: “Parabéns, que bom. Vou torcer, que Deus abençoe o clube e você”.

E para ter ainda mais a simpatia do papa que adora futebol, Bruno enfatizou um outro torcedor ilustre: “Eu lhe disse que o arcebispo emérito de Belo Horizonte, dom Serafim Fernandes de Araújo, é membro emérito do Conselho Deliberativo do clube”. O papa ficou surpreso: “Não é que tem mais um cardeal no clube? É um privilégio. Vou torcer e rezar pelo Galo”.

A alegria de Bruno, claro, é imensa. “Sou atleticano desde sempre. E debaixo da batina a camisa alvinegra me acompanha. E nos eventos da Praça de São Pedro, algumas vezes, já levei a bandeira do Atlético. É amor de garoto. Meu pai é cruzeirense, mas segui meu avô.” É tão louco pelo Galo que ele chega à capital mineira na segunda-feira à noite, a tempo de torcer pelo Galo no primeiro jogo das semifinais entre amigos e familiares, já que partida será em Rosário, na Argentina: “E, se Deus quiser, vou estar mais uma vez no Independência, no jogo de volta, dia 10”.

EQUIPE

O técnico Cuca testou, ontem, em um jogo-treino contra o Betim, mais opções para armar o time atleticano para o jogo de quarta-feira. Na cidade do Galo, a equipe alvinegra venceu por 1 a 0, gol contra de Geovani. Richarlyson foi usado como zagueiro e Lucas Cândido como volante, mas o técnico já avisou que a tendência é optar pela experiência, devido à ausência de Réver (suspenso) e de Leandro Silva, Leandro Donizete e Pierre (contundidos), sendo que este ainda é dúvida. O atacante Luan saiu reclamando de dor na coxa direita, mas está confirmado na delegação. Hoje cedo haverá mais uma atividade. O zagueiro Rafael Marques é o mais cotado para o lugar de Réver, formando a dupla de zaga com Gilberto Silva. Amanhã haverá o treino final e, em seguida, em voo fretado, a delegação segue para a Argentina. Algumas caravanas também vão amanhã. Uma delas, da Unitur, também em vôo especial, à noite, levando mais de 150 atleticanos. Preço da viagem, ida e volta, mais hospedagem e ingresso: R$ 3.610.