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Família moverá ação contra Réver, do Atlético, por confusão em aeroporto

Zagueiro do Galo se envolveu em briga após provocação relembrando goleada aplicada pelo rival Cruzeiro em 2011

17/12/2021 18:21 / atualizado em 17/12/2021 18:32
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Foto registrou Réver sem camisa logo após a confusão em Confins
foto: Reprodução/Redes sociais

Foto registrou Réver sem camisa logo após a confusão em Confins

 
A família de Deibisson Marques moverá ação na Justiça contra o zagueiro Réver, do Atlético, por uma confusão no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, na noite desta quinta-feira (16). Segundo o advogado que representa a família, o garoto Vinícius Marques, de apenas 13 anos, foi agredido pelo defensor, e o episódio resultou em diversas ameaças no telefone de Deibisson.
 
Felipe Saliba é o advogado que representa a família Marques no caso. Em entrevista ao Superesportes, ele deu a versão de sua parte sobre a confusão no Aeroporto de Confins. Ele garante que já estuda medidas judiciais contra o jogador do Atlético e o clube.

Ainda segundo o advogado, a família está 'aterrorizada' com as ameaças que tem sofrido por meio do WhatsApp. Com o vazamento do Boletim de Ocorrência do episódio desta quinta-feira, o contato de Deibisson circulou pela internet. Vários atleticanos têm enviado mensagens em tom violento ao pai.

"Estamos tomando as providências, estamos já registrando os Boletins de Ocorrência pelos crimes de ameaça. Vamos fazer as representações criminais tanto contra o jogador como contra o Clube Atlético Mineiro e também tomaremos as medidas judiciais, tanto na esfera cível quanto criminal, contra tudo que está acontecendo. Agora é aguardar e rezar para que essas ameaças não sejam concretizadas, tendo em vista que a família está em total desconforto. Amedrontada, aterrorizada - é a melhor definição do que está acontecendo. É lamentável", afirmou.

Versão do caso


Felipe Saliba detalhou a versão da família Marques sobre a confusão no Aeroporto de Confins. Ele ressalta que o jovem Vinícius, de 13 anos, sofre com problemas de ansiedade e depressão, além de fazer uso de medicação controlada.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram o jogador sem camisa ao lado da família sendo conduzido por seguranças do local.

De acordo com testemunhas, Réver teria se irritado com uma provocação do garoto. O jovem teria pedido para tirar uma foto ao lado do zagueiro e fez gestos com as mãos em referência à goleada por 6 a 1 sofrida pelo Atlético para o rival Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro de 2011. O veterano estava em campo pelo Galo na ocasião. 

"A família estava regressando de viagem, de Salvador. Passaram uma semana de férias e, quando estavam na área após o desembarque, fizeram um pedido em uma lanchonete. Enquanto aguardavam, o pai avistou o Réver e pediu para tirar uma foto. O Réver prontamente atendeu, levantou e se posicionou. A criança estava ao lado do pai e o Réver chamou: 'Vem para cá, fica comigo aqui'. A criança não quis, meio envergonhada. Após insistência, o garoto se posicionou ao lado do Réver. Na hora da foto, o Réver pegou o dedo indicador da mão esquerda do Vinícius, que tem apenas 13 anos de idade, e começou a torcer o dedo e gritar com a criança", conta Saliba.

"O pai, num primeiro momento, achando que era uma brincadeira e viu que o filho começou a sentir dor. O pai chegou perto e falou: 'O que é isso?'. Aí, o Réver, com o dedo apontado na frente do nariz da criança disse: 'Você é um vagabundo, safado, vagabundo'. O pai falou: 'Você está mexendo com uma criança de 13 anos de idade'. Aí, o Réver foi para cima do pai aos gritos de 'vagabundo' e 'safado'. O Réver começou a 'peitar', dizendo que 'arrebentaria na porrada'. E o pai: 'Você tem que bater é em adulto, não em criança'. Aí, começou a exaltar os ânimos. A mãe, vendo aquilo, chegou e tentou fazer uma separação, colocando a mão no meio dos dois. Nessa hora, o Réver deu um murro na altura do peito dela, jogou ela em cima de uma prateleira de produtos da lanchonete, batendo a cabeça na parede", segue.

