Futebol Nacional
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Casada com o Galo

postado em 16/07/2013 08:18


O pai e a mãe nunca foram ligados em futebol. Não levavam as filhas ao estádio nem sequer assistiam às transmissões pela TV. Mas a professora de matemática Paula Adelino, de 29 anos, nasceu com coração preto e branco e o fanatismo correndo nas veias. Ao contrário da racionalidade dos números e equações, o Galo é amor, caro leitor, e amor não se explica. E muitos também não entendem. Só o Atlético levaria a menina de 10 anos a implorar ao pai para levá-la ao Mineirão ou, longe das bonecas, a torcer sozinha em casa pelo time do peito. “A minha paixão pelo Galo não tem explicação”, resume.

Tanto é que a equipe ocupa o primeiro lugar na vida da professora, aquele em que ela sonha ver os jogadores no esperado dia 24. “Para um aluno meu passar direto, basta ser atleticano”, brinca. O pré-requisito na hora de namorar era ser alvinegro. Quando se casou, no ano passado, com Filipe Matozinhos, atleticano fanático, a charanga do clube abençoou a união. “A gente chorou muito”, lembra. O Galo tinha de estar presente, afinal, na alegria e na tristeza, Paula sempre esteve na arquibancada para apoiar o time.

“Foi uma grande tristeza o dia do rebaixamento. Quando o Galo subiu de novo, foi muito lindo, e a partir daí comprei todos os pacotes para ir aos jogos em todos os fins de semana”, recorda. Daí para aderir ao Galo na Veia, programa de fidelidade de torcedores, foi um pulo. O investimento de R$ 4,8 mil por ano vale a pena, garante. “Eu e meu marido trocamos qualquer festa por um jogo.” Que programa seria melhor do que presenciar aquela canhota do goleiro Victor na defesa do pênalti contra o Tijuana? Depois dessa, se Paula engravidar, o bebê terá o nome do camisa 1 alvinegro.

SUPERSTIÇÃO Além de tudo, o Atlético também dita as férias da família. Este ano, os dois voaram para a Argentina, o marido vai ao Paraguai e o casal já ensaia a ida ao Mundial no Marrocos, em dezembro. “Só não vou ao Paraguai porque achei que dei azar no jogo em Rosário”, explica Paula. É, assim como o treinador Cuca, ela tem suas superstições e, se azar também é fator eliminatório, melhor se manter com a sorte. “Nunca estreio camisa em dia de jogo, eu e meu marido também não podemos estar brigados e nunca conversamos com gente que é pé-frio”, conta. Tão perto do título inédito, o negócio é segurar a emoção. “Nossa Senhora! É um sonho do qual não vou querer acordar!”