Corinthians: Luxa tenta, mas já convive com pressão em todas as competições

Vanderlei Luxemburgo tem duas semanas de trabalho no Corinthians, com quatro jogos sem vitória. Até agora, são duas derrotas, dois empates e a sensação de que o treinador ainda tem muito o que arrumar na equipe. No empate por 1 a 1 com o São Paulo, o time alvinegro novamente não conseguiu ter boa atuação e ficou bem mais perto de perder o jogo do que ganhar.

O próprio Luxemburgo admitiu que sua prioridade era o foco na parte emocional do elenco. O Corinthians vive um momento conturbado, desde a saída de Fernando Lázaro, a contratação e demissão de Cuca e a sequência de quatro jogos sem vitória sob o comando do novo treinador. 

 

O Corinthians entrou na zona de rebaixamento do Brasileirão, em 17º lugar, com apenas cinco pontos em seis partidas. Na Libertadores, a classificação ao mata-mata parece bastante improvável. Na Copa do Brasil, a equipe enfrenta o Atlético-MG, com o jogo de ida das oitavas de final na quarta-feira (17).

Para piorar a situação, o Corinthians terá pela frente três jogos fora de casa, cada um por uma competição diferente. Depois de pegar o Galo pela Copa do Brasil, a equipe encara o Flamengo pelo Brasileirão e o Argentinos Juniors pela Libertadores. Se o time não conseguir mostrar evolução rápida, pode dar adeus aos torneios de mata-mata e se afundar no Z4 do campeonato nacional de pontos corridos.

 

Durante a entrevista coletiva após o empate com o São Paulo, o treinador apontou aspectos que o Corinthians precisa melhorar. E não são poucos. Em quatro jogos com o treinador, a equipe ainda não teve uma atuação convincente.

- O futebol é muito complicado, as pessoas querem que você mude tantas coisas como se fosse ciência exata. Não é. Necessita muitas coisas serem feitas para encontrar equilíbrio. O maior problema do Corinthians está no emocional - ponderou o técnico de 71 anos.

- Mantive o posicionamento tático, se pegar contra Fortaleza, Botafogo e São Paulo, a equipe jogou com três jogadores de meio, três atacantes. Isso estamos encontrando, mas não é da noite para o dia - acrescentou.

Outro ponto questionado é que Róger Guedes e Yuri Alberto não ajudam na marcação, sobrecarregando o sistema defensivo. O gol do São Paulo, por exemplo, saiu pelo lado esquerdo da zaga corintiana, setor que poderia ter a ajuda de Róger Guedes. Ao ser questionado sobre o desafio de fazer a dupla jogar junta, Luxemburgo admitiu que precisa "arrumar um jeito".

- Eu quero resolver em vez de endossar. Se eu não resolver, estou roubado. Eu preciso arrumar um jeito de eles jogarem juntos. Tenho que tomar cuidado no que vou falar. Será que treinei para o Róger acompanhar, ou tinha outro jogador para dar sustentação ao Bidu? Estou me virando para poder acontecer. Se você pegar, o Róger teve hora que foi na linha de fundo tirar a bola. Já houve evolução do Róger, de saber que precisa participar na parte defensiva, não só ofensiva, essa uma coisa que vai dia a dia, num processo crescente - disse o treinador.

Até por isso, Róger Guedes foi deslocado ainda durante o primeiro tempo do clássico. Como Rafinha atacava mais, Luxemburgo colocou Wesley para acompanhar o lateral são-paulino. Róger Guedes, então, ficou na ponta direita, com Yuri Alberto centralizado.