Mais que derrotas pontuais, como a desse domingo, por 2 a 0, para a Chapecoense, apenas a quarta na temporada, o que mais preocupa o torcedor do Cruzeiro é a irregularidade e a falta de padrão de jogo da equipe de Mano Menezes. Apesar de seguidas lesões ao longo do ano terem atrapalhado a continuidade de uma formação considerada ideal, o técnico parece estar encontrando dificuldade de dar uma cara ao time, independentemente de peças.
Em alguns jogos, o Cruzeiro surpreende positivamente, como na vitória por 1 a 0 sobre o Santos na Vila Belmiro, pela terceira rodada do Brasileiro. Em outros, como o desse domingo, no Mineirão, o adversário demonstra ampla superioridade tática e vence de forma inapelável.
Mano Menezes admitiu após o revés para a Chape que o problema do Cruzeiro é coletivo, não individual. O time ainda sofre para se adaptar a diferentes variações táticas propostas e a distintas estratégias impostas por adversários.
A evolução tende a acontecer, na visão dele, com o retorno de peças importantes recém-liberadas pelo departamento médico, como Robinho, Ezequiel, Dedé. “A equipe teve um bom desempenho em Santos, teve um bom desempenho contra o São Paulo, um jogo duro, tivemos um excelente desempenho no segundo tempo em Recife, onde merecíamos ter vencido o Sport, mas, às vezes, você não consegue fazer. No geral, estamos dentro da normalidade. Podemos melhorar com a volta de alguns jogadores importantes? Acho que podemos, porque eles são peça-chave em algumas situações de criação de jogadas, principalmente. Quando você não cria bem, as coisas refletem em outros setores também. Então podemos melhorar. Estamos trabalhando para isso”.
O treinador também entende a dificuldade de o Cruzeiro se impor em casa em alguns compromissos contra adversários que optam por ser atacados, com suas linhas de defesa e meio-campo retraídas.
Como visitante, o Cruzeiro já fez uso desse expediente e também teve êxito. A vitória mais emblemática com essa proposta foi sobre o São Paulo, por 2 a 0, no duelo de ida da quarta fase da Copa do Brasil.
”A dificuldades que nós temos para atacar quando nos esperam mais atrás é a mesma dificuldade que o São Paulo teve com a gente no Morumbi e nós ganhamos de 2 a 0. O Santos, que é uma equipe extremamente ofensiva, teve dificuldade para criar na Vila, onde nós esperamos e saímos no contra-ataque. Todos têm (dificuldades) no Campeonato Brasileiro, com raríssimas exceções, porque é difícil criar quando o adversário abaixa suas linhas. É muito mais difícil”, ponderou Mano Menezes.
A tão sonhada regularidade, desejada pelo torcedor e essencial para conquistar o Brasileiro, virá com tempo, concluiu o comandante. “Isso exige aquilo que nossas equipes não têm e que vocês acham que seis meses é suficiente, mas não é: uma capacidade de organização que já saiba conviver em todos os momentos de dificuldade”.
O próximo compromisso do Cruzeiro será na quinta-feira, às 21h, contra o Bahia, na Fonte Nova, em Salvador. Ao torcedor cabe esperar o time que surpreende os adversários.
Cruzeiro na temporada:
32 jogos oficiais
20 vitórias
8 empates
4 derrotas
50 gols a favor / 20 gols contra
70,83% de aproveitamento