"Nesse momento, gerou uma briga entre o Réver e o pai, em que começaram a rolar no chão. Inclusive, um torcedor uniformizado da Galoucura chegou ao local dando chutes na altura da costela do pai. Aí, os seguranças vieram e, depois de um determinado tempo, conseguiram apartar a briga. Feito isso, o Réver saiu como se nada tivesse acontecido, tentando ir para a área de embarque e o Deibisson pedindo a segurança para que parasse ele. Até que conseguiram fazer a abordagem e levaram todo mundo para a delegacia. Deram as versões", detalha.

Réver foi conduzido ao Centro Integrado de Segurança Pública do Aeroporto de Confins para esclarecimentos. De acordo com a Rádio Itatiaia, Réver foi ouvido pela Polícia Militar e liberado. O defensor passará por exame de corpo de delito.
 
"O Vinícius, de apenas 13 anos, sofre de um transtorno de ansiedade com uma leve depressão. Faz uso de medicamento contínuo e controlado, começou a ter uma crise de ansiedade retornando para Sete Lagoas. Fazendo muito vômito no caminho, chorando muito. Eles foram direto para o hospital. Chegando lá, constataram uma luxação no dedo esquerdo do Vinícius, várias escoriações pelo corpo do Deibisson, um 'galo' na cabeça da mãe. Fizeram esse atendimento e foram para casa. De repente, começaram a chegar diversas postagens na rede social, de WhatsApp, no celular do pai - registrado no Boletim de Ocorrência", explica.

Em postagem nas redes sociais, o Atlético mostrou apoio a Réver e divulgou a versão do zagueiro sobre o caso. "Sobre os episódios envolvendo o zagueiro Réver, divulgados hoje pela imprensa, o Galo afirma que está fechado com seu capitão!  As agressões e insultos a ele desferidos não foram dirigidos ao atleta, mas a toda a Massa Atleticana", publicou o clube.

"Réver estava embarcando para suas férias, em companhia de sua mulher e de seus filhos, quando foi afrontado por torcedores adversários. O Atlético admira a diversidade de opiniões, mas não o desrespeito. Estamos juntos, capitão! Agrediu o Réver, agrediu a Massa", finalizou. 

Felipe Saliba repudiou a publicação do Galo. "O Clube Atlético Mineiro, numa infelicidade absurda e num ato de total irresponsabilidade, divulgou uma nota em total apoio ao jogador, incitando inclusive à violência. Dizendo que 'brigou com o capitão, brigou com a nação', algo nesse sentido. A família está recebendo ameaças - já foram mais de 50. Com arma de fogo sendo apontada, com todo tipo de áudio, dizeres que causam desespero. Ficaram no meu escritório por mais de cinco horas, porque não tem condição deles irem para casa - no Boletim de Ocorrência tem o endereço, o telefone. A família está totalmente aterrorizada com as inúmeras ameaças que eles vêm sofrendo. Um ato totalmente absurdo, totalmente irresponsável por parte do Clube, que ao invés de demonstrar a total aversão a qualquer ato de violência, independente de parte, de certo ou errado, incita a violência", protesta Saliba.

Assessor nega


O assessor de imprensa do zagueiro Réver, Gustavo Faria, nega veementemente a possível agressão de Réver à criança. O profissional afirma que seu cliente estava 'bastante chateado' após a confusão no aeroporto.

"Ontem, fui ao Aeroporto para dar um suporte ao Réver depois do acontecido e eu falei em nome dele. Ele não quis falar, estava bastante chateado. Possibilidade de agressão a uma criança? Zero. Zero. Isso aí não aconteceu", afirmou.

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