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DA ARQUIBANCADA

Nenhum time ganha todas

'Mesmo com a derrota, o Coelhão se manteve na 11ª posição da tabela, com 13 pontos e quatro acima da ZR'

postado em 08/06/2018 10:06 / atualizado em 08/06/2018 10:39

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Nenhum time e nenhum torcedor gosta de perder. Ainda mais quando a derrota é para um rival local e vem de um jeito que ninguém esperava. O América começou bem o jogo, tinha maior posse de bola e teve chances para tentar abrir o placar. Infelizmente, uma falha coletiva do sistema defensivo permitiu que um atacante do Atlético, livre na área, cruzasse para a cabeçada de outro atacante, não por acaso artilheiro por onde passou. O time sentiu o gol, ficou nervoso e se desestabilizou. Do outro lado, o gol deu confiança aos jogadores adversários, que passaram a trocar passes e a usar velocidade nos contra-ataques. Em um deles, o lateral direito Norberto – que criou várias e boas jogadas no ataque – não estava na defesa e o rapidíssimo e talentoso Cazares se aproveitou para fazer o seu gol.

No segundo tempo, o América reagiu, fez o seu gol com Messias e dominou boa parte do jogo. Mas, novamente, o sistema defensivo falhou em um contra-ataque e o Atlético fez mais um no finalzinho da partida. O único consolo é este do título da coluna: nenhum time ganha todas. E, mesmo com a derrota, o Coelhão se manteve na 11ª posição da tabela, com 13 pontos e quatro acima da ZR. Vamos em frente.

“Fumacinha” é o cara

Ademir Silva Santos Junior, o “Fumacinha”, é jovem, simples, humilde, simpático, sorridente. E inteligente, com ou sem a bola nos pés. Jogando na Patrocinense, foi considerado a revelação do Campeonato Mineiro’2018. A comissão técnica e os dirigentes do América acertaram em cheio ao contratá-lo. Espero que o mantenham por aqui, pois nos jogos em que entrou justificou o apelido e realmente fez fumaça nas defesas adversárias. Em especial na vitória por 3 a 1 sobre o Atlético-PR, quando seu gol, o terceiro, bateu o prego final e fechou a tampa do caixão paranaense no Independência.

Com diminutivos carinhosos (à maneira do poeta Vinicius de Moraes), digo que Fumacinha é o brasileirinho típico, assim como Garrincha também o foi. Chamado de Alegria do Povo, Garrincha foi tão craque quanto Pelé, mas de um jeito diferente. Seus dribles, fintas, passes e gols faziam a gente sorrir e ser feliz em jogos inesquecíveis. Um tipo de brasileiro e jogador que, felizmente, ainda não desapareceu do mapa, apesar das barbaridades políticas e econômicas que vêm sendo cometidas e entristecem o Brasil, e do mercantilismo que dominou o futebol. Fumacinha é mulato, magrelo, gente boa. Não sei se será craque, mas bom de bola ele já é. Trouxe alegria ao grupo, ao time e aos torcedores do América. E mereceu as chances que Enderson Moreira lhe deu.

No jogo de ontem à noite, Ademir Fumacinha jogou todo o segundo tempo, mas foi pouco acionado por seus companheiros. Não brilhou, mas tem tudo para ajudar o América a conquistar neste ano seu objetivo modesto de permanecer na Série A. Desde já, torço por ele e por seu sucesso profissional. Talento e vontade não lhe faltam. Que a sorte então lhe estenda as mãos e lhe abra os caminhos nos gramados. Dá-lhe, Fumacinha!

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