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Depois de superar 11 cirurgias no joelho, Sandro troca os gramados pela vida de empresário

Ex-jogador do Cruzeiro encerrou a carreira neste fim de ano

postado em 27/10/2015 08:00 / atualizado em 17/12/2020 02:27

Durante a carreira, Sandro ficou marcado pela ausência. Quando encaixava uma sequência de jogos, lesionava-se. Era regra. Por isso, virou figura carimbada no departamento médico. Os maiores adversários do ex-volante do Cruzeiro eram os próprios joelhos: foram 11 cirurgias, oito no joelho direito e três no esquerdo. Mas ele persistiu, seguiu a carreira aos trancos e barrancos em equipes menores e só se despediu do futebol agora, aos 34 anos. Sandro continuará ligado ao mundo do esporte. Ele é um dos proprietários da Fair Play Esportes, empresa de gerenciamento e assessoria de imprensa esportiva.

“Sempre tive esse pensamento de deixar os gramados e continuar a trabalhar com futebol. É um projeto que tenho ao lado do empresário Ehler Pessoa e da Fernanda Maia, que administra a área de comunicação”, explicou o ex-jogador.“Trabalhamos com jogadores da base. Temos muitos atletas se destacando, caso do Matheusinho, do América, que está na Seleção Brasileira, o Romarinho do ABC”, acrescentou.

Sandro, que nasceu Alexsandro Oliveira Duarte, é natural do Rio Grande do Norte. Ele, contudo, preferiu fixar residência em Belo Horizonte. “Estou em Belo Horizonte há três anos. Resolvi morar aqui porque é uma cidade maravilhosa, povo muito acolhedor, humilde. Passei seis anos no Cruzeiro, e as pessoas se lembram com carinho de mim”, destacou.

(Foto: Divulgação / Fair Play ESportes)
A passagem pelo Cruzeiro foi o ápice da carreira do ex-volante. Ele ficou na Toca da Raposa II de 2003 a 2008. Sempre quando esteve à disposição, foi útil. No clube estrelado, conquistou a Tríplice Coroa (Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro), além dos Estaduais de 2004, 2006 e 2008. “Tenho ótimas lembranças do Cruzeiro, principalmente da torcida que sempre me apoiou, nunca fui vaiado no Cruzeiro”, frisou.

Para muitos torcedores, ainda estão vivas na memória a roubada de bola e a arrancada do volante, que serviu Jussiê para marcar um dos gols da vitória do Cruzeiro sobre o Atlético, por 3 a 1, na final do Campeonato Mineiro de 2004.

“Foi uma bola que o Carlinhos, jogador do Atlético, trouxe para o meio. Roubei a bola e aproveitei o espaço que tinha para conduzi-la até a área do Atlético. Quando a marcação encostou, tinha duas opções, Schwenck e Jussiê. Toquei para o Jussiê, que fez o gol. Na comemoração, o Alex reconheceu a minha jogada e veio comemorar comigo. O Alex era um craque e um ótimo companheiro de time. Um dos maiores com que joguei”.

As contusões minaram a continuidade dele no Cruzeiro: “Com certeza atrapalhou. Contribuiu para que minha carreira encerra-se de forma prematura, poderia jogar muito mais, ter me destacado e ter participado de mais títulos do Cruzeiro”.

(Foto: Auremar de Castro/Estado de Minas )
Depois da passagem pela Raposa, ele rodou por clubes de menor tradição. Passou por Ipatinga, ABC, Ituano, América-RN, Americana, Paysandu, Anapolina, Betinense e Ipatinga, entre outros.

Seu último clube foi o Tigre, do Vale do Aço. O curioso é que ele foi para trabalhar como auxiliar técnico e acabou tendo que entrar em campo. “Neste ano, ainda atuei no Ipatinga. Cheguei a fazer oito jogos. Fui para ser auxiliar do Fred Pacheco, mas precisaram de mim, tive que jogar. Mas já não jogo em alto nível, entrei por pura necessidade. Foi realmente a minha última experiência em campo”.

As lesões e o tempo fora do futebol

Sandro perdeu muito, em todos os aspectos, com as 11 cirurgias nos joelhos. Foram cerca de três anos afastado dos campos por causa das lesões, segundo o próprio ex-jogador.

“Fiz três cirurgias no menisco, quatro ligamentar. Passei por atroscopias também. Retirei pinos, fiz procedimento de cartilagem. Foram muitas”, contou.

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