À exceção do clássico com o Atlético (39.811 pagantes), na estreia das duas equipes na Primeira Liga, nenhuma das partidas do Cruzeiro no Mineirão teve público digno da tradição celeste. O quadro até melhorou um pouco no jogo com o São Francisco-PA, pela segunda fase da Copa do Brasil, que tinha como grande atração a estreia do armador Thiago Neves, mas mesmo assim ficou abaixo do esperado: 10.096 pagantes.
A diretoria tem feito a parte dela. Na partida pelo torneio mata-mata, fez promoção de ingressos, com o setor Inferior Vermelho do Mineirão custando apenas R$ 20, sendo que algumas categorias de sócios-torcedores, menores de 12 anos, maiores de 60 e estudantes pagavam apenas R$ 10. A resposta não foi a esperada, mesmo levando-se em conta que o adversário não oferecia atrativos.
A esperança é que a boa campanha – oito vitórias e um empate em nove jogos – aliada ao bom futebol apresentado pelos comandados por Mano Menezes em quase todas as partidas façam os cruzeirenses ir mais ao estádio. Além disso, o ingresso de R$ 20 está mantido para a partida com a Caldense, na quinta-feira, às 20h30, no Mineirão, fechando a quinta rodada do Campeonato Mineiro.
O clube não pensa em baixar mais o preço do bilhete, até para não prejudicar o programa de sócio-torcedor. A intenção é conquistar novos adeptos e trazer de volta os que deixaram de pagar. Para isso, o Cruzeiro acabou com as promoções, como a que permitia a cada associado levar até quatro acompanhantes, de graça ou com descontos generosos. Como 80% do público nos jogos é formado por integrantes do programa de fidelidade, a tendência é que se registrem mais pagantes na sequência da temporada.
“Em fevereiro, temos média de 120 novas adesões e reativações (ex-sócios que voltaram a contribuir) por dia. É um número muito bom, que queremos ampliar por ações como contato direto ou a realização do Reduto Azul (promoções em cidades do interior)”, explica o diretor de Marketing e Relações Públicas celeste, Marcone Barbosa.
ARRECADAÇÃO
Além de empurrar o time da arquibancada e deixar o espetáculo mais bonito, a presença da torcida é fundamental para as finanças do clube. As partidas contra Tricordiano (4.612 pagantes) e Chapecoense (4.834 pagantes) renderam apenas R$ 206.381 brutos, menos do que ganham vários jogadores do grupo cruzeirense, inclusive alguns que estão na reserva.O clube arrecadou, em média, R$ 383.011,50 em 2017. Só para efeito de comparação, em 2013, o número foi de R$ 1.475.282,50.
Públicos e rendas nos últimos cinco anos
Contabilizando os quatro primeiros jogos como mandante
Ano Total de pagantes Média Arrecadação bruta Média
2017 (*) 59.353 14.838 R$ 1.532.046 R$ 383.011,50
2016 65.239 16.309 R$ 1.630.183 R$ 407.545,50
2015 (*) (**) 85.417 21.354 R$ 3.193.802 R$ 798.450,50
2014 (*) 50.728 12.682 R$ 1.562.970 R$ 390.754,50
2013 (*) 104.943 26.235 R$ 5.901.130 R$ 1.475.282,50
(*) Inclui clássico com o Atlético (**) Inclui jogo pela Libertadores