Futebol Nacional
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Assunção em preto e branco

Cores que representam tanto os apaixonados torcedores do Olimpia quanto os atleticanos cobrem as ruas da capital paraguaia. Preços das camisas do Rei de Copas sobem quase 100%

postado em 17/07/2013 09:14 / atualizado em 17/07/2013 09:17

Alexandre Guzanshe EM DA PRESS
Róger Dias
Enviado especial a Assunção

Por natureza, os torcedores paraguaios são nervosos e fanáticos. Em qualquer decisão de campeonato, eles se agigantam e são um combustível a mais para a equipe. Até brigam se for preciso. No caso do Olimpia, Assunção está aos poucos pintada de preto e branco, que também são as cores do Atlético. A possibilidade de o Rei de Copas ser tetracampeão da Copa Libertadores anima as pessoas, tanto nas ruas quanto no trabalho e nos centros de compras.

O comércio de camisas do Olimpia cresceu quase 100% depois que a equipe eliminou o Independiente Santa Fé, da Colômbia, na fase anterior. A peça oficial custa cerca de R$ 110, valor que no Brasil é considerado barato. Porém, para os paraguaios, o preço continua a ser alto, numa economia em que a média salarial é de R$ 500.

A vendedora Lísia Chavez, de 23 anos, afirma que o povo paraguaio está contagiado com o renascimento do time alvinegro. “Todos ficam exaltados porque o Olimpia está bem. Há muito tempo ele não atuava assim”. De acordo com ela, seu estabelecimento passou a vender 15 camisas diariamente, sendo que antes o número não passava de seis.

O Olimpia não chegava à final desde 2002, quando bateu o São Caetano. Agora, o respeito ao Atlético, e sobretudo ao craque Ronaldinho Gaúcho, é grande. Mas a confiança é maior ainda: “Ronaldinho é craque, mas um time é constituído de 11 jogadores. Não temos estrelas, mas nosso conjunto é forte o bastante para sermos campeões”, afirma o comerciante Edu González, de 51.

Em contrapartida à festa paraguaia, os atleticanos estarão em grande número no Defensores del Chaco esta noite. Pelo menos 1,5 mil já estão com entradas, mas muita gente que embarcou do Brasil foi prejudicada pela falta de comunicação na venda de bilhetes. A princípio, eles seriam vendidos apenas no Paraguai, mas depois a venda foi confirmada no Brasil.

O empresário Fernando Zanforlin, de 22, e um grupo de seis amigos, saiu de Belo Horizonte no domingo, e pagou preços três vezes maiores aos oferecidos nos postos oficiais (cerca de R$ 1 mil). “Vale qualquer sacrifício para estar na final. É um momento único”, diz o torcedor, que aproveitou o tempo livre para comprar produtos eletrônicos e conhecer pontos turísticos do país, entre eles o Rio Paraguai.

Já Leonardo Barros, de 35, compartilhava da alegria, mas até ontem não tinha ingresso. Ele prometia pagar até o “impossível” para estar no Defensores del Chaco: “Está muito difícil. Se não conseguirmos entrar, o jeito é conseguir um bom lugar para assistir ao jogo. Mas a alegria será a mesma. Tomara que o Atlético possa vencer e atuar mais tranquilo no Mineirão.”